Foto: Arquivo EP

*Ritmo acelerado na colheita do grão e produção estimada em 600 mil sacas em TP

A colheita do café começou em praticamente 100% das propriedades rurais de Três Pontas. Aquelas que não iniciaram a apanha é porque tiveram algum problema. O início foi no final de abril e pegou ritmo mesmo agora em maio e deve durar até setembro, se as condições climáticas continuarem favoráveis. De acordo com o presidente da Associação Regional dos Engenheiros Agrônomos (AREA), Roberto Felicori Rodrigues (foto) a partir desta data, a propriedade que ainda tiver café no pé, é porque o cafeicultor não fez o planejamento operacional correto e algo deu errado.

O movimento de veículos de transporte, kombis e ônibus já está intenso nas estradas vicinais que dão acesso aos sítios e fazendas, que neste período do ano emprega uma mão de obra que muitas vezes só tem oportunidades nesta época da colheita do ouro verde.

Todos os fatores tendem para uma safra de qualidade com uma boa maturação dos grãos. A chuva veio na hora e na medida necessária e agora que a colheita já está em pleno vapor, é melhor ela esperar mais um pouco para evitar a perda da qualidade.

Safra de qualidade e numerosa. A quebra de 30% sentida pelos produtores em 2015 não vai se repetir e a recuperação será fundamental para garantir uma renda melhor para a classe que ainda sente os resquícios do sabor amargo da estiagem.

Se o momento é de crise e as empresas e representantes comerciais de fertilizantes anunciam queda nas vendas em outras regiões cafeeiras, não foi tão o caso em Três Pontas. Os cafeicultores daqui investiram sim e aliado ao clima que foi companheiro, as lavouras estão mais bonitas. “Só pela recuperação da perda que tivemos ano passado, já mostra que vamos colher bem mais café, com uma safra expressiva, retomando o volume normal”, afirmou Felicori. E esta média é de 25 sacas de café por hectare. Para se ter uma noção da recuperação, nos últimos dois anos foram colhidas de 14 a 20 sacas por hectare, com destaque negativo para 2014, quando foram 14 por hectare.

Segundo Roberto Felicori, este ano será colhido na cidade de título de Capital Mundial do Café serão colhidas em torno de 600 mil sacas. E o engenheiro agrônomo adianta que a expectativa é ainda melhor para 2017, com números ainda melhores em termos de safra.

Mecanização

Previsão é que a quebra de 30% seja recuperada na safra de 2016
Previsão é que a quebra de 30% seja recuperada na safra de 2016 (fotos:Arquivo)

As famosas derriçadeiras, ou as popularmente chamadas de mãozinhas, que chegaram ao Sul de Minas em 1996, invadiram as propriedades rurais e hoje é um equipamento que está sendo adquirido pelos trabalhadores. Ela é capaz de fazer o serviço de pelo menos dois trabalhadores que colhem o café manualmente e rende duas vezes mais.

Elas ocupam a lacuna da perda da mão de obra, que de acordo com Felicori está cada vez mais escassa.

O reflexo é que 95% das propriedades de todos os portes usam algum tipo de máquinas, automotriz ou manual, principalmente na derriça. Está crescendo também o uso da mecanização no terreiro de café com moto, trator e soprador ao invés da vassoura.

Os cafeicultores estão mais conscientes e deixando de usar animais como cavalos para rodar o café no terreirão, aumentando a higiene com o grão e consequentemente a qualidade do produto.

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