Fotos: Equipe Positiva

 

A Cocatrel homenageou e premiou na tarde desta terça-feira (20), os produtores com os melhores cafés depositados na cooperativa da safra 2018/2019. O evento foi realizado na Pousada Travessia e atraiu diretores, associados, familiares, convidados, instituições parceiras, colaboradores e a imprensa.

Antes da cerimônia de entrega, os convidados puderam deliciar um coffe break. Além das delícias preparadas, foi possível experimentar a nova linha de cafés especiais, a Montrês, lançado durante a Semana Internacional do Café, realizada entre os dias 7 e 9 de novembro, em Belo Horizonte.

O encontro entre a cooperativa e seus cooperados serviu também para comemorar 2018. O ano foi muito importante para a Cocatrel. A confiança depositada pelos cooperados, na cooperativa, um trabalho de preparação para a safra, muito bem feito, a aproximação da Cocatrel, a abertura de 10 pontos de recebimento, em Três Pontas e nas filias, gerando segurança, agilidade e eficiência para todos, resultaram na quebra de um recorde histórico de recebimento de café.

Muito além da quantidade, 2018 foi um ano de cafés de ótima qualidade. Das mais de 44 mil amostras previamente analisadas pelo laboratório central, cerca de 15 mil foram consideradas com potencial e enviadas ao laboratório de cafés especiais da Cocatrel. Dentre todas essas, as 13 melhores de 13 produtores, foram premiadas este ano.

O anúncio foi feito junto as notas e os pontos que receberam. O superintendente da cooperativa Manoel Rabelo Piedade fez a entrega do troféu personalizado de cada um deles, que foi torrado e moído e colocado em embalagens especiais.

O produtor Gleiser Botrel Rosa, tem 70 hectares de café no Sítio São Sebastião, na região da Barreirinha e já foi premiado em 2014, na lista dos 10 melhores cafés. Desde então, ele que é associado da Cocatrel a cerca de 20 anos, melhorou sua estrutura, agora seca e beneficia o produto no próprio sitio. O resultado disso, foi uma nova premiação. Seguindo os caminhos de seu falecido pai, Sebastião Vitor Rosa, ele diz que não existe segredo, o importante é sempre estar preocupado com a qualidade e agregando valor ao produto. “Todo ano a gente tem tentado melhorar a estrutura e a forma de trabalhar, sempre em nome da qualidade. O reconhecimento é um incentivo para sempre buscarmos novas tecnologias, que vão em todo o produção de produção. O apoio a gente encontra na Cocatrel, que nos oferece uma equipe muito dedicada a nos atender”, afirmou Gleiser Rosa.

“Seu” Agostinho de Fátima Marcelino tem na Fazenda Curralinho, na zona rural de Três Pontas, cria vacas leiteiras e tem 1,8 hectares de café, é agricultor familiar, mas não dispensa a qualidade. Tanto que foi selecionado pela primeira vez e premiado entre as 13 amostras campeãs. Ao lado da família, ele revela que eles são seus maiores incentivadores e sua esposa Tânia, tem uma grande responsabilidade neste reconhecimento. Atualmente é o casal que trabalha diariamente na lavoura e eles adoram trabalhar em seus micro lotes, inclusive pós colheita, usando vários métodos de preparação “Receber este prêmio é muito gratificante e reforça que a gente pode produzir com qualidade, mesmo sendo pequeno e a cooperativa nos dá esta confiança”, relata o produtor.

Chegar a este resultado não foi fácil. A safra deste ano apresentou uma qualidade altíssima nos grãos, com atributos acima da média. A Coffee Render Iandra Vilela, que é a caçadora de café – termo novo usado no Brasil – tem a missão de buscar os melhores cafés para apresentar aos importadores, exportadores e clientes da Cocatrel. Uma caçadora de café utiliza critérios importantes para fazer a avaliação, como a altitude que tem grande influência. Existem cafés bons em altitudes mais baixas sim, confirma Iandra Vilela. As variedades amarelas tem um potencial melhor, mas toda qualidade passa por um pós colheita bem feito.  “O pós colheita é ponto crucial para determinar um café de qualidade, na próxima safra”, orientou a coffee render. Ela revela que ao longo dos anos a qualidade do café tem melhorado bastante. Os produtores tem buscado capacitação, participando de palestras, encontro e eventos que trata de todas as fases de produção. A demanda por cursos cresceu. Ela afirma que é necessário trocar informações.

Desde 2017 foi criado o Cocatrel Direct Trade, um departamento exclusivo, que avalia, organiza, faz a prospecção de mercado para exportação de cafés finos e especiais, oferecendo suporte aos produtores cooperados e garantindo acesso aos mais variados mercados. O coordenador é Gabriel Miari, que mostrou o trabalho feito nesta segunda safra. Primeiro, ele fez questão de nominar alguns dos responsáveis pelo setor. Depois, mostrou dados que apontam que cerca de 40% do número de sacas de café que estão sendo exportados são de Três Pontas e Carmo da Cachoeira. E para demonstrar que o pequeno produtor ou o agricultor familiar também é capaz, é que 37% dos grãos exportados são daqueles que tem menos de 50 hectares de café.

Neste primeiro ano de atuação já houve sucesso, de acordo com Gabriel Miari. A Cocatrel está entrando nos principais mercados, inclusive no Japão onde a relação comercial é difícil de ser iniciada. Porém, o contato que ele e o presidente Marco Valério Araújo Brito tiveram foi bem sucedido, já que o primeiro container sai daqui em janeiro.

ENTREVISTA MARCO VALÉRIO ARAÚJO BRITO
Presidente da Cocatrel

Fale da importância da entrega destes prêmios dos cafés especiais e desta confraternização entre os cooperados?

Esta festa é uma confraternização. O ano de 2018 foi muito relevante e importante para a Cocatrel em vários sentidos. Batemos recordes no recebimento de café, recebemos um número grande de novos cooperados e a abertura de novas filiais. São mudanças importantes que nos trouxe uma proximidade maior com o cooperado, além da transparência que é o lema desta nova gestão. Esse evento da entrega dos prêmios dos melhores cafés é a cereja do bolo, é a coroação de um ano importante de trabalho, não só de volume, mas também de qualidade. A safra foi de qualidade muito boa, os cooperados entenderam e atenderam o pedido nosso, que temos o desejo pela melhora da qualidade. Esta premiação reflete isso. Foram 44 mil amostras e tivemos que chegar a um funil de 13. É um momento muito importante de agradecer a confiança, de trazer o café aos nossos armazéns, acreditando no potencial não apenas de receber, armazenar e comercializar bem este café. É momento de confraternizarmos com os cooperados, empresas parceiras e toda equipe da Cocatrel, que faz parte deste sucesso.

Qual a premiação que os produtores vencedores recebem?

Este café tem sido trabalhado para a exportação. A premiação é a venda feita pelo setor chamado Direct Trade, que é o comércio direto, que liga o produtor ao torrefador. Não só a venda do café verde, com valor melhor, em torno de R$800 a saca, mas também a gente preparou o café torrado para ser vendido nas nossas lojas, na nossa Cafeteria e no comércio eletrônico, onde o nome do produtor está no rótulo das embalagens.

Estas ações demonstram a força do cooperativismo?

Com certeza. A força do cooperativismo, do cooperado e da própria Cocatrel. A nossa cooperativa tem se estabelecido como uma das melhores do mercado plays de exportação de cafés especiais, mas principalmente mostrando a força do cooperado, do café fino, do café especial, trabalhado e a vazão que tem dado este café e a credibilidade que a Cocatrel está tendo de ligar a fazenda e o consumidor final. Este é um processo caro de ser feito e muitas vezes o cooperado não conseguiria. Esta possibilidade a Cocatrel concede ao cooperado, independente do seu tamanho, pequeno, médio ou grande. Temos atendido todos estes com potencial.

Na lista dos premiados, tem novos nomes e produtores que continuam produzindo café de qualidade.

Fiquei muito feliz quando vi a lista dos premiados, por vários motivos. Vi nomes que já estiveram em premiações anteriores, isto mostra uma sequência do trabalho, do próprio cooperado, de fazer cafés especiais todos os anos. Mas fiquei feliz também por novos nomes, que mostra que o treinamento, capacitação dos novos processos, na qual a Cocatrel tem ajudado o cooperado, tiveram resultados. Não só isto. Quando o cooperado entra com o café, deve ter sido feito um trabalho muito intenso por ele e toda a gama de café que ele produziu também subiu de ponto. Tenho certeza que ele ganhou em todos os outros lotes, que acabaram sendo valorizados também.

Esta é a prova de que o produtor tem que se preocupar e investir em cafés especiais?

Eu não tenho dúvida disso. Há uma demanda muito grande por cafés com atributos diferenciados, com qualidades superiores. É uma demanda que a gente fala que é terceira onda do café. Atingindo a quarta onda, que é uma necessidade de vários tipos de cafés. Os cafés sofisticados, com valores diferentes estão sendo procurados pelo consumidor que está pagando por isto. A Cocatrel ao disponibilizar estes cafés para o mercado, está atendendo o mercado e a necessidade da exigência do consumidor internacional.

VEJAM OS PREMIADOS E SUAS CATEGORIAS
Categoria cereja descascado

Hélcio Antônio Chagas Reis – Fazenda Santo Antônio de Carmo da Cachoeira
José Carlos dos Reis – Fazenda Rancho Grande/Pitangueiras de Três Pontas

Categoria natural
Agostinho de Fátima Marcelino – Fazenda Curralinho de Três Pontas
Antenor de Oliveira Lima – Fazenda Santo Antônio do Monte Alto de Nepomuceno
Carlos César Cougo Filho – Sítio Nossa Senhora Aparecida III de Carmo da Cachoeira
Carlos Henrique Teodoro – Fazenda Serrano de Ilicínea
Francis Figueiredo Oliveira – Fazenda Santa Margarida de Três Pontas
Gilberto Augusto Cainelli – Fazenda Zaroca de Três Pontas
Glauco Beggiato Carvalho – Fazenda São Joaquim de Três Pontas
Gleiser Botrel Rosa – Sítio São Sebastião/Barreirinha de Três Pontas
Josias Cardoso de Oliveira – Fazenda Urtiga de Ilicínea
Oswaldo Gomes Pinto – Sítio Quatis de Três Pontas
Valdeci Domingos Nascimento – Fazenda Alto da Serra de Ilicínea