O Ministério da Saúde divulgou na semana passada, dados que constam a presença de agrotóxico em águas que chegam até as estações de tratamento. Alguns veículos de comunicação chegaram a publicar uma lista com 45 cidades do sul de Minas Gerais, que possuem em sua estação de tratamento, tais dados que denotam contaminação. Até então, o município de Três Pontas aparece entre as sete cidades onde o índice de impurezas está acima do limite permitido, juntamente com mais 26 cidades.

Em entrevista ao Programa Passando a Limpo, o diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE ), Marco Antônio de Oliveira Junho, tratou de explicar o processo de tratamento da água e tranquilizou a população trespontana. Ao analisar as palavras de Marco Antônio, os serviços prestados pelo SAAE são eficazes, rigorosos e os números estão abaixo do valor máximo permissível.

O processo de água

O SAAE é criterioso ao fazer os procedimentos, tanto que tem como sua referência a portaria do Ministério da Saúde, mais precisamente a de número 2914, que abrange as águas tratadas. Na portaria existem análises que são feitas de forma mensal, bimestral, trimestral e semestral. O SAAE não vê como lucrativo e rentável, fazer ele mesmo as análises, devido ao custeio delas. Sendo assim, contratou uma empresa para fazer o serviço através de licitação e a empresa é credenciada pelo Estado. Todo mês eles vão ao SAAE, fazem coletas na água bruta, na água filtrada (que passou pelo processo de clarificação), pega a água no reservatório do SAAE e mais uma na ponta de rede, isto é, na cidade. Além disso, a autarquia possuí três laboratórios, dois deles destinados à área de físico-química e um, bacteriológico.

As análises de físico-química são feitas a cada 180 minutos, todos os dias. O operador e analista de água observam as águas que chegam de ribeirões, as que passam pelo tratamento de clarificação (sulfato de alumínio e hidróxido de cálcio), que retira a maioria das bactérias presentes na água. Depois, o operador faz a análise após o processo de clarificação e em seguida inicia o processo de averiguação nas águas dos reservatórios do SAAE, para ter como seu destino a população. A autarquia também conta com uma gama de funcionários que coletam água para fazer um controle de qualidade na chegada das casas. Essa equipe faz as análises físico-químicas e bacteriológicas, afim de analisar como essa água chega nas residências. Isso é feito na entrada de água, na rua, afinal ao passar pelo hidrômetro, a responsabilidade é do usuário.

Dados da pesquisa

As apurações das análises recebidos pelo SAAE, estão abaixo do limite de quantificação. Os resultados são passados para a Secretaria de Vigilância Ambiental. Eles utilizam o relatório do SAAE e o coloca no sistema do Estado, chamado Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA). A empresa que trata a água em Três Pontas, utiliza um tratamento de água convencional, os filtros usados pelo SAAE, possuem uma camada filtrante e além disso, uma camada de carvão, que de certa forma ajuda a retirar defensivos e metais pesados.

O carvão é limpo diariamente através da retrolavagem da estação. O tratamento de água é rigoroso, o Estado deve ficar atento e buscar comprovar por provas e dados concretos, as verificações. As capitações geralmente têm represas e nelas peixes sensíveis. Uma das curiosidades é a existência de peixes vivos em “suas” represas, já que se tivessem agrotóxicos nelas, teria ocorrido um morticínio de peixes. Marco Antônio divulgou os dados e os processos acima, mas também alertou e chamou a população durante a entrevista. “O SAAE está de portas abertas para qualquer visitante que queria verificar a periodicidade, qualidade e eficiência dos tratamentos e cuidados que a empresa opera seu serviço”, disse.

Até mesmo a água de torneira, que em alguns momentos é colocada em dúvida, é certamente tratada e não para no reservatório de água. Atualmente o SAAE está abaixo do limite de quantificação (limite que eles apuram na água) e a prioridade do SAAE é a saúde e a qualidade, tanto para creches, escolas e hospitais, como também para toda a comunidade.