A trespontana Letícia de Paula Scalioni, de 32 anos, já se imunizou contra a Covid-19. Ela é biomédica, virologista, doutora pela Fiocruz e mora em Plymouth, na Inglaterra e trabalha na University of Plymouth. Ela foi imunizada com a vacina da Pfizer. Ela explica que tendo em vista a produção de sua própria vacina (Oxford-AstraZeneca), o Reino Unido optou por importar esta vacina e iniciar logo a vacinação da população. Em virtude dela ter atuado junto ao seu grupo de pesquisa e o NHS, que é o sistema de saúde nacional, como o SUS daqui no Brasil, em trabalhos relacionados a Covid-19, Letícia teve a oportunidade de ser então vacinada.

Em uma postagem feita em uma rede social, ela demonstrou sua alegria misturada a um misto de tristeza e muita revolta, pois o seu país, na visão dela, está longe de manejar bem qualquer situação relacionada a pandemia. “Hoje eu experimentei mais uma vez da ciência que eu tanto acredito, que contribuo há anos e que tanto vem sendo desacreditada, especialmente no Brasil”, afirmou.

Ao longo de meses exaustivos, o mundo inteiro se empenhou por um mesmo propósito: a criação de uma vacina contra o Coronavírus. Ao ver que a vacinação começou no país onde ela atualmente mora, ela vem fazendo uma reflexão sobre este privilégio. Ela ficou quase três horas na fila, eu não contive a emoção, chorou quase o tempo todo, pensando na sua mãe Maria Teresa de Paula Scalioni. “Pensei muito nela, no quanto muitas pessoas perderam, quanto ainda será perdido, muitos hospitalizados, alguns países a beira do colapso e claro, no meu país, onde todas as pessoas que amo estão e não tenho a menor ideia de quando elas terão esta oportunidade”, relatou Letícia Scalioni.

Na visão dela, a vacinação é um compromisso social e não é hora de colocar as rivalidades políticas a frente da vida. Ela seguirá cumprindo as mesmas regras da Organização Mundial de Saúde (OMS), usando máscara, higienizando as mãos e mantendo o distanciamento social, pois ainda não se sabe se as pessoas vacinadas podem transportar o vírus. Seguir isso parece a ela algo bem simples e pequeno perto do grande passo que se deu.

Sobre o enfrentamento da pandemia, eu sentiu uma segurança emocional razoável onde ela mora. Sua pior experiência durante a pandemia não foi na Inglaterra, mas acompanhar a forma a qual o Presidente do Brasil Jair Bolsonaro conduz esta catástrofe mundial e saber que todos que todos que ela ama está aqui.

Letícia Scalioni acrescenta um apelo à população em relação as vacinas, que são resultados de um esforço mundial. “Elas foram checadas e todas as que forem aprovadas pela Anvisa são seguras. Quando houver a oportunidade, não deixe de se vacinar, pois a vacinação é compromisso social”, aconselha. Ela reforça o que as autoridades de saúde no Brasil vem focando sobre as medidas de prevenção, como uso de máscara, higienização das mãos e isolamento social, que eles sejam seguidos da melhor forma possível.

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