Fotos: Equipe Positiva


Fundada como entidade de caráter filantrópico, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Três Pontas (APAE), foi criada para dedicar-se ao bem-estar das pessoas com deficiência com base em trabalho comunitário, procurando congregar pais e amigos dispostos a trabalhar para em prol desta causa.

Em 14 de junho de 1972, um grupo de senhoras mobilizou a comunidade em Assembleia Geral, e foi fundada a Fundação Pequeno Príncipe, a APAE de Três Pontas. Com um trabalho visionário, a Instituição cresceu e se desenvolveu, oferecendo nos seus atendimentos qualidade e reabilitação. Ganhou reconhecimento da sociedade e está sempre a frente às exigências dos órgãos competentes que lutam pelos direitos das pessoas com deficiência. Atualmente atende cerca de 750 pessoas, dentre alunos e usuários das áreas de Saúde, Educação e Assistência Social.

Quando a APAE começou, utilizava espaços e profissionais cedidos. Hoje possui cerca de 84 profissionais e a exigência de uma equipe mínima para atendimento de reabilitação; de acordo com o Ministério da Saúde. Destes, 16 funcionários são cedidos pelo Estado e três pelo município de Três Pontas. Dentre os contratados pela própria APAE, estão médicos (clínico geral, neurologistae ortopedista) e também profissionais especializados na reabilitação como: fisioterapeutas, fonoaudiólogos, enfermeiros, nutricionistas, pedagogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, psicólogos e dentistas. Além de profissionais voluntários que sempre atendem à demanda da Instituição, psiquiatra, oftalmologista, dermatologista e endocrinologista.

Desde a fundação da APAE, já foi quase meio século                      

Ao chegar neste quase meio século, há infinitos motivos de comemorar. Durante as comemorações um livro com fotos desta trajetória ficou exposto durante todo o dia para que alunos, usuários e familiares atendidos pela APAE pudessem apreciar. São diversos políticos, autoridades, lideranças e pessoas da comunidade responsáveis por construir esta história. Aliás, nada teria acontecido não fosse a atenção, carinho e a contribuição da população trespontana.

O marco principal deste último ano, foi o credenciamento para o Centro Especializado em Reabilitação Física e Intelectual – CER II. O pleito era de 2013 e com isto, a APAE de Três Pontas passou a partir de julho de 2018, a ser referência para as cidades da microrregião de Saúde, Três Pontas, Santana da Vargem, Coqueiral, Boa Esperança e Ilicínea e atender gratuitamente a uma demanda estimada em 12.700 pessoas, percentual estimado desta população que possui algum tipo de deficiência. Isto é resultado de parceria com o Município, Estado de Minas Gerais e Ministério da Saúde. As pessoas com deficiência intelectual e ou autismo; doenças genéticas, síndromes raras, pessoas acometidas de doença de Alzheimer, Parkinson, sequelas de AVC, vítimas de acidentes e doenças que ficaram com sequelas e com deficiências temporárias, ao invés de terem que procurar um tratamento especializado em um grande centro, já tem atendimento na APAEde Três Pontas.

Para implantar o CER II umas das exigências era ampliar sua estrutura física. A obra de revitalização que está sendo feita na Instituição vai oferecer maior qualidade e conforto aos seus usuários e está em fase final. A conclusão está prevista para 05 de julho, quando deve ser inaugurada. “A cada conquista em prol dos nossos usuários, a gente vê que vale a pena tanto sacrifício. Os recursos desta, vem de doações da comunidade e o trabalho dos profissionais da APAE que aderem as campanhas em eventos, como na Expocafé, no Bingo e na Quermesse. Graças também ao Município que está honrando o seu compromisso conosco todo mês”, destaca a Superintendente do CER II, Maria Rozilda Gama Reis. Os repasses do Governo de Minas Gerais e do Governo Federal, estão religiosamente em dia, embora o Estado tem um atraso grande nos investimentos feitos para a área de intervenção precoce e na área social não há previsão de quando será feito o pagamento.

História construída com solidez

Todas as diretorias que passaram deixaram uma estrutura que hoje vem sendo mantida e ampliada. “O que foi semeado lá atrás, hoje se colhe os frutos. Ampliamos o leque de atendimentos. Trabalhávamos apenas com o deficiente intelectual e físico. Por isto, temos muito a agradecer a todos. Os pacientes chegam aqui carentes de tudo, vítimas de acidentes ou com problemas de saúde e saem habilitadas para seguirem suas vidas. Se Deus quiser nós vamos poder atender sempre mais pessoas com deficiência, que é um público muito vulnerável na nossa sociedade e que sempre passam por muitas dificuldades, seja ela física, intelectual ou até mesmo financeira”, afirma Maria Rozilda.

Alunos e professores cantaram o Hino da Apae e apresentaram teatro no dia do aniversário da instituição

Há um longo caminho a ser seguido, não foi atingido o ideal, mas precisa ser destacado o grande reconhecimento que o movimento apaeano conquistou, fruto de muita luta. Direitos que não podem ser perdidos, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), é um benefício de renda no valor de um salário mínimo para pessoas com deficiência de qualquer idade ou para idosos. Na opinião de Rozilda, o benefício que todos teriam que ter, lamentavelmente é só para os mais carentes, porém, quem tem deficiência demanda um custo muito alto. Por isto, a muito ainda há que se fazer.

Profissionais que produzem conhecimento

Se tem algo que dá orgulho na família apaeana da APAE de Três Pontas, são seus profissionais. Eles são qualificados, especializados e estão em constante aprendizado. Segundo Rozilda, eles buscam a excelência no trabalho e estão produzindo material para pesquisa, inclusive para uma produção de conhecimento com o objetivo de se ter grandes conquistas nas políticas que podem e devem ser implantadas a favor da igualdade social. Seja na deficiência intelectual ou física, os estudiosos estão aprofundando o conhecimento no sentido de se prevenir estas deficiências. “Vamos entregar um material que servirá de apoio ao Ministério da Saúde”, anunciou a Superintendente Maria Rozilda.

De olho do futuro

São muitos os planos e objetivos a serem alcançados. A APAE sempre esteve em boas mãos, com pessoas que sempre tiveram amor ao próximo. A instituição está caminhando para em um futuro próximo trabalhar na reabilitação completa, tanto física, intelectual e também a auditiva. A APAE está em processo de ter outro serviço habilitado, que é para a deficiência auditiva. “Imaginamos que o processo não seja tão longo como foi o da habilitação do CER II. Fazemos um apelo aos nossos políticos e representantes na área estadual e federal para que tenham boa vontade, porque a nossa parte estamos fazendo. Prestamos o serviço de reabilitação auditiva, mas é preciso ter o reconhecimento público do Estado e do Governo Federal para recebermos por isto e podermos qualificar ainda mais o serviço”, acrescentou Maria Rozilda.

Estrutura da APAE está sempre sendo ampliada e ganhando melhorias graças a diversas ações, como a ajuda de políticos e a colaboração da comunidade