O conhecimento produzido na Universidade Federal de Lavras (UFLA) dá suporte a um grupo de agricultores familiares da zona rural do município de Três Pontas (MG). Eles preparam-se para dar início às atividades da agroindústria ligada à “Associação dos Agricultores Familiares do Quilombo Nossa Senhora do Rosário de Três Pontas” (AQUI3P), da qual fazem parte. Por isso, estiveram no Laboratório de Panificação da UFLA no dia 4/7 para se capacitarem na área de produção de pães, biscoitos e roscas. Esse foi o segundo seminário de capacitação organizado na instituição pela ONG Engenheiros sem Fronteiras (ESF-Labras) para dar apoio ao grupo. Um terceiro evento está previsto para 1/8, na área de produção de doces.

De acordo com o presidente da Associação criada em 2013, Osvaldo Júnior, a UFLA tem desempenhado papel importante no projeto. “A assistência técnica de alta qualidade prestada pela Universidade, com envolvimento de diferentes departamentos e setores, tem colaborado com o associativismo e o fortalecimento do agricultor familiar”, diz. Escutando com atenção as orientações do tecnólogo em alimentos e doutorando Raul Antônio Viana Madeira, que ministrou o curso, a participante Sônia Mara da Cruz Lopes demonstra aprovar as capacitações. “Tudo isso aqui vai ser importante para nós lá na Associação; estamos recebendo muita informação nova”, comenta.

A parceria com a Universidade estabeleceu-se a partir do trabalho dos ESF (Núcleo Lavras). Eles desenvolvem o “Projeto Marolo” junto às 15 famílias de agricultores da AQUI3P. A iniciativa surgiu com o objetivo de incentivar o cultivo do fruto, característico do Cerrado, na região de Três Pontas, e também seu beneficiamento e aproveitamento para comercialização. Para tanto, os integrantes da ONG, coordenada pelo professor do Departamento de Engenharia da UFLA (DEG/UFLA) Gilmar Tavares, realizam visitas técnicas periódicas ao local. O coordenador do projeto Marolo no grupo ESF, Tiago Henrique da Silva, relata que, pela proposta, está previsto o plantio do marolo em toda a Área de Preservação Permanente (APP) das propriedades, assim como nas áreas de reserva legal. Com o desenvolvimento dos trabalhos, os ESF perceberam que a agroindústria da associação terá melhores resultados se outros produtos cultivados nas propriedades também forem aproveitados. Por isso, as capacitações têm tido abordagem mais abrangente.

 

A produção gerada atualmente pela Associação tem como destino 13 escolas estaduais da região, que recebem os produtos por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Quando a agroindústria entrar em operação, o que está previsto para final de agosto, os produtos beneficiados também já terão um caminho para chegar ao consumidor: foi estabelecida uma parceria com a rede Giroforte Supermercados, que irá fazer a comercialização.

No momento, 25 membros dos ESF estão envolvidos no projeto. Entre eles estão estudantes de diferentes cursos da UFLA, como Engenharia Florestal, Engenharia Agrícola, Engenharia de Alimentos, Administração e Engenharia Ambiental. “E o mais importante é que os resultados têm sido alcançados porque temos o apoio de muitos parceiros, que nos ajudam a estruturar todas as ações, de forma a fechar o ciclo ‘produção, beneficiamento e comercialização’”, afirma Tiago.

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As parcerias

O desenvolvimento do Projeto Marolo tem como parceiros a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (Incubacoop/UFLA); as secretarias de Educação, Cultura e Agricultura de Três Pontas; a Associação Comercial e Agroindustrial de Três Pontas (ACAITP); o Centro Vocacional Tecnológico (CVT); o Grupython; Furnas Centrais Elétricas; o Núcleo de Estudos em Agroecologia, Permacultura e Extensão (Neap/DEG/UFLA); o Núcleo de Estudos em Energias Renováveis (Neer/DEX/UFLA); o Núcleo de Estudos em Qualidade de Alimentos (Nuquali); o Núcleo de Estudos em Embalagens para a Indústria de Alimentos (Nemia), além da rede Giroforte Supermercados. (Fonte: ASCOM Ufla)

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