Foto: Denis Pereira - Equipe Positiva

 

O deputado federal Diego Andrade (PSD-MG) visitou Três Pontas na última semana e participou da inauguração da nova Pediatria do Hospital São Francisco de Assis. Durante entrevista à imprensa, o deputado comentou sobre a Reforma da Previdência e a Reforma Tributária.

Diego, qual sua opinião sobre a Reforma da Previdência?

Eu sempre combati muito os privilégios. Basta ver quando eu entrei como deputado, continuei recolhendo pelo INSS, e não aderi a aposentadoria especial porque considero uma vergonha. Não dá para quem está no Legislativo, no Judiciário, se colocar como especial acima, da comunidade, da população. Na Reforma que chegou proposta pelo presidente Jair Bolsonaro, o que fizemos, comparamos com outros países do mundo. Se pegarmos os Estados Unidos, que é um país desenvolvido, que muita gente quer mudar pra lá, que muitas vezes até “fecha a porteira” para não deixar pessoas de outros países entrar, lá, é com 65 anos que se aposenta. O que nós procuramos fazer no Congresso, foi primeiro, retirar que se alterasse os benefícios do trabalhador rural, o que vamos proteger muita gente aqui da nossa região.

O trabalhador rural seria prejudicado, se a proposta fosse aprovada da forma que foi enviada ao Congresso?

Seria sim. A proposta inicial poderia aumentar a idade e dificultar os trabalhadores rurais. Outro corte que fizemos no Congresso foi em relação ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), que não será alterado. Vamos mexer onde tem privilégio. Algumas categorias como por exemplo, como dos profissionais de segurança pública, que saem para trabalhar de manhã e não sabem se voltam, enfrentam bandido e tem uma profissão dele, ficou em 55 anos. Outros que merecem uma atenção são os professores que estão nas salas de aulas formando cidadãos. Trabalhamos também para uma diferenciação às professoras e votamos o texto que a gente achava mais justo. É uma coisa que a gente não tem que comemorar, é por necessidade. O nosso país vinha gastando 53% do orçamento para a previdência, 6% com saúde, tudo em um caixa único. Tira-se dinheiro de um hospital, que poderia salvar a vida de uma criança, mas que não tem recurso porque está se gastando com a Previdência. Se paga uma aposentadoria de R$40 mil, para servidores do Poder Judiciário e do Senado Federal e isto está errado. São privilégios que precisam ser combatidos, não acabaram todos não, mas vem diminuindo a desigualdade e o corte principal ficou em quem tem mais privilégios. E agora tem uma discussão lá importantíssima que precisa também de ser enfrentada que é a Reforma Tributária.

Você acha que a Reforma Tributária, será tão polêmica quanto a Previdenciária?

Ela é polêmica sim, porque alguns estados da Federação usam de benefícios fiscais, as vezes estados menores, com estrutura menor que podem dar descontos maiores. Você imagina gerir Minas Gerais com 853 municípios, com a quantidade de escolas, de professores, de delegacias entre outros, isto não é fácil. O governador que entra, seja o Romeu Zema, ou qualquer um de nós, uma pessoa bem intencionada, ele tem que olhar as contas do estado, e não consegue entrar nessa guerra fiscal. Acaba que Minas Gerais fica com contributos um pouco mais alto, e as consequências disso, é que as empresas na hora de escolherem, preferem, por exemplo São Paulo. Lá o ICMS é 6% menor. A gente fala tanto de trazer empresas para Três Pontas, já ajudamos a trazer várias, vamos dizer que uma empresa que vem para cá as vezes faz conta, mas perdemos todos os dias por causa desta diferença no imposto que as empresas pagam. Se fizermos uma Reforma Tributária, eu defendo o Imposto sobre o Valor Agregado (IVA). Assim, acabamos com o ICMS. Ao ter o IVA, ele é depois rateado entre os Estados e acaba com essa guerra fiscal. Ai, Minas Gerais tem grandes diferenciais, tem um povo muito trabalhador, a maior malha viária, a maior malha ferroviária e estamos estrategicamente bem localizados no país. Então, acho que com o fim da guerra fiscal e a Reforma Tributária, vai facilitar para novas empresas se instalarem em Minas Gerais. Estarei atento nesse debate, participando como vice-líder do partido, coordenador da bancada de Minas, tentando ocupar espaço lá para Minas Gerais, mostrar a força que tem, para fazer a voz de Três Pontas, a voz da nossa região, chegar mais alto e trazer resultados.