*Número leva em conta o quanto as vítimas de acidentes deixaram de produzir em 2016

Minas Gerais perdeu R$ 15,75 bilhões no ano passado com acidentes de trânsito, o equivalente a 2,6% do Produto Interno Bruto do Estado (R$ 605 bilhões). Os números, que representam o quanto cada mineiro deixou de produzir anualmente em caso de morte ou invalidez, são do Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES) e foram divulgados ontem em seminário realizado pelo jornal “Folha de S.Paulo”. O total apurado de prejuízo no país com a violência em ruas, avenidas e estradas chegou a R$ 146,8 bilhões.

Para se ter ideia do tamanho desse impacto, o valor perdido em Minas no ano seria suficiente para pagar os salários do funcionalismo estadual por cinco meses – são cerca de 600 mil servidores e uma folha mensal de quase R$ 3 bilhões. Seria possível fazer três reformas completas do Anel Rodoviário da capital ou construir 390 Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs). “É pouco ético perguntarmos quanto custa uma vida. Mas temos que saber o quanto a sociedade, como um todo, perde quando tiramos essa vida”, disse Natália Oliveira, economista do CPES.

O diretor do CPES, Cláudio Contador, explicou que quase 75% dos acidentados estão na população economicamente ativa, de 15 a 64 anos. “Quando uma pessoa morre em um acidente, ela deixa de produzir riquezas para seu país. Se fica inválida, deixa de produzir e também impacta a economia de sua família, porque fica dependente de cuidados e tem despesas adicionais. É disso que a nossa pesquisa trata”, explicou.

Redução. No ranking nacional, Minas fica em segundo lugar das estimativas de prejuízo, atrás de São Paulo, que perdeu R$ 24,7 bilhões.

Apesar de os valores serem altos, o Brasil tem registrado redução no número de vítimas graves no trânsito, o que fez com que o prejuízo também fosse menor comparando-se o ano passado com 2015, quando o custo dos acidentes foi de R$ 217,11 bilhões, 32% menor do que o registrado neste ano.

“Essa redução é consequência, entre outros fatores, de uma resolução das Nações Unidas que estipula uma meta audaciosa: diminuir em 50% o número de vítimas no trânsito até 2020. Para atender essa resolução, o Brasil criou o Plano Nacional de Redução de Acidentes e Segurança Viária para a década 2011- 2020”, lembrou a pesquisadora Natália.(Com Agência)

(Foto:Arquivo EP – Abril de 2016)