Colheita de café. Foto: Cléverso Beje/FAEP

Em análise dos dados pluviométricos da estação de Três Pontas, verificamos que a partir do mês de novembro de 2016, a precipitação mensal foi sempre inferior ao mesmo mês do ano anterior, principalmente nos meses de enchimento de grãos. Grande atenção pode ser dada para os meses de janeiro, fevereiro e março de 2016 que acumularam 669,7 mm enquanto o mesmo período de 2017, resultou em apenas 341,1 mm (Tabela 1).

Baixas precipitações nos meses de enchimento de grãos também foram verificadas nos demais municípios de atuação da Cocatrel (Nepomuceno, Coqueiral, Santana da Vargem, Carmo da Cachoeira e Ilicínea). Esse baixo índice pluviométrico ocasiona alta infestação de doenças a exemplo de cercosporiose e desequilíbrios fisiológicos e hormonais, que prejudicaram a granação das plantas e possivelmente causam queda de produtividade. Como consequência disso, verificamos que os cafés recebidos na Cocatrel referentes a safra agrícola 2016/2017 possuem maior quantidade de grãos miúdos ou de peneira baixa. A fim de exemplificar esse fato, observamos que na safra do ano anterior verificamos média de 35% de peneiras 17/18, consideradas peneiras altas, porém nessa safra a média de peneira alta é até então mais baixa, cerca de 22%.

Tabela 1- Precipitação mensal em mm registrada na cidade de Três Pontas

Outro fato é a ocorrência de chuvas nos meses de colheita do café (altas precipitações verificadas nos dias 19 de maio, 12 e 13 de junho de 2017), onde foi necessário a interrupção da colheita que já havia se iniciado em algumas propriedades ou atraso da mesma nas propriedades em que a colheita logo se iniciaria. A ocorrência destas chuvas provoca a queda de frutos, provocando a fermentação dos mesmos pelo contato direto com o solo o que resulta na perda da qualidade e, consequentemente, valor de mercado. Além disso, as chuvas também atrapalham na secagem dos grãos já colhidos e que se encontram no terreiro.

Nesse contexto, temos verificado na área de atuação da Cocatrel que essas chuvas derrubaram cerca de 10-15% dos frutos. Desse total dos frutos que encontram-se no chão, possivelmente parte desse total não deverão ser aproveitados, resultando em perdas diretas na safra tanto qualitativas quando quantitativas.

(Fonte: site Cocatrel – colaboração: Thamiris Bandoni Pereira- Engenheira Agrônoma da Cocatrel e Manoel Rabelo Piedade- Superintendente Comercial)