Foto: AFP/ PAUL ELLIS

 

A obesidade é considerada um fator de risco, para diversas doenças como diabetes, doenças cardiovasculares e complicações pulmonares, características que também determinam se um paciente terá maior risco de desenvolver um quadro grave de Coronavírus. Os grupos de risco, indicam as pessoas que tem mais de chances de desenvolver quadro grave da doença, incluindo problemas de sobrepeso. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), além dos idosos, doentes crônicos, grávidas e puérperas foram integrando a lista as pessoas com obesidade.

A endocrinologista e nutróloga Daniela de Carvalho Campos, afirma que vários estudos demonstram que a obesidade diminui a imunidade. Pessoas com obesidade tem uma menor atividade citotóxica das células, isso significa que não tem o mesmo poder de destruir os invasores como os vírus, bactérias e mesmo células cancerígenas.

A obesidade, por si só já causa um estado de inflamação crônica no corpo, que afeta o funcionamento das células e assim interrompendo sua função natural de barreira protetora e facilitam o ataque de vírus como o Coronavírus. É preocupante que pacientes com obesidade apresentem maior risco de complicações por infecções de Covid-19, em virtude do aumento do risco de doenças crônicas que a obesidade gera.
De acordo com a médica, a obesidade está interligada com várias doenças como hipertensão, diabetes, resistência insulínica, depressão, hipercolesterolemia, aumento de gordura visceral. “É aquela gordura amarela que fica nos órgãos que deixa o fígado gorduroso e pode gerar complicações no coração que pode obstruir veias e artérias levando a condições graves”, esclareceu.

Os sintomas do Covid-19 em pessoas que estão acima do peso, são os mesmos das outras pessoas. Não existe diferença, porém os obesos tem uma tendência maior devido aos outros problemas já mencionados. A endocrinologista Daniela de Carvalho, explica que a obesidade pode prejudicar a capacidade respiratória, afetar o tórax e o diafragma determinando alterações na função respiratória mesmo quando os pulmões estão normais, devido ao aumento do esforço respiratório e comprometimento no sistema todo no transporte do oxigênio.

A doença pode gerar sérias implicações para o sistema de saúde. O atendimento a pacientes obesos gravemente doentes necessitam de cuidados intensivos,  apresentando uma série de desafios para a equipe como a necessidade de mais leitos hospitalares para pacientes obesos, que são leitos maiores, intubações mais difíceis se necessário, maior dificuldade na obtenção de diagnóstico por imagem, de posicionamento e transporte pela equipe de enfermagem, entre outros.

As medidas de prevenção como o isolamento são fundamentais. Mas eles precisam cuidar da alimentação, priorizando alimentos saudáveis, fazendo uma boa hidratação, noites de sonos reparadoras e fazer exercícios físicos, mesmo que seja uma caminhada em casa mantendo o gasto de energia maior que o consumo de calorias. “Atividade física precisa ser feita dentro dos limites e se possível, com orientação de um profissional para evitar quedas e fraturas”, alertou Daniela Carvalho.

Ficando mais em casa, qualquer pessoa tem o hábito de comer mais. Para isto é necessário fazer tarefas para ocupar o tempo, ler um bom livro, ver um filme, fazer uma atividade física. Na hora de se alimentar, é primordial mastigar bem nas refeições, se alimentar longe da televisão e não ficar beliscando, consumindo bobagens. Por isto, o ideal é nem comprar. É melhor fazer de três a quatro boas refeições completas no dia com alimentos saudáveis, tomar bastante água, do que ficar toda hora ‘beliscando’.

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