Começa hoje, quarta-feira (10) e vai até 31 de maio, a 21ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. O dia 04 de maio, será o dia D de mobilização nacional. O objetivo é reduzir as complicações, as internações e a mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus da influenza, na população alvo para a vacinação e atualizar a situação vacinal de crianças, gestantes e puérperas.

Nesta campanha, além de pessoas com 60 anos ou mais, serão vacinadas as crianças na faixa etária de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias), as gestantes, as puérperas (até 45 dias após o parto), os trabalhadores da saúde, os professores das escolas públicas e privadas, os povos indígenas, os grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, os adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, a população privada de liberdade e os funcionários do sistema prisional. O público alvo, portanto, representa aproximadamente 59,1 milhões de pessoas no Brasil. A meta é vacinar, pelo menos, 90% dos grupos prioritários.

Nesta primeira fase, serão priorizadas crianças com idade entre 1 e 6 anos, grávidas em qualquer período gestacional e puérperas (mulheres até 45 dias após o parto). A escolha, de acordo com o Ministério da Saúde, foi feita por causa da maior vulnerabilidade do grupo. A partir de 22 de abril, todo o público-alvo da campanha poderá receber a dose.

Três Pontas tem um total de 12.172 doses a serem aplicadas: sendo 3.801 crianças, 1.034 trabalhadores da saúde, 493 gestantes, 81 puérperas, 6.177 idosos e 586 em professores. Não estão inclusos os doentes crônicos, já que não se tem número exato de quantos eles são.

Nesta campanha, também serão disponibilizadas as demais vacinas do Calendário Nacional de Vacinação para atualização da Caderneta de Vacinação da criança e da gestante. A ação busca o resgate e vacinação de não vacinados, por considerar o risco para as doenças imunopreveníveis, além das baixas coberturas vacinais neste público.

A influenza é uma doença respiratória infecciosa de origem viral, que pode levar ao agravamento e ao óbito, especialmente nas pessoas que apresentam fatores ou condições de risco para as complicações da infecção.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se a ocorrência de casos da influenza varia de leve a grave e até pode levar a óbito. Hospitalização e morte ocorrem principalmente entre os grupos de alto risco. Em todo o mundo, estima-se que estas epidemias anuais resultem em cerca de 3 a 5 milhões de casos de doença grave e de cerca de 290.000 a 650.000 mortes.

Em populações não vacinadas, a maioria das mortes por influenza sazonal é registrada em idosos. Entretanto, as taxas de hospitalizações em crianças menores de cinco anos são tão elevadas quanto às observadas no grupo de idosos.

Em adultos, a maioria das complicações e mortes ocorre em pessoas portadoras de doenças de base, enquanto em crianças menores de cinco anos de idade, a maioria das hospitalizações e quase metade das mortes ocorrem em crianças previamente saudáveis, particularmente, no grupo menor de dois anos de idade.

Em relação às gestantes, o risco de complicações é muito alto, principalmente no terceiro trimestre de gestação, mantendo-se elevado no primeiro mês após o parto. Desta forma recomenda-se fortemente a vacinação deste grupo. A vacinação além de protegê-las também protege o feto e o recém-nascido pela passagem transplacentária de anticorpos.

As puérperas apresentam risco semelhante ou maior que as gestantes de ter complicações em decorrência da influenza. E estudos mostram que a presença de qualquer fator de risco/comorbidade aumentou o risco de morte por influenza variando entre 2,77 a 4,4 vezes dependendo da cepa infectante. Fatores que justifica a vacina da puérpera até 45 dias após o parto.

Os trabalhadores da saúde são mais expostos à influenza e estão incluídos nos grupos prioritários para vacinação não apenas para sua proteção individual e para manutenção dos serviços de assistência à saúde da população, mas também, para evitar a transmissão dos vírus, principalmente aos pacientes de alto risco.

Os adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas e as populações privadas de liberdade e pessoas que vivem em ambientes aglomerados também estão expostas ao maior risco de contrair a infecção.

Em ação conjunta, o Ministério da Saúde (MS) e o Ministério da Educação (MEC) buscam esforços para a ampliação da vacinação dos professores das escolas públicas e privadas, durante a campanha de vacinação contra a influenza. Esta ação tem como objetivo reduzir o risco da influenza para outras pessoas na escola. A atividade do professor é fundamental e a vacinação contribuirá na redução do absenteísmo, e consequentemente, na melhoria da qualidade do ensino. A escola pode ser considerada como um local de alta contaminação seja pela aglomeração de pessoas ou pela proximidade das relações interpessoais.

A estratégia de vacinação contra a influenza foi incorporada no Programa Nacional de Imunizações em 1999, com o propósito de reduzir internações, complicações e mortes na população alvo para a vacinação no Brasil.