Foto: Arquivo EP

 

O Festival Nacional da Canção (Fenac) retornou nesta sexta-feira (23), para Três Pontas depois de ficar em 2018, longe do maior celeiro de artistas do Sul de Minas. Um ano antes de completar meio século, o maior festival do Brasil começou com atividades culturais e artísticas durante o dia na Praça Cônego Victor, em uma estrutura toda renovada, uma tenda enorme e embaixo dela cadeiras para acomodar a todos. Entre as apresentações de dança, teatro e mágica no 10º Festival Nacional da Cultura, o Coral Infantil Trenzinho Caipira do Conservatório Municipal de Música Heitor Villa Lobos de Três Pontas foi muito aplaudido, principalmente por estudantes das escolas municipais que assistiam.

Depois da tardezinha, o Trio Amadeus abriu a noite de forma resgatando com harpa, violino e violão músicas eruditas de compositores consagrados como Bach, Mozart, Bizet, dando-lhes uma roupagem mais popular e contemporânea.

O criador e diretor geral do Fenac Gleizer Naves subiu ao palco para falar da satisfação do festival retornar para Três Pontas, cidade que ele tem muitos amigos e um carinho muito especial. Ele registrou que sem o apoio do prefeito Marcelo Chaves, a força do secretário municipal de Cultura, Lazer e Turismo Alex Tiso Chaves e o patrocínio da Agro CP Multifertilizantes Organomineral nada estaria acontecendo. Apresentado em um vídeo, as cidades por onde o Fenac está passando, incluindo Barroso na região do Campo das Vertentes, ao mostrar Três Pontas, seus dois grandes nomes da Música Popular Brasileira, Milton Nascimento e Wagner Tiso, sua potencia econômica que é o café e a fé no Beato Padre Victor, o público fixou os olhos no telão e aplaudiu sua terra amada.

Os júris foram apresentados e a noite estava oficialmente aberta, para quem estava na Praça em frente a Matriz e para aqueles que de longe, inclusive do exterior, assistiam a transmissão online nas redes sociais. Artistas de diversos estados competiram – Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Brasília e claro de Minas Gerais, de Três Pontas.

Elis Theophilo cantou e encantou o público

A primeira trespontana foi a ex grupo Morena, Elis Theophilo a subir no palco. Ao lado do professor do Conservatório Beto Maciel no violão, André Rosa na guitarra e na flauta a neta do saudoso Jaime Abreu, Amanda Abreu.

Era 22:12 quando Elis foi anunciada pelo casal de apresentadores Guilherme Garcia e Luiza Nogueira. Foi com a sua “Sagrada Missão” que ela estreou pela primeira vez como compositora no Fenac. Nas suas poucas palavras, a cantora e compositora que teve como parceiro Mauro Marques, disse que todos os artistas tem uma sagrada missão. Ela terminou arrancando muitos aplausos do público que ficam na torcida pela sua classificação à semifinal.

Antes do trespontano Danilo Santos, uma gafe chamou a atenção do público que não perdoou. Felipe Karlos de Brasília desejou boa noite, mas foi para Caxambu. Ele confundiu o nome da cidade e teve que logo se desculpar, diante da reação da platéia, que se espantou com tamanha diferença.

Danilo Santos, seu violão caipira e seus companheiros de música arrancaram aplausos

Danilo Santos foi o oitavo competidor. Junto com seus músicos, Wallace Alexandre (viola caipira), Edson “Pelé” (violão) e André Rosa (baixo), o trespontano também com sua viola caipira foi convocado para o palco do Fenac as 23:20, chegou de coração aberto e contou na sua canção “Sangue Mineiro”, o que aquele jeitinho simples, mas feliz que vive o bom mineiro e trespontano vive a vida. O público não queria que a música terminasse e quando concluiu gritou o nome de Danilo Santos na expectativa de vê-lo de novo em Boa Esperança.

Se tem um instrumentista requisitado, o nome dele é Wander Scalioni. O saxofonista já está classificado com o grupo Cinco Nós, de Nano Vianna e Pedro Costa de Vitória, no Espírito Santo que se apresentaram em São Thomé das Letras no primeiro fim de semana de agosto.

Em sua terra natal, tocando para quem eles mais gostam, Wandinho, Helbert, Izac, Tiago e Claudinei foram muito aplaudidos junto com um concorrente forte à semifinal. Ronald Saar de Três Rios (RJ) mostrou no tempo de uma única música, do título Camaleão, muita versatilidade de ritmos. Ele começou com estilo Cauby Peixoto e terminou sambando, com o rosto pintado de verde, mostrando a realidade do Brasil.

Wandinho ainda tocou com Diorgem Júnior de Governador Valadares (MG) o Canteiro de Estrelas, na penúltima apresentação da noite. Mais uma vez, o maestro da Corporação Musical Luiz Antônio Ribeiro pode entrar no palco das semifinais em Boa Esperança e não descer dele. Torcida pra isto não vai faltar, pois Wander Scalioni é muito querido.

Intervenções tem participação do público e arrancam gargalhadas

As intervenções durante os intervalos entre uma apresentação e outra não dispersaram ninguém. Aliás, foram nestes momentos que a criançada rodeava o palco e a Trupe Gaia de Belo Horizonte fazia alguns desafios. Os palhaços chamaram trespontanos ao palco e não teve um que não se divertiu com as informalidades do espetáculo. Além deles, teve o Duo Black de violinos, óperas com Pedro Vianna, Fabiola Protzner e André Brant e as intervenções cênicas de Luiz Ferrar do Rio de Janeiro que a cada apresentação mudava seu perfil, mas mantinha a alegria e uma voz perfeitamente afinada.

A primeira noite terminou já de madrugada, com um tributo ao rock nacional com a banda paulista “TREN” e um repertório de grandes clássicos desse estilo musical. Ela é formada pelo trio Bruno Graveto (baterista do Charlie Brown Júnior), Ivan Sader (cantor e apresentador de programas musicais) e Mingau (baixista da banda Ultraje a Rigor). No palco, sucessos que marcaram época e muita interação com o público.

Neste sábado, são mais 10 apresentações a partir também das 21:00 horas, incluindo duas de trespontanos. Tem o grupo Morena, das meninas Lidyane Brito e Laíse Reis, que vai apostar novamente em “Guerreiras” para avançar na disputa. A quinta apresentação também é da cidade. Sid Rodrigues canta sua composição “Versos Simples”.

No final das apresentações sairão as quatro classificadas para a semifinal que acontece em Boa Esperança, nos dias 5 e 6 de setembro. No dia 7 de setembro acontecerá a grande final. No total o festival entrega R$230 mil em prêmios e o troféu Lamartine Babo ao vencedor.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here