Por Loui Jordan

Sabe quando você prioriza uma coisa e as coisas não saem como esperado? Então, o Atlético Mineiro conhece muito bem isso. No jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, Chapecoense e Atlético se enfrentaram em Santa Catarina, na Arena Condá. E após o primeiro jogo não ter saído do zero, outro empate sem gols aconteceu e nos pênaltis a Chape levou a melhor.

No primeiro tempo o jogo foi equilibrado em partes, o galo tinha mais a bola e não conseguia penetrar na defesa adversária e a Chape criava pouco. As grandes jogadas só saíram de bola parada, principalmente para a o time da casa. A etapa final continuava no mesmo caminho, porém com mais volume dos dois lados, os goleiros Jandrei e Victor eram os nomes do jogo e impediram que o placar fosse aberto. Fábio Santos ainda foi expulso já no final, o Atlético perdia ali seu principal cobrador de pênalti e que mais tarde faria falta.

O juiz apita o final dos 90 minutos, nos pênaltis, Ricardo Oliveira que quase fez um gol de cabeça abriu a série e viu Jandrei defender. O time de Chapecó abriu uma boa vantagem pois só errou com o lateral esquerdo Bruno Pacheco na quarta cobrança, Roger Guedes que é destaque da equipe mineira também desperdiçou uma cobrança e coube a Rafael Thyere fazer 4 a 3 e colocar o verdão do Oeste nas quartas de final.

A pergunta que se tem a fazer é, como pode um time com uma folha salarial altíssima ver o resto do ano com apenas um campeonato? São muitos os erros, já faz um tempo que o galo tem um elenco com jogadores em final de carreira. Muitas das vezes, um grupo sem vontade, no início do ano Fred deu adeus e foi para o rival, para o lugar dele trouxeram Ricardo Oliveira que também já possui uma idade avançada.

Não podemos esquecer que Oswaldo de Oliveira foi demitido e até hoje o interino Thiago Larghi comanda o time. É claro, ele já não é mais interino, porém ninguém da diretoria se manifestou de forma efusiva sobre efetivá-lo no cargo. Depois dessa derrota, é possível que se fale em outros nomes para ocupar a vaga de treinador.

O atlético fez uma campanha razoável no mineiro onde chegou a flertar com o título, o melhor jogo foi no primeiro confronto da decisão. O time mostrou garra e determinação, mas no segundo duelo o Cruzeiro levou o troféu contra um adversário sem lucidez e que durante a semana teve seu principal jogador provocando e acabando expulso, me refiro a Otero.

Na parte do futebol bem jogado, o time alvinegro tem deixado a desejar, embora seja um dos líderes do Brasileirão ao lado de Flamengo e Corinthians, suas atuações não são a das melhores. O time é refém das jogadas de Otero e tem em Roger Guedes e Gustavo Blanco talismãs, tem também Victor que sempre ajuda lá atrás. Mas mesmo com tudo isso reunido, o que chancela a temporada como uma decepção é o discurso sem nenhum planejamento e resultados que vendem ilusões aos torcedores.

O Presidente Sérgio Sette Câmara foi no mínimo desrespeitoso quando disse que a Copa Sul-Americana era a segunda divisão da Copa Libertadores e que a prioridade do galo era a copa nacional. Tendo isso em análise, o time colocou praticamente um elenco todo reserva em campo no segundo jogo, isso porque perdeu o primeiro de 1 a 0 para os suplentes do San Lorenzo na Argentina. O galo poderia até avançar nessa disputa, mas menosprezou o valor dela, e aí alguns dias depois falhou novamente na competição que o clube através de seu presidente e sua comitiva julgou ser mais atraente e por isso tinha sido priorizada.

Resumindo, só resta o Campeonato Brasileiro, nele são muitos os concorrentes e a vaga na Libertadores pode até vir, assim como o título. Até mesmo o criticado São Paulo e outros times como o furacão, estão em duas ou mais competições. O time de minas pela falta de opções, só pode priorizar uma competição e antes que o ano acabe em fracasso total, é necessário reforços e saídas, principalmente a retirada de gestões e estratégias dúbias e com o passar do tempo, constatadas como decepcionais.