Já está no Presídio de Três Pontas, Alessandro Pereira dos Reis de 46 anos, acusado de matar em julho de 2016, o motoboy Renato Batista de 28 anos, com um tiro na cabeça na porta de casa, no bairro Bom Pastor em Três Pontas.

O rapaz foi preso em São Paulo (SP), pela equipe de policiais civis e investigadores da cidade, com apoio do Grupo de Operações Especiais (GOE). Ele estava em casa e se preparava para passar o Natal com a esposa e filhos. Alessandro já estava trabalhando a cerca de um ano como porteiro de um estacionamento, no bairro Santana, região norte da capital paulista. Quando os policiais chegaram, o acusado ficou bastante surpreso, não resistiu a prisão e disse somente que estava arrependido.

Todo efetivo se empenhou na prisão de Alessandro durante o ano inteiro. Equipe fecha 2017 com saldo positivo

A equipe de policiais civis de Três Pontas descobriu durante as investigações que o acusado estava se encontrando com sua família. Desde as 7:00 horas da manhã, a esposa dele estava sendo seguida, quando ela saiu da cidade, com destino a São Paulo. Ele contou aos policiais, que esteve alguns meses na Bahia, mas estava morando a quase um ano em São Paulo.

De acordo com o inspetor Gustavo Felipe Domingos Campos, a Polícia Civil estava em negociação com a família e o advogado do acusado, tentando que ele se entregasse, mas não houve acordo.

Alessandro chegou na Delegacia de Policia Civil em Três Pontas por volta das 20:00 horas, não quis dizer nada e estava o rosto coberto. Antes foi apresentado na Delegacia de Plantão de Varginha.

Advogado diz que vítima agrediu esposa do acusado

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O advogado Dr. Fábio Gama assumiu o caso desde o início e defendeu em entrevista seu cliente. Ele disse que Alessandro não quis se entregar porque se diz inocente, apesar de ter confessado ter matado Renato Batista.

Renato Batista foi morto com um tiro na cabeça em 27 de julho

A defesa afirma que o processo já correu e está concluso para sentença. O advogado diz que Alessandro agiu em defesa de sua esposa, que segundo ele, teria sido agredida por Renato (foto). Inclusive, ha provas testemunhais que comprovaria esta versão e que ele não teria a intenção de matar seu vizinho. “Ficou comprovado que ele agiu para defender sua esposa, que havia sido agredida e ameaçada de várias formas, passando por situação constrangedora com vizinhos”, esclarece.

Ainda de acordo com a defesa, diferente do que foi divulgado, a mãe de Renato não estava com ele na hora do crime, tanto que não consta no processo.

Segundo Dr. Fábio Gama, Alessandro agiu no impulso da emoção. Na noite do crime, ele tinha acabado de chegar tarde da noite, de um velório. Tinha acabado de sepultar um ente querido da família. O som da casa de Renato estava alto, havia muita bagunça e baderna. A esposa foi mais uma vez reclamar e a vítima foi mais uma vez agressiva com ela e a tratou com ignorância.

Ele terminou a entrevista dizendo que seu cliente é uma pessoa calma e tranquila, bastante conhecida na cidade e que não tem histórico de agressividade.

A chegada de Alessandro Pereira chegando na Delegacia em Três Pontas
O acusado confessou o crime, mas não disse nada à imprensa

O crime 

Era uma noite de quarta-feira e Renato estava em casa tomando cerveja com mais quatro amigos, como sempre fazia, quando por volta da meia noite e meia o suspeito o chamou. A mãe o atendeu no portão e avisou o filho que o vizinho estava o chamando. Quando Renato saiu, eles discutiram. Alessandro sacou uma arma e fez um disparo que atingiu a cabeça do motoboy. Ele caiu ali mesmo na frente da mãe.

As últimas palavras de Renato antes de partir, foi pedir ao seu amigo que não o deixasse morrer. O rapaz foi socorrido pelo SAMU para o Pronto Atendimento Municipal (PAM), mas já chegou morto.

Quando o crime completou um ano, a mãe do filho de Renato lamentou a morte do rapaz, com quem ela teve um rápido relacionamento. Apesar da relação não ter dado certo, o motoboy fazia questão de visitar o pequeno Davi todos os dias e participava ativamente do crescimento do seu único filho.