Três Pontas tem um novo conceito em panificação. Os trespontanos podem levar para casa, delícias produzidas por profissionais experientes e capacitados, que trabalham na Apãezinhos – Espaço Comercial Ilda Chaves, a padaria da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).

Aberta oficialmente nesta quarta-feira (24), em um espaço comercial moderno, desenvolvido pela engenheira civil, Andréa Torres Miari, bem na entrada onde já funcionava um bazar com quitandas e peças de artesanatos produzidas pelos apaeanos. O local obviamente mantém o nome da importante voluntária, Dona Ilda Chaves Miranda Reis e também a figura do Pequeno Príncipe desenhado a mão na parede azulejada da fachada da instituição, desde 1983.

A padaria está em uma localização privilegiada no município, próxima ao Pronto Atendimento Municipal (PAM), ao Hospital São Francisco de Assis e de clínicas médicas. Ela funcionará de segunda a sábado, de 6:00 da manhã as 19:00 horas, contando com espaço para atendimento no balcão, e um lounge, que propicia o distanciamento social entre as pessoas, mas que oferece comodidade e conforto para os clientes se acomodarem, tomarem um cafezinho e degustarem de um cardápio variado, com pães, biscoitos, doces, salgados e cafés, caseiros e artesanais de época. Os produtos são confeccionados diariamente e os tradicionais pãezinhos saem várias vezes ao dia. As receitas são todas elaboradas por profissionais com experiência e acompanhados por três nutricionistas, que inclusive se atentaram à alimentação de usuários do CER II, trespontanos e cidadãos da microrregião de Saúde que procuram diariamente os serviços prestados pela Apae e que tem restrições alimentares. A Instituição continua oferecendo na padaria as suas verduras e hortaliças produzidas na sua horta e também o artesanato produzido em suas oficinas.

Como a Instituição não pode fazer “aquela festa de inauguração” que sempre gosta de fazer, por causa das medidas de combate ao Coronavírus, recebeu apenas algumas autoridades e parceiros para um café na manhãzinha desta quarta-feira e abriu as portas para o atendimento ao público. “É uma pena a gente não poder dar esse abraço que a gente gostaria de dar na população que sempre nos ajudou, que participa dos nossos eventos, mas infelizmente ou felizmente é um momento de reflexão onde a gente deve pensar o porquê de tudo isso. E é o nosso papel, enquanto Organização Não Governamental e Instituição Filantrópica”, disse a Superintendente da APAE de Três Pontas e 1ª diretora secretária da Federação das APAE’s de Minas Gerais (FEAPAEs-MG), Maria Rozilda Gama Reis.

Um investimento empreendedor como este, feito principalmente por uma Instituição como a Apae não é feito do dia para a noite. Foi sonhado desde a época da então presidente Adriene Barbosa de Faria Andrade e ao longo de todos estes anos vem sendo trabalhado. E como Rozilda é uma sonhada que não apenas acredita, mas trabalha para que os sonhos se tornem realidade, há anos, a Apae começou a produzir rosquinhas para a própria instituição e percebeu que isto poderia ser um nicho de mercado e trazer a auto sustentabilidade institucional. Junto com a direção e equipe da Apae e com o trabalho também da ex-presidente da instituição, Luciana Ferreira Mendonça, se imaginou uma fábrica de rosquinhas, a especialidade da casa. Começaram a aparecer clientes, que faziam encomendas e com a quermesse outros produtos passaram a conquistar o paladar dos trespontanos.

Espaço comercial Ilda Chaves foi criado com estilo e bom gosto

Ao longo dos anos, foi se buscando recursos e ajuda para investir na padaria de várias formas. O dinheiro para montar tudo, veio das empresas que destinaram ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), da Cemig e de seus funcionários através do Programa Ai6%, que sempre aportam recursos e também da empresa Furnas. Foram adquiridos os equipamentos mais modernos no que se refere à panificação, estes estavam sendo guardados ao longo dos últimos anos, com a certeza de que iriam conseguir mais este sonho.

A Padaria Apãezinhos – Espaço Comercial Ilda Chaves, foi inaugurada gerando 15 novos empregos, incluindo dois padeiros e com a preocupação de ter familiares de alunos e usuários da instituição neste quadro profissionais. Eles são treinados para serem colocados no mercado de trabalho e é interligado com o programa de educação, chamado de “Educação ao Longo da Vida”, que funciona na Apae e oportuniza que estudantes que já concluíram o percurso escolar, tenham a oportunidade de concretizarem seus sonhos de vida.

Rozilda destaca com orgulho, que alguns estudantes que já concluíram a grade escolar e tem o sonho de se tornar um profissional serão as grandes apostas da Apae. Um deles é “Abel”, garoto conhecido e querido na cidade, que afirma que quer ser padeiro e produzir pães e bolos. A instituição vai treiná-lo em todas as fases para concretizar esse sonho. “Se são sonhos deles, a gente vai dar as mãos e vamos fazer de tudo para que isto se torne realidade”, diz a superintendente.

A intenção de toda a diretoria da APAE, é buscar deixar as famílias independentes e autônomas de alguma forma, e não viver somente de recursos do governo, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Mesmo porque, Rozilda reconhece que os gastos com a pessoa com deficiência são altos, mas a Apae se sente feliz e revigorada a cada novo dia, sabendo que está mudando a vida e a realidade de dezenas de famílias.

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