A Fazenda Pedra Negra está completando em 2015 seus 100 anos e foi beneficiada por uma iniciativa que contempla o Brasil, que resgata e revigora um importante símbolo da cafeicultura de Minas Gerais. O projeto “Tudo de cor para você”, da Tintas Coral, presenteou a Fazenda com uma nova pintura das edificações. O local, as margens da MG 167, entre Três Pontas e Varginha, abriga um hotel charmoso e acolhedor e o Museu do Café. A revitalização é a primeira iniciativa do projeto no Município e foi justamente na zona rural.

A entrega aconteceu na manhã desta quinta-feira (02) e reuniu autoridades do Estado, do Município, as empresas parceiras e o padrinho do projeto que indicou a propriedade centenária para ser a beneficiada, o cantor e compositor Milton Nascimento. Recepcionados com um famoso cafezinho e o tradicional pão de queijo, o ato foi uma mistura da cultura, relembrando a história de Três Pontas que completa nesta sexta-feira (03), 158 anos de emancipação politico administrativa e que passou pela Fazenda, e da arte, com a presença de Milton e de seus fãs, artistas anônimos da Cidade que cantaram e dançaram à ele e aos convidados. A cerimônia foi rápida, com apresentações de crianças e adultos que integram o Coral Laroc Lacov e homenagens aos responsáveis pela obra, como Letícia Martins da Costa Garcia, Clélia Miari Costa e Déa Martins da Costa Garcia, representantes da Miari e Cia.

Autoridades e convidados foram recebidos no Museu do Café
Autoridades e convidados foram recebidos no Museu do Café

A Fazenda Pedra Negra, está em processo de tombamento pelo patrimônio histórico do Estado, é um dos principais pontos turísticos da região e é bastante visitada por gente de todo o Brasil.

As cores branca e azul foram mantidas, mas agora realçaram e transformaram o prédio central da fazenda e trouxeram encanto às dependências do Museu, com mobiliário e equipamentos que contam todo o  processo de cultivo do café. São terreiros de café históricos, antigos armazéns, tombados pelo Patrimônio Histórico e uma arquitetura que leva, em uma experiência única, de volta ao Brasil Colonial. “Tudo isto que está acontecendo hoje é a demonstração do nosso trabalho que não para. Esperamos que isto resulte em um maior movimento no Hotel e no Museu e que sejamos contemplados com o tombamento histórico estadual”, conta a proprietária Isaura Maria de Resende.

As cores foram usadas mantidas e realça as características arquitetônicas e da história do casarão
As cores foram mantidas e realçam as características arquitetônicas e a história do casarão

O gerente regional da Coral-AkzonNobel do Estado de Minas Gerais Paulo Ferreira Soares, esclarece que este é o maior projeto sócio ambiental da marca que restabelece a cultura, resgata os patrimônios históricos e leva cor à vida das pessoas. Diretamente ajuda a conservar e manter a estrutura que marcou a história de um povo. “É um presente para a Cidade e é motivo de alegria para nós e para poucas empresas que tem este foco social”. As demandas são enormes e apresentadas em lugares de todo o Brasil. É necessário que seja algo relevante, reconhecido pela Comunidade. Exemplo disso, é o Estádio Municipal Dilzon Melo em Varginha, que também já foi beneficiado com a pintura completa e que haja um padrinho, como no caso de Três Pontas, Milton Nascimento que na infância frequentava a Fazenda.

O mais assediado é claro foi Milton Nascimento. Ele tirou fotos, distribuiu autógrafos e em entrevista à imprensa contou que ia muito a fazenda acompanhado de sua mãe. Ajudar a revitalizar, mesmo que com uma indicação aquele local é motivo de satisfação e orgulho. Há um bom tempo sem visitar Três Pontas publicamente, Milton disse que é sempre bom estar aqui.

O prefeito Paulo Luis Rabello (PPS), registrou a força do filho ilustre, Milton Nascimento, capaz de conseguir a revitalização de um dos vários pedaços da memória trespontana. Depois, voltou a 100 anos, quando a cidade de Três Pontas tinha o café como base de sustentação da sua economia, e isso fez aportar na cidade um grande homem chamado Coronel Domingos Monteiro de Resende – o Coronel Minguta. “Esse homem teve suma importância para o desenvolvimento do município e ajudou a promover grandes obras para a modernização da cidade, como a Companhia Viação Férrea Trespontana, o Campo de Aviação e a Capela São Francisco de Assis”. Concluiu justificando, o que chamou de “vitória cultural e histórica” para o município de Três Pontas a obra, justificando a inegável importância da Fazenda Pedra Negra para a construção da cidade nos dias de hoje.

O secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais fica feliz por vir a Três Pontas. Por muitas vezes teve que adiar sua visita ao Museu do Café, a convite de Isaura, mas que participar deste momento em que a Fazenda completa 100 anos e é revitalizava, parece algo magnífico. Ex-prefeito de Ouro Preto ele acompanhou a pintura da ladeira de Santa Efigênia na sua cidade e é testemunha de quanto o projeto é fundamental. Ao Museu considera que todos os espaços da propriedade tem um pouco de história, desde os jardins, os terreiros de cafés, a sede e as casas, refazem a memória de como tudo aquilo funcionava. “O Governo de Minas está empenhado em trabalhar a cultura e a agricultura, em cada ponto do Estado”, assegurou.

Conheça o projeto

Os pintores que trabalharam na obra junto a proprietária da Fazenda Isaura Resende
Os pintores que trabalharam na obra junto a proprietária da Fazenda Isaura Resende

Foram mais de 740 litros de Tintas Acrílico Total doadas pela Coral em parceria com o Clube da Casa – Miari e Cia e o Café Bom Dia na Fazenda Pedra Negra. A loja mobilizou a comunidade para participar com a mão de obra. Uma equipe de 8 pintores trabalhou durante três semanas, no Museu, nos terreiros de café e na escola.

Mais de 708 mil litros de tintas já foram usados para renovar mais de 6.576 imóveis em comunidades de diferentes regiões do País, localizadas em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Olinda, Porto Alegre, Ouro Preto, Porto Seguro, Florianópolis, Fortaleza, Paraty, João Pessoa, Recife e Mauá. O “Tudo de cor para você” é o principal projeto socioambiental da Tintas Coral.

E se a Coral está revitalizando um patrimônio, esta é uma das iniciativas que não é apenas para levar mais cores para todo o Brasil, mas também combater à degradação de áreas e patrimônios históricos promove alegria, descontração e une moradores, voluntários e mais de mil funcionários em uma grande onda de pintura e conservação das áreas escolhidas. Até mesmo os pintores são beneficiados, pois recebem capacitação e já são mas de 3.855 aprendizes formados pelo projeto.

A Fazenda

O nome vem de uma grande pedreira, desativada há muito anos, que contorna boa parte da propriedade, sendo algumas visíveis e outras cobertas pela vegetação. Desde 1873, a fazenda vem sendo constituída e em 1954 funcionava como propriedade de Domingos Monteiro de Resende. A produção cafeeira foi iniciada em 19 alqueires, em 1893, chegando a 1.300 alqueires em 1954. Com boa altitude e terras férteis, a colheita já chegou a 6 mil casas por ano, sem a utilização de produtos químicos e maquinários, tão comuns nos dias de hoje. Na época viviam na propriedade 60 famílias de trabalhadores rurais.

O então proprietário teria deixado a seus herdeiros a Fazenda Pedra Negra com 665 alqueires de terra, além de outras propriedades. Domingos Monteiro, Coronel Minguta como era chamado, morreu no dia 15 de abril de 1954, na Fazenda Pedra Negra, aos 80 anos de idade.

O Hotel Pedra Negra tem capacidade para 25 hóspedes e um grande poder de atrair as atenções, tanto na estrutura com o bom jeitinho mineiro de acolher os visitantes como também na culinária. Quem passa por lá, sente o aroma do café torrado e moído lá mesmo, o sabor do pão de queijo e o gostinho destes 100 anos de história.

O Museu do Café foi inaugurado em 2002, na administração da ex-prefeita Adriene Barbosa de Faria Andrade em parceria com o Centro de Comércio do Café, do interesse e foi idealizado com a preocupação de preservação do patrimônio histórico, por parte de Isaura Maria de Resende, herdeira da propriedade, erguida pelo avô, Domingos Monteiro de Resende, no século XIX.

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