Por Loui Jordan

Em época de eleições como esta e, principalmente em pleitos municipais, podemos observar algumas formas de Branding, mas afinal o que é isso? Branding nada mais é do que uma gestão de marca. É todo trabalho feito para o nome de uma determinada marca ou produto ser desejado, conhecido e em última instância, consagrado. Quando alguma empresa, por exemplo, utiliza esse método de divulgação, ela quer criar significados, identificação e valor.

As marcas são os conjuntos que representam aquilo que você pretende vender, seja na tentativa de produtos ou até discursos. É claro que no ramo da propaganda e da criação de conteúdos conceituais, muita coisa pode acontecer, são feitas algumas análises de público alvo, concorrentes, valor diferencial, qual posicionamento será tomado e por aí vai, nesse “mundo” dos negócios existem os pontos negativos e positivos. A utilização por parte de quem faz ou de quem tenta produzir esse tipo de “negociação” com intuito de expandir seu produto e torná-lo “único”, é apreciável na esfera mercantil, apesar disso pode ter um grande impacto influenciador e simbólico no mundo.

O Branding é essa ferramenta de perpetuar modelos transcendentes, em outras palavras, é o processo de “fabricação” da imagem de uma mercadoria. Uma amostra disso é o indivíduo que associa a excelência em gustação com a chancela de autoria e qualidade hereditária de um alimento com determinada região. Minas Gerais por exemplo, é sempre referência quando o assunto são as suas riquezas culinárias, é claro que o queijo é sem sombra de dúvidas, um dos melhores do país, se não o melhor, porém muito dessa “marca” de qualidade e sabor pode sim ter sido forjado e assim, ganhar um prestígio regional enorme. Essa personificação de produtos visam um “lugar ao sol”. Outro exemplo é a Coca-Cola que através de procedimentos publicitários que possibilitam ganho de marca em potencial, dominou o mercado de bebidas ao longo do século XX. A pergunta é:quanto das vendas deste produto deve ser colocado na conta do brading e quanto na conta da qualidade mesmo?

O valor simbólico por trás desse refrigerante é tão abissal que ele foi se consolidando geração após geração. Não existe crítica à bebida ou a empresa, é apenas um olhar diferente, em testes com participantes vendados, o duelo entre Coca e Pepsi foi bem equilibrado, tendendo até mais para a Pepsi. Perceba, quando o slogan ou o nome Coca-Cola é visto pela pessoa que está pleiteando uma compra, ela pode ter a sensação de que a Coca é melhor, pois é uma marca maior que o próprio conteúdo, no caso o líquido. Realmente, o refrigerante é muito bom e de gosto inesquecível, no entanto, a cautela para descobrir os motivos pelo qual ela seja um fenômeno de vendas, passa muito por uma gama de criação de significado, ou seja, saber utilizar a ferramenta Branding.

Por fim, o Branding está também nos enunciados políticos, tanto as frases de efeito, quanto os jingles das campanhas. Aquelas músicas produzidas estrategicamente para ficar na mente das pessoas, não são feitas por acaso, é tudo pensado para produzir o efeito mnemônico que os microdiscursos pretendem divulgar. Muitas empresas trabalham com o Branding, que é uma forma de gerar diferenciação e se sobressair no mercado capitalista é válido, a tese que contrapõem a visão do senso-comum também é. Os humanos e de certa forma os seres vivos, hora ou outra até optariam por uma ferramenta como essa.O lado bom é que o “branding” animal digamos assim, vive na autoestima de cada um, o lado ruim é que o tal mercado pode te transformar em um produto ou em um subordinado deste sistema, fazendo com que suas realizações passem a ser criadas por algo que você não controla e o antídoto para isso, talvez se torne os significados inéditos de uma vida sempre reprisada.