A Câmara vai aposentar de vez a caixinha de votação, mas a preocupação agora voltou a ser segurar os vereadores até o fim das sessões. Esta semana, faltou quórum para seguir a reunião

Se por um lado, os representantes do povo, acabaram com o voto secreto na sessão desta segunda-feira (21) pregando transparência. Por outro lado, o Poder Legislativo voltou a enfrentar um antigo problema que é a debandada de vereadores no Grande Expediente, quando eles só são obrigados a ficar caso estejam inscritos para usar a Tribuna.

O presidente da Câmara Luis Carlos da Silva (PPS), sempre muito atento ao quórum, se viu obrigado a suspender a reunião durante a fala do vereador Paulo Vitor da Silva (PSL).

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A maioria dos vereadores havia deixado o Plenário Presidente Tancredo Neves. Alguns foram mesmo embora, outros, estavam na cozinha tomando café. Alertados pelos funcionários retornaram e a sessão foi retomada.

O vereador Sérgio Eugênio Silva (PPS), aproveitou para expor sua insatisfação quanto a saída do vereador Antônio Carlos de Lima (PSD), da reunião durante o Grande Expediente, depois que ele teria se manifestado. Serjão não quis citar nomes, mas falou que acha falta de respeito com os colegas, ainda mais com a Resolução que obriga o vereador que se inscrever a ficar. Foi assim que aconteceu com Antônio do Lázaro, que abandonou a reunião e depois apresentou um documento que é emitido pelo Pronto Atendimento Municipal (PAM) de que havia passado pelo médico. Justificou que estaria se sentido mal, o que ninguém da Câmara percebeu ou foi avisado por ele. Além disso, pegou um atestado médico dos três dias subsequentes. Com isto, evitando que fosse descontado no fim do mês, já que ir embora mais cedo é computado como falta neste caso.

Voto aberto é transparência, mas expõe vereadores

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Sérgio mudou de ideia, mas disse que já votou contrário ao fim do voto secreto, por questões políticas do momento

O fim do voto fechado, foi o assunto mais discutido nesta segunda-feira e desta vez em segundo turno, foi derrubado por unanimidade. A partir de agora, eleição da Mesa Diretora, Vetos, Moções, julgamento e cassação de mandatos de vereadores, prefeito e vice serão abertos.A mudança na Lei Orgânica Municipal já havia sido aprovada em primeiro turno no dia 07 de março.

Alguns vereadores acham que no caso da eleição para a Mesa Diretora a escolha fica comprometida. O presidente Luis Carlos da Silva chegou a dizer que sabe que todo prefeito agora vai eleger seu presidente. Já Vitor Bárbara (PDT) disse que estão fazendo tanto barulho para uma coisa que não vai mudar o mundo. A realidade é que são poucos os projetos que os vereadores votavam na urna e que era direito. Vitor foi bem objetivo, explicou que a maior preocupação é na questão do Veto do Executivo. Sobre a eleição da Mesa opinou que vai acabar com as traições que existem entre eles mesmos.

Os demais demonstraram enorme satisfação e não economizaram nas palavras para enaltecer a atitude altaneira do Poder Legislativo trespontano, como José Henrique Portugal (PMDB), que lembrou que isto já acontece na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e no Congresso Nacional. “Os movimentos que estão acontecendo estão nos cobrado transparência”, ponderou.

Para o vice presidente Geraldo Messias (PDT), a mudança precisa começar de baixo para cima, já que nas outras esferas as ações políticas estão vergonhosas.

Francisco Botrel Azarias (PT) se sente feliz em vencer esta etapa, quando a sociedade espera que as decisões sejam abertas e claras. Repetiu que o voto secreto é a porta aberta para a mentira.

O autor da mudança, o vereador Paulo Vitor da Silva (PSL) agradeceu aos vereadores que votaram em primeiro turno e do apoio que teve para colocar a proposta em tramitação na Casa Legislativa. Citou a reportagem publicada pela Equipe Positiva, que encheu de expectativa os trespontanos, por uma medida que já foi tentada há bastante tempo. Para Paulinho, os eleitores precisam saber quem está dando “sim” e “não” o que se torna impossível com o voto secreto que não é público.

Sérgio Silva declarou seu voto favorável e justificou novamente que o momento político conturbado de antes o fez ser contrário. Revelou que não tem medo de votar, expõe sua decisão até quando é secreto, mas que é uma arma que o Executivo tinha para usar.

Alessandra Sudério Penha acha que poderia ter sido convidada a assinar a proposta, mas que votaria favorável.

Valerinha e Sérgio conferiam pela última vez os votos depositados na caixinha, que trouxe muitas vezes surpresas e desabores
Valerinha e Sérgio conferiam pela última vez os votos depositados na caixinha, que trouxe muitas vezes surpresas e desabores

Os vereadores aprovaram por unanimidade o fim do secreto, mas não aposentaram por enquanto a urna, já que a votação precisa ser formalizada oficialmente. É que nesta sessão foi incluída na pauta de votações, o Projeto de Decreto Legislativo, do vereador Paulo Vitor, que concede o Título de Cidadania Honorária Trespontana ao Pastor Samuel Henrique Bellico da Silva. Ele é da Igreja Internacional da Graça de Deus, natural de Belo Horizonte e está em Três Pontas desde 2013. A homenagem foi aprovada, e certamente, a última vez que a secretária da Mesa Diretora Valéria Evangelista (PPS) passou a caixinha de votação nas bancadas.

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