O Ministério Público e a Polícia Militar cumpriram pelo menos três mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (22) após investigações da Operação “Plano Pirata”. No alvo das investigações realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), estão um ex-diretor e um ex-contador do Instituto de Saúde dos Servidores Públicos de Varginha (ISA). O MP apura um desvio de mais de R$ 1,7 milhão do instituto.

Segundo comunicado do MP, os dois funcionários foram denunciados por dois tipos de crime. As investigações apontaram pelo menos 368 crimes de peculato e três delitos de lavagem de dinheiro.

Foram encontrados saques de cheques do instituto em agência da Caixa Econômica Federal, empréstimo com desconto na conta e aumento fraudulento de salários. O MP também identificou bens em nome de terceiros e dos próprios denunciados.

“O peculato ocorria tanto por intermédio de saques de cheques nominais principalmente ao contador e também, por intermédio de dois outros expedientes, que era a alteração fraudulenta do salário para mais, bem como a realização de empréstimos pessoais que eram debitados na conta do instituto. Esses fatos constam já na denúncia. Além disso também se apurou, o desconto de cheques para o pagamento de contas, com a falsificação das autenticações dessas contas. No que se refere à lavagem de dinheiro, foi apurada a aquisição de imóveis e móveis em nomes de terceiros e também a realização de reformas e benfeitorias em imóveis próprios dos investigados”, disse o coordenador do Gaeco, o promotor Igor Serrano (foto acima).

Conforme o Ministério Público, já foram pedidos o bloqueio e o sequestro de bens dos denunciados.

Os mandados expedidos pela Justiça foram cumpridos em Varginha e Santana da Vargem (MG) durante a manhã. Durante o cumprimento do mandato de busca, a polícia encontrou uma granada na casa do ex-diretor do instituto, Samuel Mudesto. Ele disse que levou o artefato explosivo para casa quando serviu o Exército, em 1980. Por causa da granada, o ex-diretor foi levado para a delegacia.

O advogado de Samuel Mudesto, Rômulo Azevedo Ribeiro, informou que foi o cliente quem fez a denúncia ao prefeito de Varginha e ao Ministério Público de Varginha no ano passado. Ele disse ainda que o cliente dele não é acusado no processo e somente foi preso porque a polícia encontrou um “souvenir” de uma granada na casa dele. O advogado informou que solicitou vistas do processo e da investigação.

Segundo a assessoria da prefeitura de Varginha, as investigações partiram após denúncia do próprio poder Executivo. O ISA estava em processo de extinção e passava por uma auditoria para levantamento dos bens. Durante o processo, foram encontradas irregularidades. Diante dos fatos, o prefeito Antônio Silva solicitou o encaminhamento da auditoria ao Ministério Público. (Com informações do G 1 Sul de Minas)