O 24º Batalhão de Varginha promove nesta quarta-feira (22), as 9:00 horas da manhã, a passagem de comando da 151ª Companhia de Polícia Militar – do Capitão Bruno Neves Tavares para o Capitão Júlio César Gomes Soares. Bruno chegou em Três Pontas como 2º Tenente em 2010, vindo de Varginha, onde comandava o 5º Pelotão. Em 2012 foi a 1º Tenente e em 2017 foi promovido a Capitão da PM. Sempre exerceu na Terra do Beato Padre Victor a função de comando – primeiro de Pelotão e depois de toda a Companhia, responsável também pelo município de Santana da Vargem. Foram sete anos como Comandante Geral da Companhia, de um trabalho reconhecido pela população e que lhe deu através da Câmara Municipal de Vereadores, uma Moção de Congratulações e Aplausos em 2014 e o título de “Cidadão Honorário Trespontano” em 2017.

A transferência agora foi um pedido do próprio Capitão que busca galgar vôos mais altos na carreira e afirma que já está em Três Pontas há muito tempo e a rotatividade é fundamental para sua formação. Ele vai exercer a partir de quinta-feira (23) uma função mais técnica dentro do 24º Batalhão em Varginha, para quando assumir outras funções, como Comandante de Batalhão ou Unidade, já esteja preparado. “Aproveitei muito bem esta oportunidade me dada aqui e agora estou indo para uma seção que é mais técnica na PM”, disse Bruno Neves.

A avaliação que faz destes mais de 9 anos, é extremamente positiva, que é oferecer um serviço de segurança pública de qualidade. Em quase uma década, sob seu comando, a Companhia manteve baixo os índices de criminalidade, em patamar aceitável e nunca houve picos que afetassem a sensação de segurança dos trespontanos de forma alarmante. “Mantivemos uma margem de crimes registrados dentro de um nível muito baixo, em constante redução. Manter uma situação tão tranquila durante tanto tempo não é fácil, é resultado de muito esforço e dedicação”, garantiu.

Registrar sua passagem sem frisar com veemência, a mudança física e estrutural da sede da Companhia é inadmissível. Em 2010, o Quartel não oferecia condições nenhuma de segurança aos policiais. Sem contar as condições internas, como sistema de informática, arquivamento de dados e redes de acessos que eram precários. A transformação permitiu receber melhor a comunidade e dar mais condições à tropa, o que a faz responder de forma motivada.

Foi na gestão do Capitão Bruno Neves, que a Festa Junina da PM se consolidou, tornou sucesso e hoje é um evento, que integra a agenda cultural da cidade e a população espera todos os anos. Quando aportou por aqui ela já acontecia, mas com objetivo de diferente. Ao assumir se reuniu com os militares e mostrou que a visão a partir daquele momento seria empreendedora. Ele dá os méritos a quem teve a ideia de começar, mas a finalidade na época era de confraternização, foco diferente de agora, mas deixou claro que era preciso angariar recursos financeiros. Por isto, levou para um local que desse bilheteira, que o público tivesse mais conforto e fosse mais estruturado. A Festa Junina de firmou no Clube de Campo Catumbi (CCC) e os recursos que são levantados com a realização dela, mantém muitas coisas na Companhia, como viaturas rodando e a própria revitalização completa do Quartel.

De tantas missões ao longo destes anos, uma delas desafiou o Comandante em novembro de 2015, por ser atípica e difícil de ser cumprida. O trabalho foi a beatificação do Beato Padre Victor, que demandou uma segurança enorme, com a presença de autoridades internacionais, como o prefeito da Congregação da Causa dos Santos, Cardeal Ângelo Amato, representante do Papa Francisco, entre outras personalidades importantes. O momento também não era dos melhores, com os atentados realizados na França. Capitão Bruno fez um planejamento detalhado utilizando todas as ferramentas disponíveis pela Polícia Militar de Minas Gerais, que não foram tão visíveis às pessoas, mas que contou com 300 policiais militares, vindos de Belo Horizonte e quase toda a tropa do Sul de Minas, com aeronave empenhada, a utilização de um posto elevado de observação, caminhões e dezenas viaturas. O comandante foi a Caxambu, buscar orientações inclusive com o comandante da PM de Baependi na época, quando Nhá Chica foi beatificada em 2013. O que foi planejado pela Corporação foi colocado em prática de forma correta e foi um sucesso.

Na despedida, agradecimentos a todos, especialmente à tropa

Na entrevista concedida a três dias antes de passar o comando da PM, Capitão Bruno fez agradecimentos a todos aqueles que o acolheu e lhe deram apoio em todos estes anos. Ele revela que a população trespontana é diferenciada das demais por onde já passou – é mais receptiva, acolhedora, onde as pessoas são mais solidárias, ajudam e estendem as mãos umas as outras, o que reflete na segurança pública. Isto, é algo que Bruno diz levar não apenas para sua vida profissional, mas no seu coração. Talvez, na visão dele, pela religiosidade muito aguçada e a fé em Padre Victor é que tanta gente de fora fica tanto tempo em Três Pontas, assim como ele vivenciou nestes mais de nove anos.

Ele também registra os agradecimentos aos empresários, lideranças de todos os setores, instituições, o Conselho Comunitário de Segurança Pública (Consep Travessia), a Associação Comercial, a Polícia Civil, o Ministério Público e o Poder Judiciário, com quem teve relação próxima e harmônica, por sempre estarem trabalhando em uma linha comum na área criminal. Ele admite que isto, beneficiou a PM no seu comando, até mesmo na concepção de resultados, pois o trabalho conjunto e alinhado é esforço de um incentivo só.

Por fim, mais que especial, deixou as mais sinceras continências à sua tropa. Policiais militares que foram a razão dele estar na Capital Mundial do Café e defenderam com bravura ao seu lado, a missão de proteger a população e promover a paz social. “Quando a gente comanda, comandamos com algumas pessoas. Trabalhei com uma tropa aguerrida, pronta, disponível e sempre buscando bons resultados. Ela fez a diferença, porque o comandante sozinho é apenas mais um e, a nossa tropa é o maior patrimônio que temos”, defendeu Capitão Bruno. 

Balanço de 2019 é extremamente positivo

O balanço de 2019 da atuação policial não é diferente dos outros anos, com resultados operacionais extremamente positivos, atingindo praticamente todas as metas estipuladas pela gestão de desempenho, que é um acordo junto ao Governo do Estado. Em Três Pontas os índices são pequenos e considerados os menores de Minas Gerais. Conseguir diminuir aquilo que já é pequeno é um desafio mais difícil ainda de ser alcançado.

É preciso lembrar que em 2018, a 151ª Companhia foi a com melhor índice criminal da 6ª Região, ou seja, o município mais tranquilo em 44 cidades.  Tanto que por isto houve uma premiação entregue em Lavras. E as metas de 2019 foram em cima destes dados, quando o resultado já havia sido excelente. A PM trabalha a redução em cima de redução. Por mais que a diminuição da criminalidade tenha sido exemplar a dois anos, ano passado o desafio foi fazer os índices caírem ainda mais.

O que não chegou a tarde um resultado tão bom quanto ano passado, foi em relação aos furtos em residências. Este está entre os crimes que mais desgastam a população, pois a pessoa que tem a casa invadida e violada e tem algo furtado, é muito mais que o bem material, foi a dignidade, a privacidade que foi levada, o resultado disso é péssimo e o impacto na sociedade acontece de fato. “Temos que ficar atentos a isto e buscar índices cada vez melhores, pois foi este o único que não conseguimos uma redução satisfatória como os demais”, reconhece Capitão Bruno sobre seu último ano de comando na cidade trespontana.

Nos percentuais fechados, houve uma redução de 30%, em furtos e roubos em relação ao mesmo período do ano passado, período em que a Base de Segurança Comunitária, passou a ficar na Praça Cônego Victor. Os furtos e roubos aos transeuntes, que são pessoas que estão andando a pé pelo Centro, houve queda de 28%.

Homicídio foi apenas um registro. Índice também pequeno em relação as outras cidades, apesar de que Capitão Bruno diz que o ideal seria não ter nenhum.

O combate ao tráfico drogas, é uma marca latente e no ano anterior não foi diferente, contando inclusive com operações conjuntas com a Polícia Civil. Onze quilos de pasta base de cocaína apreendida, serviram como base à Operação Aliado, que desarticulou quadrilhas e apreendeu também 20 quilos de drogas. “Podem pensar que não foi muito, mas o valor monetário de prejuízo que o tráfico levou foi enorme, já que esta pasta base renderia muitos mil reais aos traficantes”, ponderou.

O tráfico fomenta outros crimes como os furtos e roubos. Eles estão sempre atrelados, pois o os usuários acabam viciando e acabam cometendo crimes para manter o vício. É uma situação que preocupa e reflete principalmente com relação aos crimes contra o patrimônio.

A redução aos índices se deve a várias estratégias de policiamento, principalmente o estudo científico da criminalidade. A locação do recurso, o policiamento no local certo e na hora certa, fazendo uma atividade específica, é resultado de uma análise criminal. Ela busca identificar o que está acontecendo, quando está acontecendo, porque está acontecendo e quem está cometendo. Estas perguntas estão com a PM o todo tempo dentro da Companhia.

A Corporação utiliza informações extraídas dos boletins de ocorrências, do policiamento operacional e faz o perfil criminal para definir qual a estratégia de policiamento será adotada para aquele delito ou crime específico.

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