Texto e fotos: Denis Pereira/EP

 

O Festival Nacional da Canção, o FENAC, aportou em Três Pontas neste fim de semana e como é de sua características, não apenas movimentou a cidade, mas mudou o clima. Trespontanos e visitantes respiraram música e arte, nesta sexta e sábado (19 e 20).

O dia todo, a Praça Cônego Victor se tornou o foco das atenções, com música clássica, instrumental, teatro e artes circenses. A opção diferenciada oferecida pelo FENAC, foi um chamariz para as escolas municipais que levaram seus alunos para em frente ao Santuário Diocesano de Nossa Senhora D’Ajuda. Muitas das crianças ocuparam o chão da praça mesmo, rodearam os artistas, se divertiram e deram muitas risadas. Como não cair na gargalhada ao ver as atrapalhadas da turma do Circo Bana Caturra e a versatilidade do Rasgacêro, a bordo da sua tradicional kombi.

Junto ao Festival da Canção é realizado nas escolas um concurso de redação e o vencedor em Três Pontas foi Rôlner Rabello Zamboti, do Colégio Travessia. Ele ganhou um troféu e um tablet.

A noite os intérpretes subiram no grande palco, do maior festival do Brasil e mostraram sotaques e letras de canções que demonstraram a indignação com os preconceitos, a fé, a cultura do povo, o reflexo da pandemia e principalmente o amor. O público não se incomodou com o frio. Famílias inteiras, gente de todas as idades, se juntaram em frente ao palco, nas escadarias da igreja e aplaudiram muito a cada artista que soltava sua voz para a terra e conterrâneos de Milton Nascimento e Wagner Tiso ouvirem.

Como estavam na “terra da música”, muitos dos intérpretes se apresentaram junto a músicos da terra. O celeiro de artistas que Três Pontas tem, proporciona isto aos candidatos de todo o país. Somente na cidade, vieram cantores de 9 estados brasileiros. Ao todo, este ano, na retomada do festival presencial, após dois anos, por conta da pandemia tiveram inscrições de 1.050 músicas, de compositores de 22 estados brasileiros e 5 países diferentes. A comissão de seleção escolheu 100 para participar das etapas classificatórias.

E em cada etapa quatro são vencedoras para as semifinais em Boa Esperança. Cada semifinalista garante R$2.500,00 e continua a concorrer aos principais prêmios. Ao todo, o festival entregará cerca de R$200 mil em premiação e o troféu Lamartine Babo ao primeiro colocado.

Foram 10 apresentações em cada noite. Alguns candidatos tiveram problemas e não puderam participar, mas o que não tirou o brilho da festa. A qualidade dos artistas fez com que o corpo de jurados tivessem muito trabalho para escolher apenas quatro. O resultado pode nem sempre agradar. Todos puderam se sentir vitoriosos, mas, indiscutivelmente os melhores intérpretes e canções foram para a próxima fase.

No fim da noite deste sábado, os jornalistas e apresentadores Rafael Silva e Camila Dourado, que deram um show a parte, com um toque sutil de humor e alegria, anunciaram os classificados. Ao lado do palco a torcida foi grande. Eles se uniram pelas mãos ou pelos braços entrelaçados e deixaram a viralidade de lado e torceram mutuamente.

Para deixar mais aflitos os trespontanos, as classificadas da cidade foi a última a ser anunciada, de forma aleatória. As meninas que formavam o grupo “Morena” – Elis Theophilo, Lidyane Brito e Laíse Reis vão para Boa Esperança, com a canção “Será que já é …”?.

Apesar de serem festivaleiras, elas estavam apreensivas se iriam conseguir. Elas sabem o que é enfrentar os jurados do FENAC e depois de verem as apresentações de sexta-feira, a incerteza ficou ainda maior. Laís falou logo em seguida em entrevista à Equipe Positiva, que o resultado é fruto de um trabalho feito por equipe. As “morenas” são além de grandes amigas, são profissionais. “É o resultado do nosso amor pela arte. Com isso, revivemos o grupo novamente. A Lidy estava em uma festa e não viu as apresentações deste sábado. Quando chegou ouviu que deu tudo certo. Elys chorou e somente agradeceu – a Deus pela oportunidade, aos músicos que as acompanham e a todos que torcem por elas.

Danilo Santos que também é trespontano, cantou “Pedacinho de Céu” não se classificou. Assim como Elisângela que também participou com a música “Florestas”.

Com a mesma canção, escrita por Elis Theophilo elas ficaram em segundo lugar no Festival Canto Aberto, na etapa local, realizado no mês de julho. Além do troféu Fé, elas levaram para casa R$4 mil em dinheiro.

As demais classificadas foram – “Artista” interpretada por Ariel Moura de Montes Claros (MG); “Juro” de David Mour e Vitor Malta de Londrina (PR) e Nano Vianna com “Acalma” de Vitória (ES). Nano formou toda a sua banda com artistas trespontanos e vai levar a turma para disputar a etapa semifinal nos dias 08 e 09 de setembro.

Entre as apresentações, o público não parava. Enquanto o palco era preparado, as pessoas curtiam muito o que somente o FENAC proporciona. Luiz Ferrar com sua versatilidade vai do teto do palco, ao meio do povo, sempre com um figurino de chamar a atenção, além da sua voz. Os palhaços do circo Banana Caturra, mostraram que sabem de malabarismo, mas são atrapalhados demais. As crianças gostaram, ainda mais quando eles distribuíram doces e balas. Juliano Roda Cyr veio do Rio de Janeiro e impressionou com uma roda enorme que ele manuseia e entra dentro dela. O malabarismo neste caso, é com o seu próprio corpo que gira da forma que ele deseja e de um jeito que só quem vê acredita. A potencia das vozes e da competência de Duo Violive e Trio Paradiso, fizeram muitas pessoas voltarem ao passado, relembrando de clássicos que marcaram gerações.

Rock que o povo adora

No fim da noite, houve um show especial da Banda Engenheiros Rock Brasil. A Banda fundada em Belo Horizonte trouxe repertório dos maiores sucessos dos Engenheiros do Hawaii e do rock nacional.

FENAC segue estrada

Depois de Três Pontas, o festival irá para Nepomuceno, nos dias 26 e 27 de agosto e Elói Mendes, 02 e 03 de setembro. No total, 20 músicas estão sendo escolhidas, nas etapas classificatórias, para as semifinais em Boa Esperança.

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