A Expocafé 2018 completou seus 21 anos em terra trespontana. A maior feira da cafeicultura nacional foi realizada desde quarta-feira (16), no Campo Experimental da Epamig e terminou na tarde desta sexta-feira (18), com a expectativa de movimentar R$220 milhões em negócios. Ela traz todos os anos aos cafeicultores, opções em maquinários, insumos e tecnologias para a atividade. Mas também oferece conhecimento técnico e prático. Pelo 9º ano consecutivo, um dia antes, aconteceu o Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira.

Com o tema “Manejo mecanizado e colheita seletiva, visando à qualidade do café” o simpósio abordou nove temas, passando pelas tecnologias de preparo do solo e plantio, pós-colheita e secagem, gestão da qualidade e os desafios para vencer as variabilidades climáticas, além dos avanços tecnológicos na colheita seletiva. Os participantes consideraram o evento uma boa oportunidade para ampliar conhecimentos e trocar informações.

É a avaliação da cafeicultora Isabelle Anchieta da Fazenda Aracne, do município de Nepomuceno. Participando pela primeira vez do simpósio, ela veio em busca de informações técnicas para o novo investimento que pretende fazer. “Estou investindo no cultivo de café orgânico numa área nova de 50 hectares e a projeção é expandir as lavouras para uma área de 200 hectares, no prazo de cinco anos. Encontrei no seminário muitas informações de pesquisas e um nível técnico excelente”, avalia.

Foram cerca de 300 cafeicultores de nove estados, além de Minas Gerais participando do Simpósio.

Abertura oficial

Solenidade de abertura da 21ª Expocafé. Foto: Maurinho Bueno

A solenidade oficial de abertura na quarta-feira (16), contou com a presença de autoridades políticas e de entidades e instituições parceiras na realização do evento. Entre as personalidades, esteve o secretário de Estado de Agricultura em exercício, Amarildo Kalil. Ele destacou em seu pronunciamento, a importância do café como fonte geradora de emprego, renda e divisas para Minas e o país. “A atual safra mineira deve ser de aproximadamente 30 milhões de sacas. Isso representa mais da metade da produção nacional. Além disso, o café é o principal produto da pauta de exportações do agronegócio mineiro. Somente no ano passado, o valor das exportações do segmento cafeeiro alcançou US$ 3,4 bilhões com a comercialização de mais de 20 milhões de sacas. Tudo isso mostra o peso do café para o nosso estado e a importância deste evento para o aprimoramento de toda a cadeia produtiva”, afirma.

O secretário Amarildo Kalil enalteceu ainda, o papel do Governo de Minas Gerais na elaboração e execução de políticas públicas específicas para o setor cafeeiro, como a realização do Concurso de Qualidade de Cafés, do Circuito Mineiro da Cafeicultura e da Semana Internacional do Café (SIC), o programa Certifica Minas Café, além do trabalho de vigilância sanitária, pesquisa e extensão rural realizado pelas instituições do sistema operacional da agricultura no estado (IMA, EPAMIG e Emater-MG).

Para o presidente da Cocatrel Marco Valério Araújo Brito (foto), a Expocafé está consolidada, é um evento de extrema importância para o cafeicultor e para a cooperativa, onde se gera conteúdo e tecnologia. A Cocatrel utiliza a feira como oportunidade de negócios aos seus cooperados. Ele tem a oportunidade de fazer negócios em barter, (compra em troca de café) em condições especiais para as feiras, mas também conhecer os lançamentos de maquinários.

Neste ano a área de exposição da feira teve um aumento de dois mil metros quadrados, totalizando 14 mil m2 e a presença de 30 novos expositores. “No total foram 160 expositores e 205 estandes. Todos esses números reforçam o crescimento e a credibilidade do evento junto aos parceiros”, avalia o presidente da EPAMIG Rui Verneque.

Para as próximas edições, a expectativa é de que esteja pronto o novo espaço de eventos do Campo Experimental de Três Pontas, onde serão realizados os simpósios, palestras técnicas e workshops não somente da Expocafé, mas de todos os eventos da unidade de pesquisa. O presidente da EPAMIG ainda agradeceu o apoio do Governo à instituição, ressaltando os recursos para o asfaltamento de 4,2 mil metros quadrados na área de realização da Expocafé.

Cafeicultores conheceram novos maquinários nos stands da feira

Lançamento

Nesta edição da Expocafé, um dos destaques foi a apresentação do mapeamento do parque cafeeiro de Minas Gerais, concluído este ano pelo Governo Estadual.

O mapeamento dos cafezais de Minas Gerais começou em 2016 e terminou em março de 2018. Primeiro foi feito o levantamento da área plantada em 451 municípios produtores de café com o uso de imagens de satélite. Em seguida houve a validação desses dados em campo, trabalho realizado pelos extensionistas da Emater-MG.

O mapeamento obteve informações precisas sobre o tamanho e a distribuição geográfica da produção de café no estado. A disponibilização desses dados será por meio do Geoportal do Café.  A plataforma reunirá dados socioeconômicos para subsidiar políticas públicas e investimentos privados de toda a cadeia produtiva do setor.

A ação é do Governo de Minas Gerais, por meio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Empresa de Assistência Técnica de Minas Gerais (Emater-MG), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e Fundação João Pinheiro. Conta ainda com a parceria da Companhia Nacional de Abastecimento e Embrapa.

O valor total do projeto é de R$ 6 milhões, sendo R$ 4 milhões da Codemig e R$ 2 milhões de contrapartida da Emater e Epamig. Os recursos foram investidos em softwares, veículos, drones e tablets utilizados em todas as fases do trabalho.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Cocatrel, Roberto Felicori, o site é um sonho de 10 anos, resultado de um trabalho árduo, que ele teve a satisfação de participar. O georeferenciamento aponta que Três Pontas tem 22 mil hectares de café. Pensava-se que era mais. E vai colher em média 30 sacas por hectare, totalizando mais de 600 mil sacas. Outro detalhe importante é que o município segue exemplar na preservação ambiental que também é apontada pelo sistema. São 26 mil hectares de área preservada, muito além dos 20% que o exigido por lei. Todas essas informações estão detalhadas e disponíveis no site: geoportal.emater.mg.gov.br/geoportal.