Caminhoneiros que passam pela BR 265 em Santana da Vargem, nesta segunda-feira (21), estão sendo parados e convidados a aderir ao movimento nacional, de protesto contra a alta nos preços dos combustíveis.

No entroncamento com a MG 167, desde as 6:30 começou a se formar uma fila enorme nos acostamentos. Algumas faixas foram afixadas para demonstrar a insatisfação da categoria com o governo. As principais reivindicações é a redução do preço do óleo diesel e a revogação da lei do PIS/Cofins que eleva o preço dos combustíveis.

De acordo com um dos organizadores, Daniel Oliveira, a mobilização permanece até eles forem atendidos pelo governo, por isto, não há previsão de quando os caminhoneiros sejam liberados. “O governo está provocando um estrago nas nossas vidas. O povo brasileiro deveria sair das redes sociais e ir para as ruas protestar”, defendeu Daniel. Ainda de segundo ele, a situação passou dos limites e não há como seguir. “Ou paramos agora e fazemos algo, ou paramos quebrados, sem dinheiro porque estamos trocando cebola”.

Caminhoneiros estão parados no acostamento da rodovia BR 265

A Polícia Militar Rodoviária Estadual acompanha o protesto que está sendo de forma pacífica. Em Santana da Vargem, a polícia disponibilizou inclusive cones para sinalizar a via. Só estão sendo liberados veículos de passeio, ônibus e veículos que transportam cargas vivas e medicamentos. Um caminhão que transportava oxigênio para um hospital foi permitido seguir viagem. Muitas pessoas que passam pelo local, buzinam e chegam a se manifestar favorável a paralisação da categoria.

As paralisações acontecem também em Varginha, Três Corações, Lavras, Cana Verde, Oliveira, Igarapé e na BR 040.

Negociações fracassaram

O anúncio da paralisação foi feito na sexta-feira, 18, em nota distribuída pela Associação Brasileira de Caminhoneiros (ABCam), após o fracasso nas negociações com o governo federal.  “O aumento constante do preço nas refinarias e dos impostos que recaem sobre o óleo diesel tornou a situação insustentável para o transportador autônomo. Além da correção quase diária dos preços dos combustíveis realizada pela Petrobras, que dificulta a previsão dos custos por parte do transportador, os tributos PIS/Cofins, majorados em meados de 2017, com o argumento de serem necessários para compensar as dificuldades fiscais do governo, são o grande empecilho para manter o valor do frete em níveis satisfatórios”, diz o comunicado

A Abcam tem 600 sindicatos e 7 federações filiadas e representa de 600 mil a 700 mil caminhoneiros no Brasil.

Mesmo com protesto, vem mais aumento

Os preços do diesel e da gasolina voltam a subir nas refinarias a partir desta terça-feira (22). Segundo informações do site da Petrobras, a gasolina subirá 0,9% e o diesel 0,97%. Com a alta, o preço da gasolina passará a custar R$ 2,0867, enquanto o do óleo diesel sobe para R$ 2,3716.

Este é o 11º aumento do preço da gasolina nos últimos 17 dias. A exceção ocorreu entre os dias 12 e 15 deste mês, quando a estatal interrompeu a sequência de altas ao manter o preço da gasolina em R$ 1,9330, e entre os dias 19 e 21 quando os preços passaram para R$ 2,0680. Ao longo do mês de maio, o preço da gasolina subiu 16,07%.

O produto iniciou o mês custando R$ 2,0877 na porta das refinarias, sem a incidência de impostos, e passará a valer a partir da meia-noite de hoje R$ 2,0867, contra os R$ 2,0680 que vigora desde o último aumento, no sábado passado (19).

Já o óleo diesel, que aumentará 0,97%, acumula alta de 12,3% desde o dia 1º de maio. Com o último aumento, o preço do produto passará de R$ 2,3488 – preço que passou a valer também no último sábado – para R$ 2,3716. É o sétimo aumento consecutivo do produto.

A Petrobras rebate as criticas às altas constantes dos derivados a atribui as elevações de preços às oscilações do preço do barril do petróleo no mercado externo. Segundo a estatal, “os combustíveis derivados de petróleo são commodities e têm seus preços atrelados aos mercados internacionais, cujas cotações variam diariamente, para cima e para baixo”.

Segundo a companhia, a variação dos preços nas refinarias e terminais é importante para que a empresa possa competir de forma eficiente no mercado brasileiro. (Fonte: Agência Brasil)