Loui Jordan

O flamengo venceu o Bahia por 2 a 0 pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro, o jogo ocorreu no estádio Maracanã. O time do técnico Barbieri contou com os gols de Diego e Paquetá no primeiro tempo. O Rubro-negro retomou à liderança, o Bahia com a derrota ocupa a 16ª colocação. O jogo estatisticamente foi equilibrado, mas na maioria das vezes o Flamengo se impôs e colocou em campo uma postura dominante, embora o placar não tenha sido tão elástico.

Esse jogo é importante para demonstrar a sina de pressão, oscilação e muitas vezes deboche, o time carioca sofre com os bons e maus momentos dentro de campo e além de tudo, tem que ouvir de torcedores rivais, a fama de sempre nadar e morrer na praia. O time mais querido do país, ganhou seu último título de grande expressão em 2013, na ocasião o Flamengo levou a Copa do Brasil para casa. No meio desse turbilhão de coisas que aconteceram e acontecem com a equipe, as perguntas que realmente têm importância são, por que o Flamengo não engrena? O que falta para esse plantel dar liga e não oscilar tanto? O time está devendo para a torcida?

Pois bem, muitas vezes falta uma certa sintonia ao time, o Flamengo possui jogadores ligados nos 220, outros nem tanto. Paquetá é um exemplo da aceleração e velocidade no jogo, Diego é o oposto, pensa rápido, mas as pernas já não obedecem como antes. Bom dizer que temos muitas equipes de valor no Brasil e na América, mesmo assim, as vezes o time da Gávea transmite a impressão de que faltou sangue e garra. Uma hipótese interessante dos últimos meses é que ano após ano, o time muda de técnico e estilo de jogo. O problema é que todos os times vivem com essa opção de escolha também.

A oscilação se deve a três fatores: o primeiro é proposta de jogo. É nítido que as vezes o time titular não é o adequado para executar o jogo pretendido pelo técnico. O segundo ponto é a falta de equilíbrio coletivo que ocasiona em jogos apáticos como na final da Copa do Brasil de 2017. É verdade que o Flamengo se defendeu bem, mas com a bola no pé não teve vida alguma, tirando o atacante Guerreiro que estava querendo jogo. O Terceiro e último ponto é a variedade de competições em um calendário deficitário, fora é claro, a identidade que o time parece não ter ou melhor, ter perdido durante os anos.

Na Libertadores por exemplo, o Flamengo decepciona há muito tempo, o elenco parece não saber disputar e encarar o espírito da competição continental. Na parte de torcida e clube, a parte administrativa é cobrada por sua calma em alguns momentos, como o da saída do antigo treinador Rueda. Também é nítido que os jogos fracos em dedicação e empenho tem proporcionados cobranças fortes em cima dos jogadores. Contratações que deram erradas, como a de Marcelo Cirino, a passividade em casos como a falta de logística e estratégia na contratação de Everton Ribeiro que não podia disputar a Copa nacional e fez falta embora na época não estava jogando bem. A torcida não aceita jogador que parece estar descomprometido, jogador que esconde na hora que precisa.

Com tudo isso reunido, o time vai encarar o Grêmio nas quartas de final da Copa do Brasil. Conseguiu se classificar para a próxima fase da Copa Libertadores, coisa que a temporada passada não havia conseguido e hoje lidera o campeonato de pontos corridos. O que precisa ser avaliado segundo a torcida é a vontade e a raça, mas devemos ficar atentos, nem sempre o Flamengo ou um time de camisa que investe, vai se dar bem.

O futebol tem dessas coisas. Para o time de maior torcida do mundo voltar a ser vitorioso será preciso saber filtrar e assimilar o que mídia, opinião pública e gestão esportiva têm a dizer. Precisa de uma atenção redobrada e aperfeiçoar estilo, proposta e peças em campo para não se equivocar. No mais é uma pressão que é alimentada e pode atrapalhar. Hoje em dia, o Flamengo é exageradamente criticado quando perde ou se depara com uma sequência de derrotas. Quando o oposto acontece, se produz um arsenal de elogios e bajulações. Toda essa sina é perigosa e ao mesmo tempo, tem feito parte e só não pode se tornar um vício no qual ajude a processar os maus capítulos dos anos que se foram e que virão na trajetória flamenguista.