*Ainda não há informações ou mesmo perspectivas sobre as medidas do Governo Federal em apoio à cafeicultura que deveriam ter sido divulgadas na quinta-feira, 14 de novembro

Ainda não há informações ou mesmo perspectivas sobre as medidas do Governo Federal em apoio à cafeicultura que deveriam ter sido divulgadas na quinta-feira, 14 de novembro. No Ministério da Fazenda, da Agricultura e no Departamento de Café do Mapa todos afirmaram, por meio de suas assessorias de imprensa, ainda não terem informações nem mesmo se suas lideranças estariam em reunião para definir, aprovar e anunciar essas medidas.

Segundo o superintendente da Cooparaíso, Francisco Ourique, os primeiros indicativos não são positivos e os boatos que chegam de Brasília são de que o governo estaria estudando dar aos cafeicultores um prazo de espera de 120 dias. “Nesse período, ninguém paga, ninguém recebe, as operações ficam congeladas. Mas isso não é suficiente, já que os custos continuam correndo, continuamos adubando e tratando dos cafezais. Em quatro meses, ou o mercado se recupera um pouco das fortes perdas ou estaremos todos mortos e enterrados”, lamentou.

Ourique diz ainda que todo o trabalho que deveria ter sido feito pelo Ministério da Agricultura foi concluído, entretanto, as negociações estariam emperradas no Ministério da Fazenda. Para o representante da Cooparaíso, o ministro Guido Mantega está alheio à situação real e drástica da cafeicultura brasileira e “é um economista reacionário, retrógrado. O mercado está só observando essa falta de clareza, de medidas e de política para o café no Brasil. Enquanto não radicalizarmos a linguagem e as atitudes, não veremos mudanças”.

Completando as expectativas negativas, João Abrão, diretor do Sindicato Rural de Altinópolis/SP, afirma que este ano as medidas propostas pelo Ministério da Agricultura não estão sendo discutidas com o representante da Comissão de Café da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), que é o canal dos produtores com o governo, como tradicionalmente acontecia em episódios anteriores.

“Há um desrespeito grande com os cafeicultores do país que é o maior produtor do mundo. Antes, a CNA negociava os votos com o governo e isso não está acontecendo esse ano. Como são encaminhadas medidas que não foram discutidas com o setor?”, diz. “O Mapa não está bem informado sobre o que está acontecendo com os produtores e não há uma discussão entre produtores e ministérios”, completa Abrão.

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