Fotos: Equipe Positiva

 

O comércio em geral retornou suas atividades em Três Pontas, seguindo restrições das autoridades de saúde, para evitar que a situação da pandemia do novo Coronavírus se agrave. O fechamento das lojas por conta da pandemia gerou incertezas neste ano de 2020, que demonstrava ser um ano positivo, de recuperação e consolidação econômica.

Esta é a primeira semana que oficialmente todos estão abertos, incluindo bares, restaurantes e academias, seguindo as normas impostas pela Vigilância Sanitária. E a avaliação que o presidente da Associação Comercial e Agroindustrial (Acai-TP) Bruno Dixini Carvalho faz é positiva. No dia 30 de abril, quando da primeira semana do primeiro setor autorizado a funcionar, os membros do Comitê de avaliação do Covid-19 elogiaram a postura do comércio. No que se refere as vendas, ele lamenta que muitos ramos como lojas, restaurantes e bares, a retomada ainda está muito aquém da realidade, se resumindo entre 15% e 40% das vendas se comparado a patamares anteriores à crise do Covid-19, o que é muito preocupante. A esperança, é que com o Dia das Mães, haja um aquecimento, e que o cliente se sinta seguro de ir nos comércios já que eles se adaptaram e prepararam para receber o fluxo de vendas de forma organizada e espaçada. Esta é uma preocupação primordial e por isto, a insistência da Associação Comercial, não apenas com associados, mas com todos os estabelecimentos para que sigam as regras e evitem um possível fechamento que pode trazer consequências ainda mais catastróficas.  O objetivo em sua grande maioria tem sido alcançado.

De acordo com Bruno Dixini, existe uma pequena parcela de comércios que ainda não despertou para a preocupação com a saúde, principalmente nos bairros. Na opinião dele, o comércio central está mais precavido, provavelmente pela presença dos “laranjinhas”. “Estamos insistindo muito no uso das máscaras pois se descuidarmos e a doença alastrar de forma rápida, de modo que sature os leitos de UTI, podemos perder a permissão de manter o comércio aberto. Foi uma luta para abrir, e a luta não acabou, o vírus não foi vencido. Portanto ainda estamos na luta”, refletiu.

Alguns comerciantes estão enfrentando problemas com clientes ao exigir o uso do acessório que se tornou obrigatório e primordial, à própria saúde. Como o momento que estamos vivendo é delicado, seria muito positiva a compreensão dos consumidores em ter sua própria máscara, que não custa caro e protege a todos. “Não estamos podendo perder vendas, e barrar um cliente é uma atitude muito desagradável, mas pedimos que todos usem a sua, que pode ser mesmo de tecido, permitindo que seja lavada e reutilizada”, orientou o presidente da entidade.

Os “laranjinhas”, estão diariamente pedindo que as pessoas utilizem-nas e eles tem tido um papel extremamente positivo. A realidade é diferente em outras cidades e infelizmente o brasileiro tem uma cultura mais sossegada e necessita ter alguém para “incomodar” ou “lembrar” do que se deve fazer, principalmente por ser um hábito novo. Os “laranjinhas” fazem um trabalho educativo e os patamares do Coronavirus na cidade estagnaram até o momento, dado talvez a esses cuidados adotados: como o uso de máscaras, higienização das mãos, distanciamento e a precaução com as aglomerações.

A Equipe Positiva ouviu durante esta semana empresários de alguns setores, para saber como foi fechar as portas de forma tão repentina e como está sendo este retorno. Como mudar sua estrutura, diminuir sua capacidade de atendimento, lidar com esta nova forma de atender e fazer com que o seu cliente também perceba, que os cuidados são primordiais, para a sua saúde e para a manutenção do estabelecimento aberto.

Légio Bandoni é dono de uma loja tradicional na cidade que tem 68 anos e nunca foi obrigada a fechar as portas desta forma. Ele negociou com os fornecedores, prorrogou boletos e cheques, para não ter que reduzir salários e demitir colaboradores. Quando estavam atendendo de forma restrita, as vendas estava bem fracas, mas melhorou nas duas últimas semanas. As pessoas voltaram a comprar e um dos motivos para uma boa reação, pode ser o pagamento do Auxílio Emergencial que está beneficiando milhares de pessoas e deve refletir nas vendas do Dia das Mães. “Estou esperançoso que a situação melhore, alavancada pela colheita do café que começou e tem uma importância fundamental na economia, ainda mais por este ano ter bastante grãos para serem colhidos”, comentou.

E o presente do Dia das Mães muitas vezes é um almoço fora de casa. Joel Vitor Scheibel é gerente de um restaurante, que ficou 40 dias de portas fechadas, atendendo apenas delivery, o que eles ainda não haviam utilizado e foi um pouco difícil e complicado de se adaptar. A experiência foi boa e a tendência é que as entregas em casa sejam mantidas. Como o restaurante envolve toda a família, foram eles que ficaram trabalhando neste período que se intensificou o isolamento domiciliar. Eles retornaram e adaptaram tudo a esta nova realidade, mas admite que muitas pessoas ainda tem receio de frequentar estes estabelecimentos por medo. “Estamos fazendo e trabalhando de forma correta para a segurança nossa e de nossos clientes”, adiantou Joel Scheibel.

Todas as determinações estão sendo seguidas, como o espaçamento maior entre as mesas. Todos os funcionários estão usando máscaras, além dos clientes. Quando eles chegam e não estão utilizando o acessório, recebem do estabelecimento para serem atendidos. Álcool em gel para serem aplicados nas mãos estão em várias partes do restaurante e as mesas estão higienizadas com água sanitária. Ao se servirem, os clientes precisam seguir a demarcação no chão obedecendo o espaçamento exigido.

Sem demitir ninguém até agora, Joel diz que eles estudam a possibilidade de diminuir a carga horária de alguns dos funcionários ou o encerramento do contrato, mas antes de tudo é preciso sentir um pouco como será o movimento nos próximos dias. O que seria um dia de muito trabalho, o Dia das Mães, é uma incerteza. Apesar de preparar para receber bem a todos os clientes, tomando as precauções, não é possível apontar como será o movimento, mas a certeza é que nada será igual como antes.

Se tem uma pessoa que tem experiência em comércio, é Sebastião de Fátima Cardoso. São 45 anos enfrentando obstáculos e vencendo adversidades, mas nunca acreditou que poderia vivenciar o que o país está enfrentando agora. As vezes, ele acha que está vivendo um pesadelo ou passando por uma tempestade, mas é a realidade, que precisa ser enfrentada. Ele lamenta a necessidade das pessoas precisarem andar de máscaras e não poderem mais se cumprimentar com um abraço ou um aperto de mão. “Ninguém no mundo estava preparado para isto, mas tenho certeza que com o nosso Padre Victor logo estaremos fora disso, com o comércio aberto, gerando empregos e honrando nossos compromissos”, disse Tiãozinho Vermelho.

Com 23 funcionários em seu centro comercial, ele cumpriu as determinações fechou as portas e depois abriu de forma flexibilizada para receber as contas dos clientes. Mas como não podiam vender, foi uma situação desagradável, pois tinha gente querendo fazer compras e foi preciso explicar a situação. Sem demitir, ele usou o bom senso, colocou alguns colaboradores de férias, que estão sendo chamados gradativamente e passou a vender pela internet, forma que não deve ser interrompida de agora em diante.

Mesmo assim, o mês de abril foi difícil, porque as contas chegaram e as vendas simplesmente não aconteceram. A partir do dia que abriram novamente, Tiãozinho diz que foi possível dar um ânimo e as pessoas precisam ir às compras, tomando todas as cautelas. “As vendas começaram a melhorar esta semana e maio é um mês considerado bom para nossa região, devido ao início da colheita do café, a chegada do inverno e o Dia das Mães, que não está como os anos anteriores”. Ele acredita que dentro de pouco tempo, o comércio vai voltar ao normal, porque as pessoas precisam trabalhar e pedir para ficarem em casa é cômodo, o problema é quando chega o fim do mês chega e com ele as contas.

E o setor de turismo foi um dos mais afetados, tanto é que a perspectiva de São Paulo é 40% dos restaurantes fecharem por causa do isolamento social. Sem poder viajar, as pessoas não vão conhecer outros lugares, deixam de fazer negócios e por consequência não movimentam a rede hoteleira.

A gerente de um hotel Larissa Murad Velloso, revela que 2020 dava sinais que seria um ano atípico positivamente, de movimento bom e logo após o Carnaval, estas projeções se confirmavam de uma forma determinante. A partir de 20 de março, quando o isolamento foi pregado, foi desastroso. A taxa de ocupação prevista para o mês de março era de 85%, mas nos 15 primeiros dias deste ano foi bem menor. Mas chegou abril e a queda foi gigantesca alcançando apenas 6% da capacidade do hotel, que tem 105 leitos, em 43 apartamentos. Em abril, houveram dias com apenas dois hospedes, mas teve também aqueles que não havia ninguém desfrutando de uma estrutura gigantesca e cara de ser mantida. Por determinação das autoridades de saúde, o serviço do restaurante foi fechado, permanecendo disponível apenas o delivery e a entrega individual das refeições nos apartamentos. O hotel foi reaberto seguindo as normas e o restaurante com entrega  e à la carte, com capacidade 30% menor, com higienização constante, distanciamento maior entre as mesas e um cuidado redobrado para proteger a todos.

Tudo isto em um momento em que Larissa já havia contratado mais profissionais para dar conta de uma demanda que já estava crescente, com muitas reservas de representantes comerciais, vendedores, entre outros clientes. Com a crise causada pela pandemia do Coronavírus, ao invés de dar novas oportunidades de emprego, a empresária acabou tendo que mandar embora 8 pessoas e encerrando os contratos que estavam vigentes. Sem falar que teve que reduzir a carga horária de alguns funcionários.

A Expocafé que movimenta, antes, durante e depois, foi adiada para julho, mas pode ainda ser adiada novamente, evento que lota as dependências. Ela enfatiza que o evento contribui com a cidade inteira e o turismo de negócios é multiplicativo.

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