A Câmara Municipal de Vereadores repercutiu do início ao fim da sessão ordinária desta segunda-feira (24), as aglomerações do fim de semana em Três Pontas. O assunto ganhou ainda discussão, ao terem na pauta de votação, projetos destinando recursos que o Município recebeu para a prevenção e tratamento da Covid-19.

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Na pauta, quatro projetos de leis, sendo que três se se referiam a pandemia. Como o assunto é o mesmo, as manifestações do primeiro serviram para todos os outros e foram aprovados por unanimidade. Eles cobraram a aplicabilidade dos recursos financeiros que estão vindos do governo federal. Alguns deles, já estão nas contas do Município e a autorização legislativa solicitada é anulação e remanejamento dentro das próprias secretarias. O primeiro projeto – 083, com pedido de votação em caráter de urgência, destina R$480 mil, para o custeio de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), da Covid-19. Para o vereador Francisco Fabiano Diniz Júnior (Professor Popó – PP), o dinheiro poderia ter sido investido na prevenção. O secretário da Mesa Diretora Luan Donizeti Elias (Luan do Quilombo – PDT), disse que não entende o porque as pessoas comemorarem. Será a quantidade de casos todos os dias? As mais de 100 vidas perdidas? Para Luan, a culpa das aglomerações é da própria população que está inconsciente à grave situação pandêmica. Luciano Reis Diniz (PV), cobrou que o Executivo faça sua parte, tome decisões que não vão agradar a todos, gerarão críticas mas são necessárias e são os ônus do cargo de prefeito. Ainda segundo o vereador, a Câmara tem votado tudo o que é preciso, atendendo suas atribuições.

Aprovados também – R$150 mil para reforçar a demanda na aquisição de kits de merenda para distribuição aos alunos em aulas remotas, em decorrência da pandemia e R$ 129,2 mil para manutenção de despesas da Secretaria Municipal de Saúde na Atenção Primária também para o enfrentamento do Coronavírus. Para a manutenção das secretarias de Meio Ambiente, Cultura, Lazer e Turismo e Desenvolvimento Econômico foram aprovados R$145,5 mil.

O projeto do Poder Legislativo votado, foi um Decreto do vereador Luan do Quilombo, que concede o Título de Cidadania Honorária Trespontana à Camila Oliveira Reis Araújo. Ela é de Carmo da Cachoeira, casada com o trespontano Sergio José Sant’Ana Araújo e veio morar em Três Pontas a 10 anos. Advogada, é a coordenadora do curso de Direito e do Núcleo de Prática Jurídica (NPJ) da Faculdade Três Pontas – Fateps/Unis; professora dos cursos de Graduação e Pós-Graduação da Faculdade Três Pontas e do Centro Universitário do Sul de Minas (UNIS-MG) e é a presidente do Observatório Social do Brasil de Três Pontas.

Pequeno Expediente

O vereador Luciano Diniz parabenizou a Tecnotêxtil pela iniciativa de ser parceira da Atremar e disponibilizar todo o material reciclável que sobra da indústria têxtil. Ele lembra que o material é renda para os catadores e contribui com a preservação do meio ambiente. A sugestão dele, é que as outras empresas possam aderir a esta ideia. Luciano também fez um pedido à Prefeitura, depois de ser marcado em uma postagem em uma rede social, por uma moradora, implorando por uma faixa de pedestres na Rua Dr. Arthur Brandão, no bairro Ponte Alta. Ela afirma que a via virou pista de corrida para motoristas e não se pode esperar o pior acontecer. Sobre as aglomerações, Luciano Diniz diz que no domingo a noite deu uma volta pela cidade e viu o desrespeito as regras impostas pela pandemia. São festas para muitas pessoas em casas e bares lotados. Ele acrescentou que o comerciante é o que tem menos culpa. A grande maioria está mantendo o distanciamento, cumprindo o que foi determinado, mas são os primeiros que são acusados. O consumo de bebidas no fim de semana está fora do comum e o causador disso tudo são as pessoas, principalmente os jovens que acham que não pegam o vírus, mas muitos podem ser assintomáticos e levar a doença para casa. Sobre a Prefeitura, justificou que falta uma fiscalização mais rigorosa.

Já o vereador Professor Popó, fez um discurso com outra vertente. Disse que o Brasil tem um presidente, Jair Bolsonaro, que vai na contramão do que as autoridades de saúde estão pregando desde o surgimento do Coronavírus. Ele foi no Maranhão em um momento de crise sanitária e minimizou a situação diante de muitas pessoas morrendo e no Rio de Janeiro, no fim de semana, levou seu ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, os dois não usaram máscara durante um evento político e ainda promoveram uma gigantesca aglomeração. “Ele tinha que estar dando exemplo, pois é um ídolo para muitas pessoas, ao invés de ficar criticando governadores e prefeitos”, diz Popó.

Paulo Vitor da Silva (Paulinho – PP), não vê uma ação concreta que a Prefeitura tenha tomado frente a pandemia, exceto o esforço e a dedicação pessoa de cada servidor que arrisca sua própria vida para cuidar das pessoas. Lembrou que ano passado foram R$9 milhões destinados à Covid-19 e dinheiro como para a compra recente de capacetes usados no tratamento de pessoas que estão na UTI deveriam ser investidos a muito tempo. Outro questionamento de Paulinho, é porque não investiu na ampliação da área física do Hospital ou do PAM para o isolamento dos contaminados, que agora precisam ficar na fila de espera. Terminou dizendo que o Executivo não pode ter medo de tomar decisões e que elas sejam sábias.

Luan do Quilombo pediu transporte público aos moradores do bairro Santa Tereza, região que está em franca expansão e bastante povoada. Além do Santa Tereza, os moradores do Vivendas do Bosque I e II estão solicitando a limpeza em calçadas e nas ruas. O secretário da Mesa também mencionou as atitudes do presidente Bolsonaro. O gestor negou 11 solicitações de laboratórios para a compra de vacinas e disse que o interesse seria das empresas fabricantes dos imunizantes. Recordou que em abril do ano passado, as pessoas estavam seguindo as medidas sanitárias, mas veio Bolsonaro em um pronunciamento no rádio e televisão, dizendo que ele é atleta, que todos como ele não pegam Covid-19 e que as pessoas não deviam ficar em casa.

Já o vice presidente da Câmara Municipal Antônio Carlos de Lima (Antônio do Lázaro – PSD), anunciou que juntamente com o Professor Popó estão elaborando a lei da obrigatoriedade do uso de máscara, tendo cobrança de multa. O projeto está sendo criado, verificando questões jurídicas apenas.

O vereador Roberto Donizetti Cardoso (DEM), alertou as autoridades de saúde que outro dia, uma criança picada por escorpião, chegou ao Pronto Atendimento Municipal (PAM) e foi uma dificuldade enorme até se encontrar uma última dose do soro para se aplicado. Robertinho diz que entende a demanda de trabalho neste momento, mas que o responsável não deixe faltar uma medicação como esta.

Já Sérgio Eugênio Silva (Cidadania), também falou da pandemia, que falta um plano de ação e os fiscais ficam sem saber como procederem e as responsabilidades os setores ficam jogando um para o outro. Lembrou que a culpa das aglomerações sempre foram dada aos pequenos, aos donos de bares, academias, salões de beleza e até mesmo em vendedores ambulantes.

O vereador Geraldo José Prado (Coelho – PSD), ressaltou que não se pode tratar a pandemia com politicagem. Que Três Pontas está fazendo o que o Brasil vem fazendo. Que o PAM e o Hospital estão fazendo o possível e o impossível para atender a todos e que ainda não faltou nada para ninguém. Mas cobrou que falta fiscais, como os laranjinhas, para verificar as filas de bancos e lotéricas, que estes estabelecimentos não oferecem nem mesmo um álcool em gel para higienizar as mãos. Todos sabem o quanto está sendo sofrível a situação e é contrário as aglomerações, principalmente aquela que se forma na porta da sua loja de conveniência, porém, não tem como ele controlar. O que sempre faz, é acionar a Polícia Militar, que deveria ter poder de agir com rigor para tirar baderneiros das ruas.

O presidente da Câmara Maycon Douglas Vitor Machado (PDT), anunciou mais um excelente resultado de seu trabalho parlamentar na busca de recursos, que é tão fundamental, juntamente com o vereador Popó. São R$150 mil do deputado federal Noraldino Júnior, sendo que serão destinados R$20 mil ao Conselho Comunitário de Segurança Pública (Consep), R$40 mil para a Apae e o restante vai para a Saúde. Ano passado Noraldino empenhou e vai chegar ainda R$120 mil para a compra de um carro e um eletroencefalograma e já veio recentemente três aparelhos respiradores.

Maycon disse que o problema antigo entre a quadra do bairro Aristides Vieira e a Escola Estadual Marieta Castro foi parcialmente resolvido, mas não o suficiente para atender aos moradores. Fizeram a limpeza do local, mas não colocaram um piso e os problemas continuam. Sobre as providências no trânsito da Rua Dr. Arthur Brandão, ele disse que já havia pedido um estudo no local, mas que o maior problema é a falta de consciência dos motoristas e assim todos querem uma faixa elevada na sua rua.

Concluindo, também sobre a pandemia, Maycon mencionou que são importantes as ações da população, diante do caos que está instalado nos municípios. “Essa doença é traçoeira, age de forma rápida e não escolhe suas vítimas”, alertou o presidente da Câmara.

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