Foto: BergSilva

 

O boletim epidemiológico da Covid-19 divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde nesta sexta-feira (02), mostra um novo crescimento de casos da doença no Município, incluindo com internação.

Os números voltaram a subir há cerca de 15 dias e nesta última semana mais ainda. De 12.170 (25/11), para 12.232; sendo 5.323 homens e 6.909 mulheres. São 61 pessoas em isolamento se cuidando da doença em casa e há um homem, de 58 anos, internado no Hospital São Francisco de Assis. O paciente tem duas comorbidades e está em quarto isolado desde a quarta-feira passada, dia 30 de novembro.

Ainda de acordo com os dados da Secretaria de Saúde, 11.983 pessoas estão recuperadas e 44.479 tem sintomas gripais. O número de óbitos seguem inalterados em 187 mortes, desde o começo no período pandêmico.

Nova onda de Covid

Os dados divulgados na última semana da pesquisa realizada pela Universidade Federal de Alfenas (Unifal), mostra que já não há dúvida, que vivemos uma nova onda de Covid-19. A dúvida é quanto tempo levará para o seu declínio. O surgimento de subvariantes mais resistentes às vacinas e infecções prévias, relaxamento da cobertura vacinal, decaimento da proteção imunológica dos vacinados e fim do uso das máscaras, são os fatores que produziram a atual reescalada de casos.

Há duas semanas, o Estado e o Sul de Minas, vivem uma tendência de crescimento de novos casos. Atualmente, todas as 14 regiões mineiras apresentam essa tendência de aumento da incidência.

De acordo com o professor de Epidemiologia e coordenador da pesquisa, Sinézio Inácio da Silva Júnior, pode-se considerar a região como o mais afetada pelo contágio. A região representa 13% da população do Estado, mas na última semana foi responsável por 29% da média móvel de casos de toda Minas Gerais. O sul mineiro também encerrou a última semana epidemiológica (de 20 a 26 de novembro) com a maior taxa de incidência diária na semana. As internações também aumentaram no Sul de Minas, chegando ao patamar do início deste ano, com uma média móvel de 8 novas internações a cada dia na semana, superior ao registrado em dezembro de 2021.

As mortes também apresentam tendência de crescimento. Mas é de se esperar um menor impacto na mortalidade, comparado com outros momentos da pandemia que tinham menor cobertura vacinal. Contudo, o aumento da demanda hospitalar deve preocupar e só deverá ser revertido com maior cobertura vacinal das doses de reforço e intensificação nas medidas não farmacológicas. No curto prazo pode-se contar com a aceleração do contágio. Isso se deverá a oportunidades proporcionadas pelas festividades da Copa do Mundo e de final de ano. “Além disso, infelizmente, não é de esperar que logo a vacinação seja acelerada o que, somado à baixa cobertura de doses de reforço, contribuirá para o aumento de internações. Outra preocupação é o intervalo de tempo já vivido desde a última dose de reforço para a população mais vulnerável, especialmente idosos, que já acumula mais de 5 meses, gerando decaimento na proteção vacinal”, detalha o professor de epidemiologia.

Vacinação

Ainda segundo os dados divulgados, hoje em Minas Gerais, 64% da população foi vacinada com a 3ª dose e apenas 43% com a quarta. No Sul de Minas a situação não é muito melhor, com, respectivamente, 69% e 46%. A proteção vacinal entre as crianças é ainda pior, com apenas 46% das crianças de 03 a 11 anos tendo tomado o reforço vacinal (2ª dose) e as menores de 3 anos (faixa etária que concentra os óbitos entre as crianças) tem uma cobertura vacinal apenas residual atualmente.

De positivo, continuam a contar com a proteção da vacina contra casos graves, principalmente óbitos e com a menor virulência das subvariantes da ômicron até agora. Quer dizer espera-se que a proporção de óbitos não tenha a mesma proporção do avanço dos casos. Mas, tratando-se de proporção, muito mais casos podem gerar mais óbitos.

De negativo, existe a circulação de um vírus com maior capacidade de espalhamento por ter se aprimorado em resistir a defesas criadas pela vacina atual e por infecções prévias da própria ômicron. É por isso que há uma reescalada de casos. As vacinas estão
protegendo menos contra infecções, inclusive contra reinfecções. As novas subvariantes do vírus da Covid-19, também desenvolveram resistência a atual imunoterapia contra a doença.

A recomendação do coordenador da pesquisa, professor Sinézio, é que para maior garantia de um final e início de melhor, é urgente voltarmos a nos prevenir com o uso de máscaras e higienização de mãos, acelerarmos a vacinação com a vacina bivalente (que protege mais contra a ômicron) e facilitarmos o acesso ao medicamento antiviral (Paxlovid) de maior eficácia contra evolução para casos graves em pessoas de maior risco.

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