Os católicos celebraram nesta quarta-feira de cinzas (1º), o início do período de jejum e reflexão até a Páscoa, quando os fiéis lembram a morte e ressurreição de Jesus Cristo. A quaresma é sempre aberta com a imposição das cinzas que são colocadas na testa em forma de sinal da cruz.

Em todos horários, a Matriz Nossa Senhora D’Ajuda ficou lotada e a noite na celebração presidida pelo pároco padre Ednaldo Barbosa, ele falou desta época cercada de simbologia e fé, tempo em que os fiéis aproveitam para pagar promessas e fazer penitências.

Na homilia, o sacerdote explicou que a beleza destes 40 dias está no convite à vida, de viver plenamente diante de Deus e em comunidade. É próprio deste tempo, o silêncio não o que entristece, mas que leva a contemplação e a perceber a real necessidade de Deus, nos atos, e gestos. As pessoas precisam fazer no silêncio um exercício da caridade. Padre Ednaldo pregou que as vezes as pessoas doam uma cesta básica ou um pedaço de pão, para simplesmente ficarem livres e na consciência achar que já foi feito a sua parte. Porém, ele diz que a caridade que as pessoas são chamadas a fazerem é que a transforma e leva a uma verdadeira partilha.

Na quaresma se exercita a caridade e se pratica a oração. Além disso, neste tempo a experiência do jejum e da penitência são colocadas em prática pelos católicos, mas, o sacerdote conta que não se pode enganar em relação a abstinência.

O jejum que se pratica deve levar a uma transformação interior seja permanente. “É muito comum no tempo da quaresma, fazermos penitência, aqueles que são verdadeiras formigas doceiras ficarem sem comer doces. Outros fazem de não fumar durante os 40 dias, mas quando acaba parece uma “maria fumaça” e a conclusão é que perderam tempo. Porque não lutar para ficar livre daquele vício?”, questiona do que adiantou o sacrifício.

Na visão do padre, é o mesmo que gastar dinheiro sem medidas com comidas, mas sem perceber a necessidade do outro “vizinho” que está ao lado e passa fome. O jejum precisa levar a perceber e enxergar a necessidade dos outro, ser mais sensível e descartar penitência que não leva a lugar nenhum. Deus não ter que ninguém morrendo de fome e sim com o coração em paz, para que possa ao se deitar e ao colocar a cabeça no travesseiro possa dormir sossegado, sem peso de consciência e remorso, sem achar que deixou de fazer alguma coisa importante.

O desejo dele, é que os fiéis saibam aproveitar deste tempo de conversão para conviver com um membro da família que as vezes nem se pode ouvir a sua voz, que não suporte e te irrite.

“Talvez seja este o sacrifício que Deus esteja te pedindo, de ser mais paciente e que irá te levar a viver”, disse padre Ednaldo.