A Polícia Civil prendeu na manhã desta terça-feira (12) seis pessoas, acusadas de integrar uma quadrilha de estelionatários em Três Pontas. Foram cumpridos sete mandados de prisão e nove de busca e apreensão expedidos pela Justiça, na Operação Pica Pau, que investiga atuação de uma organização criminosa, que aplicava golpes em diversos estabelecimentos comerciais. Eles abriam crediários em lojas usando holerites falsos e faziam compras no comércio com cheques sem saldos.

De acordo com as investigações que iniciaram ano passado, o casal Sérgio Henrique Ribeiro da Silva, conhecido por “Zeca Urubu” e Regiane Aparecida da Silva aliciavam pessoas, a maioria delas usuários de drogas, para abrir contas bancárias, em agências de Três Pontas, Lavras e Pouso Alegre. Eles solicitavam talões de cheques nas instituições financeiras de Três Pontas que eram repassados no comércio, sabendo que não havia dinheiro nenhum na conta, causando um enorme prejuízo aos empresários. Muitas vezes eram emitiados um cheque de maior valor para receberem dinheiro de troco.

Quando os cheques começaram a serem devolvidos por falta de saldo e a Polícia Civil iniciou os levantamentos, se identificou um grupo criminoso bastante organizado, que tinha além dos líderes, os cooptadores e os repassadores dos cheques. Cada um deles tinha um papel definido.

Segundo o delegado que comanda o caso, Dr. Andrey Alves Leite (foto), eles compravam de tudo, pneus para veículos, utensílios de cozinha, cama, roupas, aparelhos de TV e materiais de construção.

Um suspeito que não foi preso, constrói no bairro São Judas Tadeu uma área de lazer com piscina e “pagou” o material com cheques sem fundos

Na casa de um dos suspeitos, no bairro São Judas Tadeu, um suspeito construía uma área de lazer em frente a residência onde ele morava, tudo com dinheiro do crime. No espaço já tem até instalada uma piscina de fibra. Os aliciados também abriam crediários em lojas e pagavam as compras com os cheques. Apesar de não movimentarem a conta, conseguiam dezenas de folhas e por isto, chegaram até a revender algumas para criminosos de Varginha, Pouso Alegre e outras localidades do Sul de Minas. Apurando a atuação da quadrilha foi constatado também, que além deles conseguirem cheques de pessoas idôneas, utilizavam cheques roubados em outras cidades.

Com as prisões, a expectativa é que mais vítimas apareçam. As investigações apontaram até  agora um prejuízo de pelo menos R$25 mil. “Quando concluirmos as investigações, vamos conseguir precisar o tamanho do rombo que eles causaram”, definiu o delegado.

Os mandados foram cumpridos nos bairros Padre Vitor, Botafogo, Azarias Campos, Centro e na zona rural do municípios. Além do casal foram presos Elvis Coimbra Vitor, Daniel Lopes de Oliveira, Josiel Cirilo “Nenego” e Willian Bernardo Cândido.

A Operação contou com participação de policiais de civis da região, do Grupo de Operações Especiais (CORE) de Belo Horizonte e o auxilio do helicóptero Carcará. Na chegada na Delegacia de Policia Civil, houve apoio da SUAPI e da Guarda Civil Municipal (GCM). Os presos foram encaminhados ao Presídio de Três Pontas, onde vão permanecer a disposição da justiça.

Como funcionava o esquema da quadrilha de estelionatários