O enfermeiro Heleno Carlos dos Santos de 62 anos assumiu em 1º de janeiro, uma das pastas mais importantes da Administração do prefeito de Três Pontas Dr. Luiz Roberto Laurindo Dias (PSD).

Prestes a se aposentar, o servidor público concursado que já ocupou a Secretaria Municipal de Saúde durante 9 meses, no mandato do ex-prefeito Tadeu Mendonça (PV), está de volta no cargo, com um grande desafio para os próximos quatro anos, já que a saúde é a prioridade número do atual governo, que durante a campanha apontou as falhas do setor e prometeu gerir de forma técnica para amenizar as dificuldades principalmente daqueles que mais precisam dos serviços de saúde.

ENTREVISTA
Secretário Municipal de Saúde
Heleno Carlos dos Santos

Porque você aceitou assumir a Secretaria Municipal de Saúde?

Desde o lançamento da candidatura do Dr. Luiz Roberto, me prontifiquei, que se ele ganhasse as eleições eu estaria disposto a ajudá-lo , por isso aceitei o convite, mesmo sabendo que não seria fácil.

Qual será o maior desafio a frente da Secretaria?

O maior desafio em frente a Secretaria de Saúde esta em atender a enorme demanda de solicitações de exames, principalmente exames de imagens como densitometria óssea, ressonância magnética. Também da carência de veículos para transporte de pacientes e outros serviços nos tem tirado o sono.

Qual a diferença desta área de agora de quando você foi secretário na Administração do ex prefeito Tadeu Mendonça?

A diferença agora para a época do Tadeu esta a parte estrutural, pois os serviços de uma maneira geral foram ampliados, pactuações foram feitas e como sempre, as esferas estaduais e federal sempre deixam um pouco a desejar. E hoje com as redes sociais, as criticas são na velocidade da luz. 

Como você encontrou a Secretaria Municipal de Saúde?

Com exceção as questões dos exames, as demissões ocasionadas pela gestão compartilhada e a carência de veículos, o corpo de funcionários concursados permaneceu e isso ajudou e ajuda muito. 

A Secretaria de Saúde tem recursos suficientes para atender toda a demanda?

Veja bem, recursos sempre tem e vai ter. Por isto quando a situação aperta, temos que apelar para nossos deputados majoritários em nossa cidade. No caso, o deputado federal Diego Andrade e o deputado estadual Mário Henrique (Caixa). 

Como priorizar os casos mais graves ou que exigem mais atenção?

Na Secretaria de Saúde, priorizar os casos mais graves é muito complexo, isso porque quando a solicitação de exames ou outros chegam, não há como você dizer ao “cliente” um nível de prioridade, pois cada um que ali chega, já vem com o pensamento formado de que seu caso é mais grave. Isso sem contar as solicitações judiciais. 

As pessoas reclamam da fila nos postos de saúde e na demora do atendimento no Pronto Atendimento Municipal. O que você pretende fazer para resolver isto?

Quanto as filas, elas retratam um problema social que é a falta de emprego. Muitas vezes, e olha que estou no sistema há 30 anos, o período em que a produtividade de saúde cai, é justamente no período da colheita de café. Então, salvo se tivermos profissionais médicos em excesso, as filas continuarão. Quanto a espera no PAM, ela se faz exatamente para educar o usuário de que aquela unidade é exclusiva para urgência e emergência e a classificação de risco feita pelo protocolo da Manchester (exigida e vinculada ao governo federal) se torna obrigatória para que recursos sejam passados ao município. 

O Dr. Luiz Roberto anunciou que está sendo implantado no PAM um protocolo de doenças. Como isto funciona e para que ele serve?

Os protocolos servem para doutrinar o Clínico a seguir uma conduta de tratamento que atenda o cliente dentro das condições que o serviço oferece, seja com medicamentos ou solicitações de exames.

Vocês já estão trabalhando para colocar em funcionamento o Posto de Saúde do bairro Peret e o Centro de Pediatria? Como a Prefeitura vai fazer para contratar os profissionais para atender nestas unidades que estão paradas há um bom tempo?

Para funcionamento das unidades citadas, primeiramente, se faz necessário o seu cadastramento junto a Gerencia Regional de Saúde (GRS) em Varginha. Feito os tramites legais, os profissionais para atuar no sistema com exceção do profissional médico, o restante somente mediante concurso público.

O que a Administração tem feito para reabrir o Posto de Saúde da Vila Marilena que foi fechado? É possível dar uma previsão de quando ele será reaberto?

Conversamos hoje com deputado Diego Andrade apara locar recursos se não para reforma então que o faça para construção tão próximo ao interditado. Mas a principio não temos previsão.

Apesar da Prefeitura fornecer na Farmácia Básica os medicamentos que são oferecidos pelo SUS a população sempre reclama que não é suficiente. Como resolver isto diante de um orçamento apertado?

Quanto a questão de medicamentos, a clientela de certa maneira reclama pela comodidade. Muitos medicamentos que esporadicamente podem faltar na farmácia municipal são oferecidos nas farmácias populares. Mesmo assim, alguns medicamentos que eram oferecidos através de processos pelo governo estadual começaram a faltar e mais uma vez a responsabilidade recai sobre o Município.

O prefeito Dr. Luiz Roberto anunciou que vai mudar a Farmácia Básica para o Almoxarifado. Mas está em construção uma farmácia no bairro Alcides Mesquita, ao lado do PSF. Quando a obra ficar pronta, a intenção é manter as duas ou centralizar o atendimento em um único lugar?

A intenção quanto as farmácias é manter as duas, até porque a estrutura física da farmácia básica em construção junto ao PSF é bem menor do que hoje é exigido pela Farmácia Municipal que aloja armazenamento e distribuição.

Pessoas que passaram pelo cargo reclamam das demandas judiciais que precisam ser cumpridas imediatamente. Você já enfrentou isto em menos de um mês como secretário? Como você está lidando com isto?

Quanto as demandas judiciais elas incomodam porque como saúde pensamos coletivamente e as demandas judiciais individualmente. Vejo também, que o direito é de todos, mas como administrador eu tenho que ter a consciência de que muitas vezes temos que suprimir do coletivo em função do individual. Mas volto a dizer, direitos são direitos o que tinha que mudar era a constituição. Enquanto isso não acontece vamos exercer nossa função que é atender da melhor maneira possível essa população. 

A Administração pretende ampliar os recursos que são repassados ao Hospital São Francisco de Assis?

Quanto a questão do Hospital, a intenção é trabalhar em conjunto, pois a melhoria do hospital vai refletir em melhor atendimento pra uma população na qual nós e nossos amigos e familiares também fazemos parte. 

A Equipe Positiva divulgou que estudos apontam que apesar do número de casos de Dengue estarem caindo, a Zika e o Chikungunya estão crescendo. Quais as ações a Secretaria de Saúde pretende realizar para impedir que uma nova epidemia aconteça como em 2015?

Quanto a questão das endemias provocadas pelo mosquito, realmente se não houver uma conscientização da população, o poder público nada pode fazer. Todo trabalho de panfletagem, visitas e fumacê pelo município será apenas medidas paliativas, mesmo porque, o grande criadouro do mosquito esta nas residências. 

Uma das alternativas para acabar com as filas nos postos de saúde como foi prometido, seria aumentar o número de equipes do Programa Saúde da Família?

A questão do PSF seria realmente atender de uma maneira ampla o morador daquela região em que ele esta inserido, mas devido ao programa do governo Dilma “Mais Médicos”, quando profissionais ainda não familiarizados com a realidade brasileira iniciaram o atendimento, ficamos um pouco a desejar. Esse é um programa que todos devem estar de mangas arregaçadas para trabalhar e muitas vezes isso não acontece. Temos hoje 5 equipes, sendo 3 na zona urbana e dois na zona rural que se bem estruturados dariam uma boa resposta a população. Vamos trabalhar pela sua ampliação, mas com os pés no chão e com cautela para não darmos o passo maior que a perna.

O que você espera para a saúde de Três Pontas, nestes próximos quatro anos?

Eu espero que possamos dar de resposta para população um atendimento mais humanizado, uma atenção as suas necessidades coerente com o que nos podemos oferecer. Que o nosso não como resposta não seja frio e sim um não trabalhado tendo em vista o sofrimento de quem nos procurou. Eu sou sensível ao sofrimento do outro, pois por muitas vezes estive do outro lado e sei como é ser tratado com frieza e arrogância por quem está do outro lado da mesa.

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