Por Loui Jordan   

Na tarde ontem, domingo (14), a primeira partida da final do Campeonato Mineiro foi disputada no Mineirão. O Cruzeiro saiu na frente no confronto, vencendo por 2 a 1 o seu rival, Atlético Mineiro. A raposa foi a mandante no duelo de ida e em linhas gerais, o time celeste foi melhor, teve mais a bola em seu domínio e fisicamente foi mais presente. Um componente que chamou a atenção foi o VAR, o árbitro de vídeo deu o que falar, principalmente em reclamações atleticanas.

Os 90 minutos

Durante os 90 minutos o Cruzeiro tomou conta das ações do jogo. Jogando no 4-2-3-1 tradicional, a raposa propôs como quis o seu estilo. O primeiro tempo apresentou de forma clara uma ideia dos azuis de Minas, ou seja, explorar o lado direito da defesa adversária. O Atlético por sua vez, apostava em contra-ataques puxados por Cazares e Luan, o colombiano Chará foi uma surpresa do técnico interino, Rodrigo Santana.

Na primeira etapa, o Galo começou exigindo de Fábio uma defesa no chute de Luan, já o Cruzeiro chegava somente pelo lado onde Egídio apoiava, isto é, pela esquerda. Rodriguinho era o jogador com um nível de movimentação já esperado, não produziu o habitual com a camisa do Cruzeiro, mas também não foi tão mal. O que chamou a atenção nos primeiros 45 minutos, foi a forma como o jogo foi esfriando no futebol e esquentando nas discussões e desentendimentos.

O Cruzeiro abriu o placar no final do primeiro tempo, o gol foi de Marquinhos Gabriel, o jogador ex-Corinthians, finalizou pelo lado direito da defesa atleticana, a finalização desviou em Leonardo Silva e enganou o Goleiro Victor, marcador aberto aos 45 minutos. Antes disso, Robinho já tinha feito Victor trabalhar em uma boa trama do ataque Cruzeirense. A baixa do outro lado foi a saída de Cazares, o meia que é atualmente o principal jogador na construção de jogadas do Galo, saiu cedo alegando dores da região da virilha.

Na etapa final, o Cruzeiro voltou com o mesmo ímpeto ofensivo e de marcação. O problema é que o Atlético apareceu nos primeiros momentos. Ricardo Oliveira viu Fábio executar uma excelente intervenção, o camisa 9 parecia que iria fazer o gol, mas o arqueiro do Cruzeiro foi cirúrgico. Não é muito certo dizer que não adiantou muito, afinal, Ricardo Oliveira teve mais uma chance e em bela jogada de Chará pela esquerda, o centroavante aproveitou o cruzamento e colocou sem dificuldades para baixo das redes, aos 10 da segunda etapa, 1 a 1.

Interessante que a postura do Atlético mudou somente em dois momentos: o primeiro no início da etapa final e o segundo, após o gol que deu a vitória para a equipe de Mano Menezes. Após escanteio para o Cruzeiro, a bola sobrou nos pés de Léo, mesmo caindo o zagueiro chutou com qualidade e Victor nem saiu na foto, aos 15 minutos, Cruzeiro volta à frente do placar, 2 a 1. Vale ressaltar que não foi escanteio para o Cruzeiro, o correto do lance era dar o tiro de meta para o Atlético.

Com tudo isso, faltava o VAR. Primeiro no lance do segundo gol da Raposa, os jogadores do Atlético pediram o auxílio do árbitro de vídeo, a solicitação foi negada. Depois foi o contrário, com menos barulho dos jogadores, é verdade, mas o gol de Fred aos 34 minutos, foi bem anulado, o braço do atacante querendo ou não, resvalou e contribuiu para o gol. É válido lembrar que Victor fez grande defesa segundos antes, quando precisou trabalhar no chute de Marquinhos Gabriel. Os Atleticanos reclamam de um pênalti de Dedé, mas esse mais interpretativo. O interessante foi ver um Atlético bem aplicado defensivamente e na transição e, por outro lado, um Cruzeiro que joga o tempo todo, sem dar trégua ao adversário seja ele quem for. No final, Chará perdeu um gol na pequena área. Este resultado final deste primeiro confronto é benéfico ao Cruzeiro, agora a Raposa tem vantagem de empatar no próximo jogo.

Momento ou regulamento?

O próximo duelo, ou seja, o último jogo desse campeonato será no sábado (20), às 16h30, e a diretoria do Atlético decidiu mandar o jogo para o Independência. O fato crucial é saber que provavelmente o Galo vai adotar uma postura mais ofensiva e aberta. O Atlético se vencer por qualquer placar, será campeão, qualquer resultado diferente deste, o título será do Cruzeiro.

O Cruzeiro vive um momento melhor, joga um futebol mais completo e convincente. O Atlético é o oposto, vive um momento ruim, principalmente pelos vexames na Libertadores e pela história recente do estadual. O Galo está vivo e não deve ser subestimado, afinal clássico é clássico, no entanto o Cruzeiro não pode se dar como vencível apenas. O time de Mano é muito estratégico e vai para vencer mais uma batalha, no jogo de ida o momento prevaleceu mesmo que sem muito brilho, teve mais posse e coisa e tal, mas o regulamento é um fator decisivo em se tratando de futebol mineiro, pelo menos nos últimos três, quatro anos.