O primeiro dia da 17ª Expocafé, em Três Pontas, foi marcado pelo contato dos produtores com as novidades apresentadas pelos expositores da feira. Entre elas, novos modelos de maquinários em geral, como colheitadeiras, secadores, tratores, roçadeiras, motoserras, entre outros produtos e serviços.

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Políticos e lideranças da cafeicultura nacional participaram durante a manhã desta quarta-feira (04), da abertura oficial do evento. Numa extensa mesa de autoridades, os discursos focaram a defesa dos produtores em prol de uma política mais justa à classe, que é a principal fonte de renda de milhões de brasileiros e é a mola mestra da economia das cidades da região do Sul de Minas.

Em um único tom, a cobrança foi em torno do Governo Federal quanto ao café. Do Governo do Estado participou o secretário de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social Eduardo Bernis, representando o governador Alberto Pinto Coelho que estava com a presença confirmada. Bernis ficou extremamente honrado em representar o governador, falou que não é sua especialidade o café, mas é testemunha pessoal do grande esforço desde o governador Aécio Neves (hoje senador), depois Anastasia e agora Alberto Pinto Coelho, na defesa dos interesses dos produtores de Minas em especial do Sul de Minas. “Acho que o Governo Federal tem pecado em muitos pontos na sua política econômica de uma maneira geral e no café não tem sido diferente”, disse.

DSC01461Segundo o presidente da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel), Francisco Miranda de Figueiredo Filho, que organiza a Expocafé neste ano, o principal benefício da feira é trazer aos produtores o que há de mais moderno em termos de tecnologia para o campo. “Se hoje nós não mecanizamos a cafeicultura, ela não tem a condição de colher essa quantidade de café que colhemos, porque não há mão de obra. A mão de obra rural aqui no Sudeste é apenas 7% da população, nós não conseguimos competir com o comércio, a indústria, então a agricultura precisa ser mecanizada. A população rural está diminuindo cada vez mais, se concentrando nas cidades, na zona urbana. A única forma de permanecer produzindo alimento é com novas tecnologias”, diz Miranda.

Após 16 anos esta é a primeira vez que o evento tem a administração direta da cooperativa. E apesar do trabalho árduo, ele está satisfeito porque a feira cresceu, o movimento de pessoas é significativo e os stands estão em maior quantidade. O líder cooperativista revelou que a Cocatrel teve que assumir a feira para ela não parar e continuar trazendo inovação para a cafeicultura brasileira. Sobre a concorrência que Três Pontas sofre de outras cidades que querem levar a Expocafé para outros locais, Francisco disse que há muitos boatos e comentários, mas nada de concreto.

Para o presidente da Epamig Marcelo Lana, ver a Cocatrel sediar a feira que começou com a UFLA, passou pela Epamig e agora é da cooperativa que sempre fez parte do consórcio que organiza a feira desde o seu surgimento, o deixa feliz. “O evento não perdeu nada e está vez mais se potencializando. A intenção é continuar colocando na Epamig na vanguarda de pesquisas, transferências e inovações e a Cocatrel seja a realizadora do evento. Cada um no seu espaço, não deixando Três Pontas perder a sua importância para o mercado do Brasil e internacional do café”, considera Lana.

DSC01462O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), diz que o maior efeito que a Expocafé traz seja a troca de experiência entre os produtores, a difusão da ciência e da tecnologia e da pesquisa que tem sido fundamental. “A junção da UFLA, Epamig, Emater e outros órgãos, como a Cocatrel, faz uma diferença com a exposição de máquinas. Sobre a política do grão, segundo Brasileiro, há uma política voltada para o café do Sul de Minas e o café da montanha dentro do Conselho que ele dirige e do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDTPC), mostrando efetivamente que o custo na região montanhosa é mais elevado, mas em função de uma qualidade superior.

DSC01467Já o presidente do OIC Robério Silva disse que o Sul de Minas é chamado lá fora de país, quando o assunto é café, por causa da sua qualidade que coloca o Brasil cada vez no topo. Os efeitos da estiagem de janeiro e fevereiro

O deputado estadual Antônio Carlos Arantes enfatiza que a feira mostra o que o Brasil DSC01459mais sabe fazer, que é a tecnologia para o setor agropecuário. “Este é o Brasil que dá certo, com a participação de produtores, empresários, trabalhadores, pesquisadores e o comércio do meio”, aponta o parlamentar. Porém, Antônio Carlos de criticar o Governo Federal que não valoriza a classe como deveria. “Este governo muitas vezes deixa o produtor a ver navios, como agora com a baixa do preço devido a seca e sem um preço de garantia suficiente para dar tranqüilidade ao produtor. Não há também uma negociação das dívidas para corrigir os erros do passado. O que nos anima ao participar do evento é que a tecnologia avança, a produtividade cresce e os produtores fazem a diferença”, concretiza o deputado.

Expocafé tem sempre novidades

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Um dos destaques apresentados é uma colheitadeira que foi projetada e patenteada por um produtor do Sul de Minas. O equipamento, avaliado em cerca de R$ 600 mil, tem como objetivo fazer a poda e o esqueletamento do pé de café ao mesmo tempo, economizando etapas e aumentando a produtividade futura na lavoura.

Idealizada para ser utilizada em lavouras de café arábica, a máquina também já foi testada para áreas de café do tipo conilon, carentes nesse tipo de equipamento.

“Essa máquina auxilia o produtor na questão da safra zero, que todo produtor precisa fazer na sua lavoura, que é quando ele deixa de colher em um ano, para colher muito mais na próxima safra”, diz o diretor da empresa que irá fabricar e vender o produto, Alzair Eduardo Pontes.

Outra novidade apresentada neste ano é uma linha de cosméticos baseada no café com o leite. A empresa fabricante, que é de Três Pontas e lançou sua marca na Expocafé há cinco anos, agora incrementa o leite à linha de produtos que já era comercializada.

“Essa linha remete a artigos culinários. Tem manteigas de banho esfoliante à base de café, leite e açucar; um leite debanho com hidradante e sabonete líquido ao mesmo tempo, hidratantes corporais, fórmulas adequadas para este período que estamos vivendo. A proposta é agregar valor e divulgar todo o potencial do café, esse grão tipicamente brasileiro, e o que ele traz também para a nossa pele, porque ele é extremamente rico e benéfico”, diz a farmacêutica e bioquímica Vanessa Vilela.

Durante a abertura da feira, a rainha da Expocafé 2014 Nathalia Vicentini recebeu a sua faixa. Além dela, estão participando a 1ª e 2ª princesas, Camila Ribeiro e Karolaine Machado. Elas são da WOFSE Produções, empresa oficial que realiza o evento que lança rainha e princesas a partir deste ano.

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A expectativa para a 17ª edição da Expocafé é que mais de 24 mil pessoas visitem a feira nos três dias de realização, gerando negócios da ordem de R$ 220 milhões. São 140 expositores e 300 produtos em exposição.

A 17ª edição da Expocafé tem a promoção da Café Editora– empresa especializada em eventos e conteúdo na área de café. A realização é da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel), pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e pelo Governo de Minas, com o apoio da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e da Prefeitura de Três Pontas. A feira é na Fazenda Experimental da Epamig, entre Três Pontas e Santana da Vargem e a entrada é de graça.

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