A TDI Máquinas realizou nesta semana em Três Pontas, a 16ª edição do curso de Capacitação em Manutenção e Operação de Colhedoras Electron, da TDI Máquinas. Foram ao todo 102 profissionais de três estados, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, que participaram de aulas teóricas e práticas sobre o funcionamento das colhedoras. Pioneira no setor, a indústria realiza anualmente este encontro para capacitar e passar a limpo orientações básicas para que os cafeicultores iniciem a colheita que já movimenta os cafezais da região. De acordo com um dos palestrantes do evento, falta operadores de máquinas qualificados para atender o mercado.

O professor do Departamento de Engenharia (DEG) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) Fábio Moreira (foto), acha fundamental esta preocupação que a TDI Máquinas tem com seus clientes. Na avaliação dele, não adianta ter uma máquina com uma tecnologia avançada e de ponta se o operador que vai coordenar e comandá-la não sabe os recursos que ela tem. Sem falar que é um patrimônio de alto investimento e não pode ser entregue na mão de qualquer um. “Venho acompanhando a TDI a mais de 10 anos e nem todas as empresas tem este cuidado. Hoje precisamos que a pouca mão de obra que sobrou para atuar no campo, seja devidamente qualificada e treinada para fazer o melhor serviço possível”, orientou o professor Fábio Moreira.

Não tem como pensar em colheita hoje sem o uso de máquinas. Mesmo os pequenos produtores e aqueles que atuam na agricultura familiar, optam nem que se for pelas máquinas portáteis.

A colheita mecanizada na região do Sul de Minas, especialmente Três Pontas tem um marco. Nos anos de 1997 e 1998, quando fizeram dias de campo na Fazenda Beleza (do Juquinha) em Santana da Vargem e depois na Fazenda São Sebastião (Do Deca Miranda) em Três Pontas, surgiu daí a Expocafé, que se tornou um evento nacional, com a participação da Cocatrel, da Prefeitura e tantas empresas que apoiam. “Isto mudou a cafeicultura da região e atingiu todos os setores, desde o pequeno, passando pelo meio até o grande produtor de café”, pontuou.

A expectativa da colheita para 2019 é sempre uma incógnita, quando se fala em números de produtividade. As estatísticas sempre mostram uma produção maior do que sempre tem. Como este ano a produtividade é menor, o professor acredita que será uma colheita mais rápida. Vai depender do tempo, se as chuvas não atrapalharem. Como já tem produtor colhendo, no final de julho vão ter muitos que já estarão com o trabalho concluído.

Em busca de conhecimento

Túlio Junqueira é produtor rural em Heliodora e participou pela primeira vez do curso da TDI Máquinas. Ele e outros cinco funcionários permaneceram os três dias, se preparando para o início da colheita com as máquinas fabricadas pela empresa. Há 11 anos ele utiliza a Tracionada e recentemente comprou a Automotriz e, partir desta colheita vai trabalhar com as duas nos 180 hectares que tem de café onde as máquinas conseguem fazer a panha. Para Túlio, as máquinas mantém a sustentabilidade econômica da fazenda, faz com que tenha um custo menor, uma qualidade maior no café que se colhe, além de fazer a colheita seletiva. “Num futuro bem próximo, vai se manter no ramo apenas os agricultores familiares e a fazenda que tem colheita mecanizada”, afirmou o produtor.  

Tiago Pereira Dutra é operador de máquinas em Ninheiras no Norte de Minas. Viajou 1.054 quilômetros de ônibus, durante 24 horas para se qualificar em Três Pontas. Veio com mais dois colegas de trabalho e saiu satisfeito com o que aprendeu. Ele vai operar pela primeira uma máquina da TDI que o patrão adquiriu e já ficou satisfeito sabendo como ela é prática.

O gerente regional da TDI Máquinas em Três Pontas, Adalíndio Eduardo Pontes, destacou o empenho de toda a diretoria da empresa em oferecer este treinamento, mantendo a qualidade e aprimorando ano a ano. Sem falar no investimento social, já que há pessoas que estão sem emprego e ganharam esta oportunidade. Na visão de Adalíndio, não basta ter na propriedade uma máquina com toda a tecnologia. Se o produtor deixar a máquina no terreiro de café para que o operar vá trabalhar com ela sozinho, ele vai conseguir porque ela é auto explicativa, mas o operador que está treinado e qualificado, vai fazer o rendimento aumentar consideravelmente. Além disso, elas possuem todas as NR’s (Normas Reguladoras) que exigem que o operador seja treinado.