Líderes das igrejas Católica e Evangélicas foram convidados para um café na tarde desta terça-feira (12), na Santa Casa de Misericórdia do Hospital São Francisco de Assis, em Três Pontas.

O objetivo do encontro foi demonstrar a eles a situação financeira da instituição que atende a 153 mil habitantes nas cidades que fazem parte da microrregião e tem o Hospital como referência e explicar que uma maneira encontrada pela direção para amenizar o sofrimento financeiro, é através do Carnê Viva Mais Saúde, lançado em dezembro de 2017, proporcionando assim, uma contrapartida à população que tanto já ajuda a Santa Casa. “O povo trespontano já contribui demais conosco. No caso do Carnê eu costumo dizer que é a doação do ganha-ganha. Ganha quem colabora e ganha a Santa Casa que consegue renda para se manter aberta”, afirmou o provedor Michel Renan Simão Castro.

O pedido é que os padres e pastores, divulguem nas celebrações, missas e cultos, a importância mútua do Carnê. Uma equipe de quatro pessoas, está trabalhando na comercialização do carnê desde dezembro do ano passado. Ele já funciona bem em São Lourenço e tem 6 mil vidas e garante uma renda importante para a Santa Casa de lá. Três Pontas tem uma meta parecida, mas é preciso muito trabalho para alcançar seus objetivos, principalmente contar com o apoio dos empresários.

Quando a atual equipe assumiu a direção da Santa Casa, o projeto foi feito em três pilares. Primeiro conhecer o seu funcionamento. Depois adequar as finanças e já está no terceiro de dar sustentabilidade à instituição. “Hoje a única maneira de conseguirmos isto é o cidadão que utiliza dos nossos serviços aderirem ao Carnê”, avalia o provedor Michel Renan.

Um dos voluntários é o ex gerente da agência do Banco do Brasil em Três Pontas Eduardo Cordeiro. Ele trabalhou na cidade entre 2010 e 2013, e depois que se aposentou, resolveu voltar para a Capital Mundial do Café e recebeu o convite de Michel para junto com Ruyzinho Campos Quintão colaborar neste projeto que ele acredita ser fundamental para a saúde dos trespontanos. “Achei uma solução excelente e estamos motivados em buscar pessoas e empresas que queiram estar conosco”, explanou Eduardo.

Três empresas já assinaram contrato com a Santa Casa em adesão ao Carnê. A Politubos, a Construtunel e o Cartório do 2º Ofício já garantiram esta vantagem aos seus colaboradores. O contrato do Cartório foi assinado neste encontro no Hospital com o Escrevente Substituto Gustavo Veiga de Oliveira(foto). Lá são quatro funcionários, que além de ficarem mais contentes, terão uma opção a mais para cuidarem da saúde. “Eles também ficam engajados neste apoio à Santa Casa que tanto precisa. Assim que eu soube já quis adquirir o carnê. Aconselho as outras empresas a fazer o mesmo, e ajudar o nosso Hospital que só traz benefícios a nossa comunidade”, diz Gustavo.

O que oferece o Carnê do Hospital 

O Carnê Via Mais Saúde, é uma forma de contribuição fixa que oferece acesso aos serviços no próprio Hospital e a descontos de até 40% de parceiros conveniados. São dois tipos de contribuição – o individual no valor R$70,00 mensais, familiar cuja contribuição é de R$120,00 (com inclusão de cônjuge e filhos até 22 anos) e também o empresarial com valores especiais. Qualquer uma das contribuições oferece internação em quarto particular com 2 leitos, diárias ilimitadas, acompanhante e visitas liberadas, descontos em exames realizados pelo Hospital, como Ultrassonografia, Raio X e exames laboratoriais e até 40% em consultas médicas com médicos credenciados e em lojas associadas da Associação Comercial e Agroindustrial de Três Pontas (Acai-TP). Através do telefone 3265-9700 ou 3265-4209 é possível obter mais informações e agendar uma visita de um dos vendedores. 

Falta de repasses do Estado acumula R$4 milhões

Não basta enxugar ‘máquina’, fazer uma gestão eficiente se os recursos não chegam. De acordo com o provedor Michel Renan, o Governo do Estado de Minas Gerais, já acumula novamente o montante de R$ 4 milhões com o Hospital São Francisco de Assis. A entidade necessita incensantemente da contrapartida dos entes da federação, principalmente do Estado, que precisa tratar as Santas Casas com responsabilidade. Na prestação de contas feita na semana passada, foi demonstrado que a Santa Casa devia R$19,5 milhões. A direção conseguiu amortizar R$5 milhões no passivo total, valor bastante expressivo, obtido através de negociações com fornecedores, Governo Federal, Cemig, entre outros. As contribuições que vieram das emendas parlamentares dos deputados e das doações da população também pesaram para este bom resultado.

A situação em Três Pontas não está tão grave porque tem uma série de ajudas que o Hospital recebe que garante as necessidades básicas, como a compra de medicamentos. Porém, Michel lamenta que não foi possível pagar o salário dos profissionais médicos que está atrasado.

Um dos motivos que faz com que a conta não feche, é que além dos repasses não chegarem, eles são menores do que as despesas. É preciso readequar os valores repassados, porque haverá um dia que não se conseguirá condições de atender pacientes. Consequentemente serão vidas que terão se arriscar em outras localidades, onde também já não se tem condições de absorver os moradores de Três Pontas.

Protesto das Santas Casas

Na próxima quinta-feira (21), durante todo o dia Três Pontas irá sediar um protesto das Santas Casas do Sul de Minas, que sofrem com a falta de repasses. O Hospital da cidade será o anfitrião e lidera este movimento que se estenderá durante o dia todo.

De manhã, haverá uma reunião no Auditório da Associação Comercial e Agroindustrial (Acai), com autoridades dos municípios, prefeitos, secretários de Saúde, promotores de justiça, provedores e administradores dos hospitais, entre outras lideranças regionais para debater o assunto. Entre as presenças está confirmada a vinda de Katia Rocha, presidente das Federasantas, que é a associação que rege as entidades.

Entre os objetivos está também fazer uma parada simbólica, demonstrando a vitalidade das instituições. Se pararem realmente, haverá um problema tão grande quanto foi o caso dos caminhoneiros. “Da forma que está caminhando, as entidades podem parar porque não está havendo repasses de recursos e sem eles não há condições de fazê-las funcionarem”, explica o provedor.