De volta ao seu horário normal, as 18h30 e aberta ao público, seguindo o distanciamento e restrições dentro do Plenário Presidente Tancredo de Almeida Neves, a sessão ordinária da Câmara Municipal, foi extensa e teve uma pauta carregada com 12 projetos.

Preocupação com a postura adotada pelos trespontanos após a progressão da cidade a onda vermelha do programa Minas Consciente, por causa da pandemia da Covid-19 e a reclamação por causa do corte de uma árvore na Praça José de Anchieta, no bairro Ponte Alta, foram os dois principais assuntos abordados pelos legisladores.

O vereador Luciano Reis Diniz (PV), começou dizendo que a mudança na onda não pode mudar a consciência das pessoas em continuar mantendo as regras das autoridades de saúde, principalmente, porque segundo ele, o Hospital continua lotado e a situação ainda é grave. Ainda segundo o vereador, os moradores precisam ajudar os donos de bares e restaurantes, não aglomerando nos estabelecimentos e evitando que eles sofram sanções e sejam ainda mais prejudicados do que já foram, se referindo ao período que os bares estiveram que ficar fechados e os restaurantes sem poder servir nas mesas. Luciano Diniz terminou sua fala no Pequeno Expediente, lembrando que a onda vermelha tem uma série de restrições que podem ser consultadas na internet.

Francisco Fabiano Diniz Júnior (Professor Popó – PP), comentou que o letreiro com o nome da cidade instalado no Parque Municipal Vale do Sol, ficou muito bonito e faz com que o local, volte a ser um dos lugares mais aconchegante. Defensor dos animais, Popó comentou que o serviço de castração de cães não traz resultados imediatos, mas sim a longo prazo e, que Três Pontas está na frente, uma vez que iniciou o trabalho a 6 anos e melhorando ano a ano. O Ministério Público, de acordo com Popó, pediu que fosse feito um levantamento do número de pessoas atendidas no Pronto Atendimento Municipal (PAM), vítimas de ataques de cães. Entre 2018 e 2020, caiu 45%, inclusive os ataques nas ruas e dentro das residências. Na opinião dele, é resultado da castração.

Já o vereador Paulo Vitor da Silva (PP), fez duas críticas. Primeiro da situação das praças centrais – Tristão Nogueira e Cônego Victor, que estão demonstrando a falta de zelo da Administração. Os jardins não tem grama, muito menos flores, estão parecendo os chamados ‘carecões’, que são campos de terra muito usados na zona rural antigamente, para jogar futebol. Na opinião dele, é louvável fazer novas obras, mas é preciso primeiro cuidar daquilo que já existe. O segundo alvo do vereador oposicionista, voltou a ser o transporte do lixo doméstico de Três Pontas para uma empresa contratada de Nepomuceno. Paulinho que foi secretário de Meio Ambiente na gestão anterior, disse novamente que deixou pronto o projeto para a construção de uma nova plataforma para receber os resíduos no Aterro Municipal, mas que a atual gestão optou por gastar R$2,6 milhões até o fim do ano, cerca de R$150 mil mensais, para mandar o lixo para fora.

Outro vereador do bloco de oposição, Roberto Donizetti Cardoso (DEM), deu sequência ao colega e repetiu o que já havia dito em outras sessões, que não concorda com os gastos do lixo, que chegam a custar R$5 mil por dia e não admite também que a troca de lâmpadas, feita por uma empresa terceirizada custe R$311 mil por ano.

Robertinho começou a falar de um assunto, que já havia gerado polêmica durante a semana na redes sociais. O corte de uma árvore na Praça José de Anchieta, feito pela Secretaria Municipal de Transportes e Obras, provocou revolta nos moradores e envolveu o vereador Sérgio Eugênio Silva (Cidadania), que mora bem em frente. Robertinho adiantou que sem ter nenhuma licença e por ficar acuado, soube que disseram que havia sido ele que havia solicitado o corte da árvore, o que ele nega, já que tudo que faz é através de ofício. Se existe a solicitação que a Secretaria apresente e prove.

Mas foi o vereador Sérgio Silva que gastou todo seu tempo para demonstrar sua indignação com o corte da árvore. De grande porte, ela não oferecia risco a nada. Ele contou que saiu antes da 7 da manhã de casa para fazer uma caminhada e quando retornou o corte já havia sido feito, sobrou apenas o tronco, iriam arrancar inclusive tudo, mas ele impediu. Extremamente irritado e descontrolado, tentou ligar para o prefeito Marcelo Chaves, os secretários de Obras Maquil Pereira, depois para os membros do Conselho Municipal de Defesa e Conservação do Meio Ambiente (Codema), mas ninguém atendeu. Para deixá-lo mais irritado, uma outra pessoa que estava com Sérgio fez a ligação e um dos secretários atendeu. Um ficou jogando a culpa no outro e ninguém assumiu o erro.

Durante 10 anos, o vereador foi membro do Codema e sabe da burocracia que é cortar uma árvore, não apenas em praças ou locais públicos, até mesmo naquelas que estão no quintal de residências, inclusive goiabeiras, exemplificou Sérgio. O parlamentar sabe que não houve autorização do Conselho do Meio Ambiente e o corte foi feito para atender o pedido individual de alguém, é a única justificativa que se pode ter, diz o vereador.

O secretário da Mesa Diretora Luan Donizeti Elias (Luan do Quilombo – PDT), parabenizou sua amiga e ex vereadora Marlene Lima e o ex-vereador e atual vice prefeito Luis Carlos da Silva (PP), pela conquista de uma viatura e uma motocicleta para a Polícia Militar, viabilizada por emenda parlamentar do deputado estadual Professor Cleiton, entregue nesta segunda-feira (19).

Luan pediu que as pessoas ajudem a Casa Pietá, adquirindo o ingresso para participar de almoço beneficente, no dia 02 de maio. Os ingressos já estão sendo vendidos por vários voluntários, por apenas R$10 e tudo será revertido à entidade que está construindo a sua sede.

Ele também mencionou que a limpeza de terrenos solicitada pelos moradores através dele, foi realizada no bairro Vista Alegre. E terminou alertando às pessoas que se cuidem, mantenham o distanciamento social, o uso de máscara e álcool em gel, porque a pandemia não terminou e o vírus continua no ar. Sempre defendendo que é contrário ao fechamento do comércio, Luan do Quilombo, pondera que o comércio não provoca aglomerações.

O vereador Geraldo José Prado (Coelho – PSD) pronunciou pedindo a limpeza das ruas, terrenos e bueiros do bairro Santa Tereza II. No Santa Tereza I, o problema é a falta de sinalização de trânsito, principalmente da instalação de uma faixa elevada para pedestres, porque os motoristas não respeitam a velocidade. Outras faixas pediu Coelho, na Avenida Ipiranga, próximo a um posto de combustíveis e em frente a uma casa lotérica. No bairro Vila Romana, a Prefeitura já fez a operação taba buraco, ficou muito bom, mas as ruas serão recapeadas em breve.

Sobre as melhorias do Vale Sol, falou que foi ele o primeiro a pedir a revitalização do espaço, que estava abandonado pelas gestões anteriores e só agora algo foi feito, promovendo o bem estar social e o lazer.

O vice presidente da Câmara vereador Antônio Carlos de Lima (Antônio do Lázaro – PSD), também seguiu reclamando da Secretaria de Obras, que já ouviu muitas reclamações sobre a questão das praças do Centro, onde faltam até pedras do calçamento, o canteiro central da Avenida Barão da Boa Esperança e também lá no Quilombo Nossa Senhora do Rosário, mas alguns dos secretários ignoram os vereadores.

O presidente da Câmara Maycon Douglas Vitor Machado (PDT), fez um apanhado geral dos assuntos do Pequeno Expediente. Agradeceu por terem acatado a sua sugestão, quanto a doação voluntária de alimentos durante a campanha de vacinação contra a Covid-19. A adesão ganhou apoio nobre do Sicoob Copersul que vai dobrar as doações a cada quilo alimento não perecível doado pelos vacinados, ou pela população em geral.

Registrou o trabalho que ele, o então vereador e atual vice prefeito Luisinho e a ex-vereadora Marlene Lima, fizeram junto ao deputado estadual Professor Cleiton, para conseguir a viatura entregue oficialmente à Polícia Militar. Maycon agradeceu o deputado, que participou da solenidade de entrega de forma virtual, em razão da pandemia.

O presidente também comentou que tem ouvido os comentários sobre a volta às aulas, junto a preocupação dos pais. Ele orientou que seja feita uma análise bem feita com dados científicos e um rigoroso controle sanitário caso isso ocorra, uma vez que já houve mortes entre os jovens pela Covid-19. Maycon que também é professor, entende que o estudo remoto não é o ideal, mas diante de uma situação que ainda é grave, talvez seja ainda a solução. Para ele, quem sabe não é a hora da Prefeitura investir em qualificar os profissionais da educação para atuar com o ensino virtual.

Sobre a revitalização do Vale do Sol e a colocação do letreiro com o nome da cidade, ele diz que é uma cobrança antiga pela melhoria daquele espaço e que está ficando muito bonito. Ele concorda que as praças do Centro e várias que estão nos bairros precisam de uma atenção melhor da Administração.

Sobre o corte da árvore, Maycon pediu que a Prefeitura exponha para eles e à população, os critérios que são usados para cortar e para não cortar as árvores. Pois, os próprios vereadores recebem vários pedidos que não são atendidos. O exemplo, é uma árvore que ameaça cair em cima de uma casa no bairro Santa Tereza e ninguém faz nada.

Recursos à Covid-19 serão investidos 

Os dois primeiros itens da pauta de votação foram os mais discutidos, pois se tratavam de recursos aprovados à Covid-19 e tinham o pedido de votação em caráter de urgência, mas são do dia 09 de abril. O vereador Luciano Diniz, sugeriu que os valores sejam aplicados na prevenção e de forma a melhorar a estrutura de saúde, evitando que a cidade retorne à onda roxa, do Programa Minas Consciente, por causa da falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de enfermaria na Santa Casa de Misericórdia.

Já Sérgio Silva, acompanhando a transmissão da sessão no facebook, viu que uma paciente que esteve internada com a Covid-19, reclamou que falta medicamentos para as pessoas que contrairam a doença. Os antibióticos são caros e não são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SSUS). Talvez esteja ai um investimento importante a ser feito, diante das dificuldades financeiras que as pessoas estão enfrentando.

O vereador Paulinho elogiou a secretária de Saúde Teresa Cristina e diz enxergar seu esforço, mas vê com tristeza que este dinheiro – o montante de R$2 milhões que estavam sendo aprovados nesta reunião – sejam de sobras do ano passado. Ou seja, valor que não conseguiram gastar durante o ano passado inteiro, nem mesmo na prevenção da doença. Segundo o legislador, foram pouco mais de R$9 milhões recebidos para tratar da pandemia somente ano passado. Coelho seguiu a mesma linha, falou dos cuidados que as pessoas precisam ter e das ações da Saúde, uma vez que nem mesmo 20% da população se vacinou.

Estas manifestações foram feitas antecedendo a aprovação dos projetos na ordem de R$861.051,63 que já estavam no Município, mas R$50 mil em um outro projeto dinheiro oriundo do Governo Federal e vão para o tratamento da Covid-19, e junto a eles; R$89.934,00 para a contratação de serviços de terceiros na Secretaria de Saúde; R$20 mil para a continuidade das obras de construção da Praça do bairro Azarias Campos. Sérgio criticou e refez o pedido para que os valores sejam desmembrados, em projetos diferentes.

A Prefeitura também aprovou o remanejamento orçamentário na Secretaria de Educação de R$100 mil e R$155 mil que vão para a aquisição de equipamentos para otimizar o atendimento aos alunos da rede municipal de ensino devido às aulas remotas nesse período de pandemia e na manutenção da pasta respectivamente; R$1 milhão que é fruto de superávit financeiro que vai ser aplicado no recapeamento asfáltico da Avenida Oswaldo Cruz e R$186.568,32 de investimento de infra estrutura nos Quatis.

O município também recebeu um auxílio de R$22.505,79 que já está em caixa desde 2020, para realizar ações de saúde aos detentos que estão no Presídio. O recurso é da Secretaria de Estado de Saúde.

Dois projetos aprovados são relacionados a Secretaria Municipal de Cultura; que estabelece ações para o planejamento e gestão cultural, com a ação coordenada dos diversos equipamentos municipais de promoção da cultura, como o Centro Cultural “Milton Nascimento”, o Conservatório Municipal de Música “Heitor Vila Lobos”, a Biblioteca Municipal “Celso Brant” e o outro trata da política municipal de cultura, com a reorganização do Conselho Municipal de Cultura, bem como a previsão de diretrizes para a Conferência Municipal de Cultura, entre outras ações.

A sessão seguiu com a aprovação de quatro nomes de ruas, homenageando trespontanos ou personalidades que se destacaram no Município e que agora emprestam seus nomes às vias públicas que estão surgindo no loteamento Nova Três Pontas. Do vereador Luan do Quilombo, o nome da Rua “José Alves Pereira”, que foi morador do Distrito do Quilombo, do vereador Sérgio Silva, Rua “Ruth Tiso de Melo” e do casal Renê Miranda Bernardes e Elaine Tempesta Bernardes, homenageados por Luiz Flávio Floriano. Os comerciantes que tinham uma pastelaria na cidade, eram apaixonados por motocicletas e voltavam de um evento, em março de 2019, quando se envolveram em um acidente entre Poços de Caldas e Andradas. Eles foram atingidos por um carro na BR 146, no trevo de Andradas e morreram na hora.

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