Por Marcos Venício de Mesquita – Advogado

A semana Nacional do Trânsito é comemorada anualmente entre os dias 18 e 25 de setembro. Este ano o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) definiu como tema a ser trabalhado pelos órgãos do Sistema Nacional de Trânsito e pela comunidade “Minha escolha faz a diferença no Trânsito”, tema que acompanha a evolução das ações de companha de educação de trânsito do Denatran de anos anteriores, e acompanha ações da “Década Mundial de Ações para Segurança do Trânsito – 2011/2020”.

A principal finalidade segundo o Contran é conscientizar o cidadão de sua responsabilidade no trânsito, valorizando ações do cotidiano e visando a participação de todos para o alcance da segurança viária. No trânsito, boas atitudes entre condutores e pedestres tem o poder de promover o respeito e a cidadania. É essencial saber agir corretamente frente as diversas situações do dia a dia no trânsito, reconhecendo e alterando maus hábitos e posturas negativas.

Em países onde a cultura do carro é mais valorizada, como é o caso do Brasil, verificam-se diversas iniciativas em discutir o tema. No entanto, poucas medidas são colocadas em prática, visando apresentar soluções.  O nível mundial, o motorista brasileiro é um dos mais agressivos no trânsito. Mas, de onde vem essa agressividade?

O comportamento agressivo no trânsito decorre de um histórico de episódios e condutas dessa natureza que já acompanham o individuo em sua jornada.

Psicólogos e analistas que estudam episódios de violência e agressividade atribuem esse tipo de conduta a alguns mecanismos de sobrevivência relacionados à perpetuação da espécie. O cérebro réptil, que é a parte do cérebro humano responsável pelo instinto de sobrevivência e reprodução, é quem comanda as reações de agressão ou fuga diante do medo e do estresse. É graças a essa parte do nosso cérebro que reagimos por meio da agressividade em situações desta natureza.

No trânsito, os estímulos externos que acabam despertando a ação do cérebro réptil são o barulho, o calor, os engarrafamentos, a sensação de anonimato e o sentimento de impunidade, muitas vezes decorrentes da ausência de fiscalização.

Segundo os especialistas em trânsito (Dr. Leon James) três estágios diferentes são identificados e que acabam determinando o comportamento do condutor. São eles:

Impacientes: são os casos dos motoristas que não obedecem a sinalização, andam em velocidade acima do permitido e bloqueiam cruzamentos, por exemplo. Esses motoristas agem de forma adversa aos outros motoristas, mas acabam oferecendo um menor grau de periculosidade no trânsito.

Combativos: são aqueles que querem medir forças. São motoristas que impedem outros motoristas de realizar conversões ou mudar de faixa. Em geral, usam gestos obscenos e xingamentos para ameaçar outros condutores. Muitas vezes esses motoristas ignoram distâncias seguras e contam bastante instabilidade emocional. Esse tipo de motorista acredita que sua conduta está causando um bem a sociedade, pois ao agir de forma agressiva pensa em estar punindo outros motoristas.

Negligentes: são aqueles motoristas que não enxergam as consequências de suas condutas. São aqueles que andam em velocidades altas, não sinalizam, dirigem entorpecidos ou alcoolizados. Trata-se do pior grau de agressividade e motoristas que apresentam esse tipo de comportamento acabam demonstrando riscos emmaior grauaos demais motoristas, pedestres, ciclistas e motoqueiros. É claro que, numa linguagem mais simples, tudo isto esta ligado tambéma imprudência e irresponsabilidade.

Mas o que diz a psicologia de trânsito?  Bem, este assunto será objeto da próxima edição.

Marcos Venício de Mesquita – Advogado

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Fonte: Celso Alves Mariano – Especialista em trânsito- Diretor do Portal do Trânsito

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