O vereador José Henrique Portugal (PMDB), falou pela primeira vez sobre a derrota que sofreu no processo que elegeu o Presidente da Câmara para o biênio 2015-2016. Na conversa, Portugal disse que se orgulha de integrar o grupo politico de oposição e que queria vê-lo como presidente pela terceira vez da Casa Legislativa. Porém, ele lamenta e ficou triste com a intervenção que houve. A vitória dele era certa, bastava fazer as contas dos votos da oposição e mais os votos dos vereadores do PT. Segundo ele, houve traição dentro do próprio grupo. Os nomes, Portugal disse não saber por causa deles serem secretos, mas condena os que não tiveram palavra e se curvaram diante do Governo.

EQUIPE POSITIVA – Como você analisa o processo de Eleição para a presidência da Câmara, qual você foi candidato?

JOSÉ HENRIQUE PORTUGAL – Tive o prazer de participar dele, mas muito triste da forma em que ele ocorreu, com a intervenção externa ao Legislativo, ferindo a independência que neste deve ocorrer. Considerando que existia uma frente forte, por mim liderada, a pedido do grupo, para que eu fosse o presidente foi acertado por oito vereadores em sala fechada, num total descompromisso três não cumpriram o que ficou ajustado, razão pela qual eu tive quatro votos e o meu.

Que ajuste político foi este?

Foi fechado que os vereadores – Itamar Diniz, Paulo Vitor da Silva, Antônio do Lázaro, Joy Alberto de Souza, Edson Vitor “Piu” e eu, estes eleitos pela Coligação que apoiou o Dr. Luiz Roberto para prefeito e mais os vereadores do Partido dos Trabalhadores (PT), Francisco Botrel Azarias e Francisco Cougo, estes inclusive com apoio do Diretório do Partido no Município, lavrando-se inclusive uma ata. Com isso, a minha vitória estava certa. Mas com a traição, aquilo que estava sendo proposto tive apenas cinco votos, o meu e mais quatro.

O que teria motivado esta traição dentro do grupo?

É sabido que a política brasileira, ainda é vivenciada como se estivéssemos vivendo um período de ditadura e os tempos em que os coronéis ditavam as regras e o povo as cumpriam. O próprio resultado nos resta a afirmativa de que houve traição, porque o contrário eu seria o presidente.

A traição veio de quem?

Eu como um ser mortal, e ainda não dotado espiritualidade avançada diante do voto secreto que já não existe mais, na União, no Estado e em vários municípios, não tenho como responder de forma a informar os nomes daqueles três, que na frente de todo grupo afirmaram o apoio e a posteriore já sabem o que fizeram, se curvaram diante do Governo.

Porque você queria ser presidente da Câmara de Três Pontas?

Veja bem. Eu já a presidi por quatro anos e havia prestado serviços que encontrou elogios por grande parte da população, chegando a praticar todos os atos necessários e ainda fazendo uma economia de quase R$2 milhões. Com o novo mandato eu iria conduzir a Câmara cumprindo fielmente o papel do Legislativo, rigorosamente como determina a Constituição da República, atuando de forma independente do Executivo, economizando e respeitando o dinheiro público e cumprindo o exercício da cidadania. Uma das minhas bandeiras seria dar continuidade às Audiências Públicas e Câmaras Itinerantes, que hoje não se faz não sei porque, sendo necessário ouvir a população para atender os anseios dela. Fiscalizar o excesso de gastos com diárias dos vereadores, permitindo apenas aqueles casos para atender o interesse público do Município, fortalecendo o controle interno da Casa. Pode se ver, está aberto a toda população os gastos com viagens recentemente feitas na Câmara de Vereadores de Três Pontas. Recentemente este assunto foi matéria no Fantástico da Rede Globo, onde mostra o abuso com gastos com diárias. O cumprimento fiel do processo legislativo, com o trâmite regular nas Comissões, sem inserções a guela baixo de projetos de leis que levam os vereadores a ter que proferir o seu voto até mesmo com dificuldades de conhecimento deles, o que vinha ocorrendo.

O que você espera do vereador Luis Carlos como presidente?

Cumprir a função de presidente de acordo com as normas regimentais e do País.

Porque você e outros vereadores da oposição não compareceram a posse de Luis Carlos?

Falo por mim. Foi um ato de protesto, não por ter perdido a presidência, porque isto faz parte da democracia de qualquer processo de Eleição, mas a forma em que o processo transcorreu, cheio de obscuridade, voto secreto já banido deste País, e a intervenção externa à Câmara, remontando ao Brasil Colônia.

Ficou alguma mágoa da derrota?

Não. Eu só acho que homens honrados deveriam honrar os seus compromissos, ou então não assume. Ou se não vai cumprir, antes então avisa, porque se eu soubesse do insucesso eu retiraria o meu nome, porque eu representava a vontade de um grupo político importante para a cidade.

Qual será a partir de agora a sua postura na Câmara?

Continuar cumprindo a função do vereador, legislando, fiscalizando e assessorando o Executivo, via requerimentos e ofícios, apontando a necessidade do povo. Interagindo com os políticos de forma a trazer benefícios para Três Pontas, juntamente com meus colegas e partidos, e sobretudo continuar na luta pela construção da terceira pista que liga Três Pontas a Varginha, a MG 167, que vem a cada dia aumentando de vítimas, conforme muito bem noticiado pela imprensa.

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