O fim do mandato do prefeito Paulo Luis Rabello (PPS), trouxe uma preocupação quanto a situação financeira da Santa Casa de Misericórdia do Hospital São Francisco de Assis de Três Pontas. Porém, o gestor municipal afirma que os repasses institucionais foram todos religiosamente repassados durante os quatro anos que esteve administrando o Município. Somente este ano, de janeiro até agora, foram R$10 milhões. Já a questão da subvenção ela é paga quando se tem recursos disponíveis, o que não ha neste tempo de crise. A dificuldade financeira é sentida em todo o Brasil, no estado de Minas Gerais que decretou Estado de Calamidade Financeira e que atinge diretamente os cofres da Prefeitura. “Além do Hospital, outras entidades e instituições que fazem um excelente trabalho e precisam, a gente reconhece, porém, eu não posso tirar do Orçamento o salário dos funcionários para repassar subvenção”, esclareceu. Tudo que foi repassado pode ser comprovado no Portal da Transparência ou na própria Prefeitura.

Durante a entrevista, Paulo Luis mostrou um documento assinado pela direção da Santa Casa pedindo que não fizesse determinado repasse nas contas do Hospital, pois havia o risco do dinheiro ser sequestrado, por causa de dívidas trabalhistas que não foram honradas. Como Paulo Luis entende que isto é burlar a lei, o dinheiro foi transferido como de costume. Por isto, na opinião dele, não estão dizendo a verdade para os funcionários e “querem jogar no ombro do prefeito a incompetência administrativa da Santa Casa”, disse.

Pessoalmente, o prefeito disse ter conversado com o provedor Mário Reis de Oliveira, que entende da situação, de que não ele não pode lançar mão do dinheiro que será usado para pagar os servidores públicos municipais.  Como também não se pode pegar recursos do ICMS Cultural que é uma verba carimbada, com destino certo para shows e desviar para outra finalidade.

Sobre a dívida que o Município teria sobre a prestação de serviço, o Chefe do Executivo responde que existem pessoas que chegaram “ontem” e já querem ditar normas na cidade, sem saber da história e do passado. Sem falar que a Santa Casa não tem certidões, como a CND (Certidão Negativa de Débito). Com ela, segundo o prefeito, a situação seria outra e vários deputados conseguiriam destinar emendas, mas o documento está vencido.

Sobre o projeto de lei aprovado pela Câmara, que destinou os recursos devolvidos pelo Poder Legislativo neste mês de dezembro, no valor de R$400 mil ao Hospital, o prefeito afirma que independente de vetar ou não, isto não é de competência dos vereadores e sim do Poder Executivo. “Eles não tem como determinar e ninguém pode contar com este dinheiro, bem como a subvenção”.

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…“querem jogar no ombro do prefeito a incompetência administrativa da Santa Casa”

Paulo Luis questionou iniciativas tomadas pela direção de comprar camas computadorizadas, aparelhos modernos de TV, se estão devendo seus servidores, fornecedores e o comércio de Três Pontas. “Isto é justo? É legal? Será se o provedor sabe disso. A Unimed teria feito um empréstimo, mas não se divulga se foi para despesas correntes. Assim, o prefeito deseja que tudo seja feito de forma transparente, por pessoas que tenham credibilidade, pois a confiança da população no Hospital está se perdendo a cada dia que passa.

Uma das iniciativas administrativas que ocasionam isto é por exemplo, denunciou o gestor, que o SAAE fez o repasse mensal da contribuição que os moradores fazem através da conta de água, mas o dinheiro foi usado apenas para pagar o salário do administrador hospitalar e o restante que tem família e compromissos a serem cumpridos ficam para depois.

Ele revelou pela primeira vez que avalizou a Santa Casa, em vários empréstimos na ordem de R$ 3 a R$4 milhões. O Hospital não lhe deu nenhum centavo de prejuízo, mas ele deu garantia no recebimento. Quando perguntamos porque ele nunca divulgou isto, a resposta foi taxativa. “Porque eu acho que o que a mão direita faz a esquerda não precisa ficar sabendo. Eu não achei necessário porque não fiz para aparecer, só pensei no povo”, adiantou. As operações foram feitas graças ao apoio que recebeu da Cocatrel que o ajudou a administrar o Município e contribuiu imensamente com a Santa Casa. Além da cooperativa, ele agradeceu especialmente ao Humberto Brito.

Próximo de terminar seu segundo mandato a frente de Três Pontas, o prefeito não esconde que fica ressentido, ao ver comentários nas redes sociais dizendo ser ele o culpado da situação, já que durante estes quatro anos sua intenção foi ajudar. “Não é o prefeito o culpado pela situação calamitosa da Santa Casa. Ela foi mal gerida e agora é preciso pessoas que deem as mãos”, concluiu.

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