Aprovação em 2º turno gerou discussão, mas mudança passou fácil pelo Plenário

O Carnaval 2023 foi o principal assunto da reunião ordinária da Câmara Municipal de Três Pontas, realizada excepcionalmente na noite desta quinta-feira (23). Todos os vereadores elogiaram o evento, mas a maioria fez alguns questionamentos à organização, sobre algumas críticas que foram feitas em questões pontuais, que precisam ser avaliados e corrigidos para o próximo ano. A sessão contou novamente com a presença de técnicas de saúde bucal da Secretaria Municipal de Saúde, que esperam a votação de uma adequação salarial à categoria. O projeto estava na Casa em tramitação, mas foi retirado para adequação. Durante a reunião, o presidente da Câmara Antônio Carlos de Lima (Antônio do Lázaro – PSD), revelou que foi informado que falta apenas o impacto financeiro que o reajuste vai provocar na folha de pagamento, mas que o projeto chegando será votado e certamente aprovado pelo Plenário.

Na pauta, havia apenas um projeto, este de Emenda a Lei Orgânica para ser votado em segundo turno do Poder Executivo, mas um outro que altera uma emenda impositiva do vice presidente da Câmara, Luan Donizete Elias (Luan do Quilombo – PDT) foi incluso. Ele trata de um assunto polêmico que tem gerado muitas discussões desde o ano passado, quando o Poder Executivo tentou pela primeira vez aprovar a mudança. O pedido que veio é para tirar da lei, a proibição do Município de utilizar ou fazer a capina química.

A oposição critica veemente a iniciativa e alega que é por falta de gestão que a Administração quer retomar o serviço feito com o uso de agrotóxicos. O vereador Roberto Donizetti Cardoso (DEM) começou destacando que a atual gestão nunca se interessou em modernizar buscando meios para realizar a capina, como de forma elétrica. Na Expocafé por exemplo, existem várias empresas que apresentam estas inovações que já são utilizadas em grandes centros, porém, nem houve interesse nas demonstrações que são realizadas. Robertinho se propôs até a destinar recursos de sua emenda impositiva para fazer a compra deste tipo de maquinário. A capina química, elenca ele, provoca intoxicação, contaminação das águas e prejudica a saúde das pessoas e dos animais. Caso o projeto for aprovado, o democrata exige que a Prefeitura coloque placas alertando as pessoas da contaminação, citando a Mina do Padre Victor, como um dos locais mais prejudicados, que é visitado diariamente.

Servidoras técnicas de saúde bucal acompanham as sessões

O vereador Sérgio Eugênio Silva (Cidadania) alegou que entendeu a preocupação do colega, mas que daria mais um voto de confiança no Executivo, diante da situação crítica que tem visto na cidade, cheio de mato e muita sujeira. Contou que nas pracinhas, tem crianças brincando de se esconder atrás das moitas de capim. Cabe aos vereadores aprovando esta alteração, cobrar uma fiscalização para que seja verificado onde os produtos tem sido aplicados.

Já Geraldo José Prado (Coelho – PSD), destacou a sujeira que está na cidade e que de forma manual não irá resolver. Caso o serviço de capina química seja retomado, os vereadores terão que fiscalizar. Ele alega que até maquinário a Secretaria de Obras tem, porém falta material humano, aqueles que fazem serviço braçal.

O vereador Luciano Reis Diniz (PV) tocou em outra vertente, mencionada durante a votação em 1º turno. Que a Câmara está apenas retirando a proibição, mas para realizar o serviço, é necessário preciso aval dos órgãos ambientais, que certamente exigirão regras para a aplicar dos produtos. Na visão dele, os vereadores não estão dando um cheque em branco.

Robertinho rebateu que é claro que a Prefeitura pediu a exclusão na Lei Orgânica para fazer a capina química e que as pessoas não duvidem que no dia seguinte isto já esteja acontecendo. Na mesma linha, Paulo Vitor da Silva (PP), justificou que se existe um caminho para proibir é como está atualmente e que o setor público deveria dar o exemplo na questão envolvendo o meio ambiente. Isto até porque, lá atrás, quem passou pela Câmara se preocupou com isso. A tentativa de mudança, é segundo o vereador progressista, demonstração da ineficiência deixando inclusive a cidade desta forma para justificar a necessidade desta alteração nesta que é a Constituição Municipal.

Sérgio que é do bloco oposicionista, mas tem laços com a atual gestão, inclusive votando com o Governo Municipal concluiu as discussões com uma mensagem de quem é da base. Que todos os prefeitos anteriores podiam fazer o serviço de capina química e nunca foram questionados.

Em votação, o projeto foi aprovado em segundo turno, com apenas dois votos contrários, de Paulinho e Robertinho. No primeiro turno, o projeto foi aprovado no dia 06 de fevereiro com os mesmos votos contrários.

O outro projeto, gerou apenas elogios da iniciativa de se enviar mais recursos para o Hospital São Francisco de Assis. São R$80.369,80 de emenda do vereador Luan do Quilombo que teria outra finalidade e agora será investido na compra de equipamentos para a Maternidade. O vereador falou da felicidade em contribuir diretamente com a saúde da população, destacando a importância desta conquista. O assunto foi tratado entre o provedor da Santa Casa Michel Renan e a secretária de Desenvolvimento Econômico Melissa Chaves e ele. O projeto foi aprovado por unanimidade.

Carnaval rende elogios, mas também questionamentos 

Os vereadores em geral destacaram a realização do Carnaval, avaliaram em linhas gerais que o evento foi muito bom, organizado e alcançou seu objetivo de ser voltado às famílias. Os elogios principais foi quanto as atrações na Praça do Centenário, mas a venda de ingressos, a questão da segurança e a infraestrutura no Pontalete geraram questionamentos que o Executivo, terá que esclarecer em documentos solicitados pelos representantes do povo. O assunto começou no Pequeno Expediente.

O vereador Luciano Diniz parabenizou a organização em geral pelas festividades do Carnaval, pois percebeu que a população ficou satisfeita. Mencionou que tem algumas coisas que precisam ser melhoradas, que não saíram como deveria, o que é normal depois de um tempo sem eventos.

O secretário da Mesa Diretora Maycon Douglas Vitor Machado (PDT), foi mais claro quanto aos problemas gerados no Carnaval, até porque não conseguiu se divertir, de tanto que as pessoas reclamaram com ele algumas questões. Elas foram colocadas em um ofício, endereçado ao prefeito Marcelo Chaves, que ele espera que sejam respondidas com muita objetividade a fim de sanar as dúvidas. Sempre cauteloso nas palavras, Maycon afirmou que prima pelo cuidado nas palavras e nas suas ações e que sua fala não se trata de críticas, mas sim questionamentos feitos da população, por ligações, mensagens e postagens em redes sociais, que como representante do povo busca respostas. Tão logo receba as respostas, vai analisar quais as providências irão ser tomadas.

Ele iniciou agradecendo aos envolvidos na organização do Carnaval e a população por abraçar a causa e terem vivido momentos de alegria e confraternização, como deve ser o evento mais popular do Brasil. Na lista começou pela limitação de público em espaço que é público, no caso a Avenida Oswaldo Cruz. Será se foi analisado a possibilidade de realizar os shows em locais que coubesse mais pessoas? Outro foi a atuação de cambistas vendendo ingressos a preços absurdos. E pontuou que se o ingresso era solidário, deveria cada um contribuir com a quantia que pode. Ao taxar preço de R$10 o pacote, o evento deixou de ser solidário e passou a ser pago. O que não pode, na opinião dele, é deixar quem não tem a quantia naquele momento, sem poder participar de um evento que é público e custeado com dinheiro público. “Existem pessoas em condições bastante favoráveis e aquelas totalmente desfavoráveis que não tem os R$10 ou se tem as vezes é para comprar um refrigerante ou uma cerveja. As vezes ela só tinha este valor e teve que  comprar o ingresso”.

Outro questionamento é quanto aos camarotes. Maycon quer saber como foi feito o Chamamento Público, que passou à Associação Cultural de Três Pontas (ACTA), que terceirizou o serviço e qual foi a contrapartida recebida. Na visão dele, quando isto, se segregasse uma parcela da população da outra.

Quanto aos banheiros químicos, haviam bastante na Avenida Oswaldo Cruz e na Praça do Centenário, principalmente na área do camarote da Pracinha. Maycon ainda não sabe se foi pago com dinheiro público ou com o que foi arrecadado com a venda dos abadás, mas o fato é faltou banheiro no Pontalete. Ele esteve no Pontalete e não conseguiu aproveitar nada da festa, porque o povo o cobrava a todo momento. “Poderiam ter colocado alguns lá no Pontalete, pois os foliões de lá tiveram que usar o mato, o cafezal e lugares inapropriados para fazer suas necessidades fisiológicas”, elencou o vereador.

Quanto a segurança houveram também reclamações de situações graves. Ele não constatou, mas viu em redes sociais e ligaram o informando que houve inclusive registro de boletins de ocorrências que pessoas foram maltratadas por profissionais da empresa de segurança. A dúvida é se de fato a empresa contratada é especializada em segurança de para eventos com a presença de grande público. Na portaria, houveram reclamações da forma como foliões foram abordados. Há relatos, inclusive do uso de spray de pimenta e violência física, resultando em ferimentos. Isto porque, estavam em uma via pública, após o horário de término do show. “São fatos graves que precisam ser apurados”, defendeu Maycon Machado. Ele terminou lamentando que até a imprensa que é fundamental na divulgação das notícias do Município, foi proibida de entrar em uma área adequada para trabalhar.

Ele parabenizou pelas atrações escolhidas, mas ressaltou o trabalho da Batucada Tambanauê, que procuraram os vereadores e fizeram questão da presença deles. Maycon inclusive desfilou com eles até a Praça do Centenário e se divertiu bastante.

Coelho reforçou a fala de Maycon. Destacou que Três Pontas fez um grande Carnaval, principalmente na Praça do Centenário, mas não pode limitar as pessoas. Na avaliação dele, é certo fechar o local, o público passar por revista, porém, em um espaço maior, para receber mais gente. Ele não foi na Avenida, mas deu uma volta em torno e viu muita gente que veio de fora e não teve como entrar porque não tinha ingresso.

O presidente Antônio do Lázaro, classificou como vergonhosa a atuação de cambistas explorando as pessoas vendendo ingressos a preços exorbitantes, em um evento que é para a população. A ideia dele, é criar um projeto para que nos próximos, seja vendido apenas um ingresso por CPF. Antônio não gosta deste tipo de festa e prefere ficar recluso, mas ficou espantado em saber que teve dinheiro público pagando estrutura de área reservada no Carnaval. Ele também recebeu diversas ligações de pessoas que foram para o Pontalete. Eles reclamaram da falta de água nos banheiros dos quiosques, o que é de responsabilidade da Prefeitura e não do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). Outro problema foi a questão de estacionamento. Antônio já havia levado o prefeito Marcelo Chaves lá meses antes, sugerindo que o Campo de Futebol, que não tem mais grama, fosse usado para os veículos pararem, mas nada foi feito.

Paulo Vitor da Silva (PP), disse que foi um dia no Pontalete e na Avenida. No Pontalete constatou uma enorme sujeira. Podaram as árvores da orla e não retiraram os galhos que ficaram acumulados no local. Na Avenida, a visita que ele recebeu do Rio de Janeiro, não conseguiu entrar no Sambódromo porque não havia ingresso.

A sugestão do vereador Luis Flávio Floriano (Flavão- PDT), é que seja cobrado um quilo de alimento não perecível, ao invés de dinheiro, na portaria da Avenida. Tinha gente vendendo a entrada de um único dia por R$50. Ele acha que a Secretaria de Cultura, deveria antes dos eventos tirar dúvidas com os vereadores e procurá-los, assim quando precisam que eles façam as emendas impositivas.

Sérgio Silva mencionou o sucesso que fez a Batucada Tambanauê, que surgiu na região da Praça do Galo. O grupo de músicos de Três Pontas não foi contratado na cidade, mas fez apresentações no Município, inclusive durante o Carnaval, demonstrando o quanto as pessoas gostam de blocos, que precisam ser incentivados a retornarem.

Outros assuntos

Luan do Quilombo registrou que na semana passada, fez uma viagem junto com o vereador Professor Popó e o vice prefeito Luis Carlos da Silva. O resultado é que eles conseguiram com a Emater- MG, a doação de 300 quilos de sementes de feijão que serão entregues aos agricultores da agricultura familiar. No gabinete do deputado estadual Noraldino Júnior (PSC), tiveram o compromisso da destinação de uma mesa cirúrgica de R$300 mil, para a Santa Casa.

O vereador Professor Popó anunciou que Noraldino garantiu o envio de emenda para que as castrações de cães continuem sendo feitas e deixou seu gabinete de portas abertas para atender as demandas da cidade.

Robertinho pediu que a Prefeitura realize uma operação tapa buracos nas estradas de terra e faça o serviço de retirar a água da chuva. As estradas vicinais, segundo ele, estão intransitáveis e tem ônibus escolar da Secretaria de Educação quebrando por causa disso.

Luciano Diniz andando pela cidade, continuou sendo questionado pelos moradores quanto a realização do Concurso Público e deixou claro que vai continuar cobrando. Se achar que apenas a sua cobrança na Câmara não será suficiente, já está com ideia de tomar providências mais severas, porque não tem sido ouvido pelo Governo Municipal e quando isto acontece, precisa ir aos órgãos responsáveis por punir ou por apurar porque não se quer tomar as providências legais.

Visivelmente chateado com a Administração, Luciano vai voltar a cobrar também, providências quanto ao trânsito e a iluminação pública que está de péssima qualidade. Há dois anos ele pediu que a Prefeitura fizesse um processo licitatório para contratar uma empresa especializada no trânsito e até hoje nada foi feito. Sobre a iluminação, ele e outros colegas, já informaram que as lâmpadas são trocadas, ficam poucos dias funcionando e queimam novamente. Enquanto isto as ruas ficam as escuras.

Maycon Machado falou no Grande Expediente de sua prima, a trespontana Cristiane Aparecida Machado. Ela foi eleita a melhor costureira das escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro e sua escola, a Imperatriz Leopoldinense se sagrou campeã. O vereador disse que sua família está feliz demais com tudo o que acontecendo na vida dela, que tem sempre aparecido em reportagens da Globo e SBT. Ele pediu apoio dos colegas para propor uma Moção de Aplausos à Cristiane, que é a demonstração de uma mulher sonhadora e guerreira que começou a trabalhar na extinta Penalty em Três Pontas, passou pela Escola de Samba Consciência Negra e foi brilhar entre os cariocas, mas sempre menciona que tem orgulho de ser trespontana.

O presidente da Câmara Antônio do Lázaro, anunciou que com a ajuda dos deputados Mário Henrique Silva (Caixa – PV) e Diego Andrade (PSD-MG), foram liberados para Três Pontas, o montante de R$500 mil para a construção de duas farmácias básicas, uma no Centro e outra em um bairro.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here