Richarlison, um dos destaques da atual seleção brasileira. (Foto: Antonio Lacerda/EFE)

Por Loui Jordan

Será a quinta vez que o Brasil sediará a competição. Ao todo são 12 participantes, sendo o Brasil anfitrião e Qatar ao lado do Japão, os convidados. Os convites à países de outros continentes existem desde 1993, vale dizer também que no Brasil serão 5 cidades-sedes, são elas: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre. O torneio que começa nessa sexta-feira (14) e termina dia 7 de junho, terá Brasil e Bolívia como partida inaugural da competição, o jogo será no Morumbi às 21h30 pelo horário de Brasília.

Grupos

A= Brasil, Bolívia, Peru e Venezuela

B= Argentina, Colômbia, Paraguai e Qatar

C= Chile, Equador, Japão e Uruguai

* Ao todo serão três rodadas, os dois primeiros avançam para a próxima fase, assim como os 2 melhores terceiros colocados.

Os pontos fortes e fracos da seleção canarinho

Os pontos fortes são as capacidades individuais, muito é claro devido ao nível técnico do torneio. A Copa América não se compara a uma Copa do Mundo. O Brasil teve dois amistosos de preparação após a convocação, os adversários foram Qatar e Honduras. A vitória contra Honduras em Porto Alegre foi mais animada, o time não tomou conhecimento da seleção hondurenha e massacrou.

Bom pontuar que o teste foi pouco válido, tecnicamente não serviu para agredir a defesa brasileira. A questão foi a velocidade, sem Neymar as jogadas fluem mais, não significa que fluem melhor, mas o jogo fica mais rápido pelas beiradas e não se centraliza em ninguém. O camisa 10 vai fazer falta, no entanto contra Honduras, o Brasil mais do que volume, mostrou interação coletiva.

Se o ponto forte é a habilidade o “um contra um”, o ponto fraco são as deficiências coletivas. Aliás, o Brasil é criticado por ter zagueiros baixos, por não ter a melhor saída de bola do mundo e claro, por muitas vezes não usar seu melhor recurso, o drible. O que poucos observam é que a seleção tem uma cultura coletiva de futebol bem fraca. A seleção teve grandes coletivos quando teve em mãos alguns valores individuais, caso contrário, esbarra no lado coletivo. Ao solicitar uma jogada que tire o “coelho da cartola” com um drible desconcertante, afinal essa é a arte do futebol nacional, fica nítido que coletivamente a seleção é incompetente, isso porque ela não precisaria do lado extremamente individual para decidir um jogo, caso tivesse um repertório coletivo.

Evidente que o Brasil tem que ficar atento aos contra-ataques e a times que possuem capacidade de infiltração, outro fator está nas laterais. Daniel é o capitão e o mais respeitado em termos de conquistas dessa seleção, porém já tem uma idade avançada e a marcação não é seu forte. Por fim, solucionar o problema de uma possível ausência de Casemiro e corrigir aspectos coletivos que faltam à seleção, é o mínimo que se espera. O Brasil é favorito, muito por jogar em casa e os adversários não serem europeus.

O teste também para Tite

O Brasil deve passar sem sustos da primeira fase. A segunda é outra história, outra história também pode ser a permanência de Tite. O treinador foi muito criticado na Copa e também pelas convocações e tratamento a Neymar. Tite tem bagagem e qualidade, no entanto ele sabe que caso o Brasil não vença o torneio, seria uma surpresa sua continuidade. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) fez um grande feito ao mantê-lo no cargo pós eliminação para a Bélgica em 2018, um novo “voto” de confiança, seria surpreendente.

O Brasil não tem obrigação de ser campeão, fazer “feio” é o que ninguém quer na seleção. Argentina, Uruguai e Chile são os grandes adversários e o Peru pode aprontar, mas dificilmente. Na América do Sul, o melhor time é a seleção canarinho, tem um futebol mais solto. Já a Argentina sofre com a tentativa de encaixar Messi na equipe e o Chile é o atual bicampeão e deve ser respeitado. Azul celeste, o Uruguai também pode ser uma pedra no sapato de Tite e seus comandados, por fim, não se sabe o quanto a seleção vai sanar dos problemas recentes, o que vale agora é ganhar, não a qualquer preço, mas seria a ponte para um caminho menos turbulento até 2022, tanto para a seleção, quanto para o seu técnico.