O padeiro Hégon dono de um Fusca 1980 pediu a namorada Juliana em casamento no Encontro de Carros Antigos de Três Pontas na Avenida Oswaldo Cruz

 

Marcas e modelos que fazem parte da história automobilística foram apresentados na segunda edição do Encontro de Veículos Antigos em Três Pontas, neste domingo (11), no Sambódromo Jaime Abreu, na Avenida Oswaldo Cruz, organizado pelo grupo Apaixonados por Fusca.

A exposição atraiu colecionadores de Varginha, Lavras, Perdões, Nazareno, Itjuabá, Paraguaçu, Alfenas, Machado, Nepomuceno, Elói Mendes, Três Corações, além de muitos curiosos, que aproveitaram para conhecer as preciosidades e se surpreenderam com o carinho e cuidado com que os carros são tratados, como se fosse um filho único.

Seu Renato é de Nepomuceno. Comprou um Fusca por R$4,5 mil e gastou cerca de R$22 mil para deixá-lo novo, moderno e confortável. O carro é sua paixão, usado nos fim de semana e não está a venda

A maioria dos veículos foi o Fusca. Mas, o que mais chamou a atenção foi o ‘Fuscão Preto’ ano 1963, do aposentado Renato Toneli de 50 anos, que veio de Nepomuceno. Comprou o veiculo comprou normal, que era usado na roça. Pagou R$4,5 mil e investiu pesado para deixá-lo como está agora. Desmanchou ele inteirinho, foi comprando peças novas e refez tudo – motor, suspensão, freio, pneus, lataria, estofado, enfim, tudo mesmo. Hoje tem até banco de couro que deixou o Fusca incrivelmente confortável e moderno. Gastou cerca de R$22 mil. É um carro usado nos fins de semana e não está a venda por dinheiro nenhum. Renato tem um outro Fusca que pertenceu a seu pai, mas não sabe explicar a paixão que tem por este modelo. Respondeu “é algo inexplicável”. O aposentado vem a Três Pontas desde a primeira edição do encontro no ano passado.

Além do ‘Fuscão Preto’ dele, outros modelos ficaram estacionados na Avenida, como Karmanguia, Fusca, Brasilia, Opala, Kombi, Diplomata, Corcel, Chevette, Kadet, Variant, Gol, entre outros. Teve veículos até da década de 50, mas parecendo novos, que tinham acabado de sair das concessionárias.

Na cidade, o grupo começou a ser formado através de Gilvan Pereira, que se tornou presidente do grupo Apaixonados por Fusca. De acordo com o vice presidente Iuri Mesquita de Brito, todos eles dividem a mesma paixão pelo Fusca. Eles formaram com cerca de 25 pessoas um grupo no whatsapp, que começou a se reunir para participar dos encontros na região, trocar informações para dar aquela ‘tunada’ no carro e audaciosos, criar seu próprio encontro, que este ano, chega a sua segunda edição. No trecho do Sambódromo teve som, barracas comercializando miniaturas de veículos, camisetas, bebidas e churrasquinho.

Assim, como Seu Renato, Iuri também não sabe responder de onde vem a paixão pelo Fusca. “Não tem ninguém que não tenha uma história com Fusca, que foi o primeiro carro, seja de um um pai, um irmão, um tio, avô, ou lembranças de infância”, justifica Iuri Mesquita.

Ele contou que a metade das pessoas que possuem veículos antigos utilizam como apenas como hobby, são os colecionadores. Tem casos daqueles que não saem como eles na chuva e nem pensam em passar pela estrada de terra. Mas tem aquela parcela que gostam de usar no dia a dia.

Nesta exposição, os trespontanos puderam ser fotografados em qualquer veículo, pela equipe da fotógrafa Maíra Martins. Para isto, bastava levar um pacote de fraldas geriátricas, que serão doados a Vila Vicentina São Vicente de Paulo. A mini sessão de fotos feita em arquivo digital, serão encaminhadas a quem contribuiu com a instituição, que cuida dos idosos e tem uma enorme despesa com o material que não pode faltar na dispensa da Vila.

Foto: Maira Martins

Paixão demonstrada durante o evento

E não é só a paixão pelo Fusca que foi demonstrada durante o evento. O amor entre um casal foi fortalecido por causa de um veículo deste modelo e o pedido de casamento não poderia ser em outro lugar.

O padeiro Hégon Henrique Cândido de 30 anos, fez o som do evento parar e usou o microfone para pedir a mão da namorada, a vendedora Juliana Tempesta Assalin de 32, em casamento. Os dois começaram a namorar e ele tratou logo de adquirir um carro e parar de andar a pé. Comprou um Fusca 1980 e fez uma surpresa para a namorada. Hégon chegou na casa dela motorizado e quando Juliana soube da novidade, brincou “vou calçar um salto então”.

Prestes a completar 4 anos de namoro, o pedido de casamento foi aceito diante de muita gente e as alianças foram trocadas. E quando eles decidirem subir no altar, não é difícil imaginar qual será o carro usado para levar Juliana até a Igreja.

Hégon disse que teve que criar coragem para fazer o pedido em público, tremeu um pouco mais depois do “sim” ficou mais calmo. Juliana não esperava. Seus amigos todos sabiam do que o namorado iria aprontar e não contaram nada pra ela.