A Matriz de Nossa Senhora Aparecida em Três Pontas ficou pequena para tanta gente na manhã desta quarta-feira (12). No feriado nacional, os católicos lotaram a igreja para celebrar o Dia da Padroeira da Paróquia e do Brasil. Gente de todas as idades, principalmente crianças, participaram da missa solene festiva, presidida pelo Bispo Emérito da Diocese da Campanha, Dom Diamantino Prata de Carvalho e concelebrada pelo pároco padre André Rodrigues Vilas Boas. Durante os últimos dias, os fiéis participaram de uma novena com missas, terço, procissões e homenagens.
E foram as crianças que entraram em procissão com a imagem da Santa até o altar ao som do hino. Sua aparição completa segundo Dom Diamantino, 300 anos em 2017 e desde então continua sendo devoção a milhões de pessoas e atrativo até aos incrédulos, que desde 1928 aportam em Aparecida (SP), que antes pertencia a Guaratinguetá.
Na homília do Evangelho que contou que Jesus transformou água em vinho, o Bispo comentou sobre a retirada das verbas da educação e da saúde, que tira o direito das crianças e idosos. Cobrou que as pessoas precisam cobrar o que seu por direito e acrescentou que a festa da Padroeira serve não apenas para cantar mas para incentivar os cidadãos a serem interpeladores daquilo que é direito de todos para viverem com dignidade. “Nós precisamos cobrar de nossos governantes trabalho e salário justo”, mencionou Dom Diamantino. Ele se referiu a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, principal aposta do governo Michel Temer para colocar as contas públicas em ordem, aprovada na semana passada. A medida, que estabelece um teto para o crescimento das despesas, está causando polêmica por congelar os gastos durante vinte anos e alterar o financiamento da saúde e da educação no Brasil.
Sobre a comemoração do Dia das Crianças, o bispo emérito foi claro que o significado da data não é dar presentes caros, celular moderno e roupas de griff e chamou a atenção dos pais para não se endividarem, apesar das vitrines das lojas atraírem seus filhos e eles ficarem vislumbrados, quando deveriam era encontrar o rosto bonito de Maria e de Jesus. O religioso revelou que foi ganhar o primeiro sapato de presente quando se formou na quarta série e uma roupa bonita para se submeter ao exame escolar no mesmo ano. Nem por isto, foi infeliz, completou.
Durante a comunhão, padre André distribui lembrancinhas a todas as crianças presentes e fez o sinal da cruz em cada uma delas, que formaram uma fila enorme ao lado do altar.
A celebração foi encerrada e uma enorme carreata percorreu ruas e avenidas da região que pertence a Paróquia D’Aparecida. A imagem colocada acima de uma caminhonete, foi aplaudida durante todo o trajeto, recebeu papel picado e os carros chamavam a atenção por causa do buzinaço que se formou. Carros receberam bolas coloridas, a bandeira do Brasil e adesivos com a imagem da Santa protetora das crianças.