Suspeito se escondeu no alçapão da residência. Quando um dos investigadores que estava no telhado foi retirado as telhas ele foi encontrado

 

O caso da jovem de 18 anos, torturada pelo marido de 26 no bairro Padre Vitor em Três Pontas, ganhou repercussão em toda a região nesta quinta-feira (09). As agressões segundo a vítima não teria sido a primeira vez, mas começaram ainda na noite do dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher.

O rapaz preso depois de ficar cercado por policiais militares e civis, embaixo do telhado de uma residência, é usuário de drogas e estaria sob o efeito de entorpecentes. Por isso, quando a primeira equipe da Polícia Militar (PM) chegou ao local, ele colocou a companheira para a rua e tentou trancar o portão com cadeado, mas foi impedido. Saiu correndo para dentro de casa e pulou os muros da vizinhança. Ele atirou telhas em direção aos policiais e acabou atingido o pé de um deles. De acordo com o sub comandante da Companhia de PM de Três Pontas, Tenente João Evangelista Monteiro Júnior, em momento algum, o rapaz demonstrou arrependimento do crime bárbaro que ele cometeu. Ao sair algemado, dava risadas, demonstrando não ter medo da polícia, da justiça ou das consequências que certamente irá responder, o que não é comum. O acusado se apresentava como se estivesse falando para uma platéia, atitude que não é comum.

Quarto do casal estava todo revirado
Local foi todo cercado pelos policiais civis e militares

Em depoimento, admitiu a tortura e alega que estava sendo traído. Ele contou a história de que ao chegar em casa, na noite desta quarta-feira flagrou a esposa com um homem na cama. Ele diz que cumprimentou o suposto amante pegando em sua mão, dizendo que havia feito o seu papel de homem, mas determinou que era para ele ir embora.

O rapaz teria se portado como se nada tivesse acontecido. De manhã, teria mantido relação sexual com a esposa e quando ela voltou a dormir, ele teria ido até a geladeira pego a cola instantânea e colado as pernas dela e sua genitália.

A versão dela é  muito diferente e aponta que seria os ciúmes a causa de tudo. Ela estaria frequentando um Centro de Umbanda a noite e ele não estaria gostando, pois teria homens indo ao local para vê-la.

Na sessão de tortura que foi submetida, ele ainda cortou o cabelo dela e a agrediu com murros no peito e nas costas. Na conversa com os policiais, revelou que em uma das agressões que sofreu, o marido teria usado uma corrente de bicicleta.

Familiares dele que foram até o local e acompanharam a captura do agressor, temiam que ele reagisse. Em um dos momentos, foi preciso efetuar um disparo de bala de borracha na tentativa de contê-lo, mesmo assim ele não se entregava e resistia.

Na opinião do tenente Monteiro, este foi um nível de violência inaceitável. Não que se aceite qualquer forma de violência contra qualquer pessoa, mas com requintes de crueldade, ao ponto de castigá-la e provocar o sofrimento, é uma coisa incomum na cidade e que não será aceita de maneira nenhuma, garantiu o policial.

Por volta de 15:30, a vítima terminou seu depoimento e foi para a casa de familiares. Já o acusado foi encaminhado ao Presídio da cidade, onde permanecerá a disposição da justiça. Ele tem passagens por furto, roubo, tráfico de drogas e uso de arma de fogo.

O delegado Dr. Gustavo Gomes, afirma que ficou caracterizado com evidência o crime de tortura, mas com o decorrer das investigações, especificamente na questão pericial, é possível comprovar que as lesões provocadas, especialmente na genitália da vítima foram  graves. Assim, a pena que seria inicialmente de 2 a 5 anos, muda suas bases e a condenação pode variar entre 8 de 16 anos de prisão, mais o crime de resistência, podendo chegar a uma pena total de 19 anos.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here