Três Pontas recebeu pela primeira o atual governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo). A visita ocorreu nesta sexta-feira (07), para a entrega de cinco respiradores e cinco monitores para a Santa Casa de Misericórdia do Hospital São Francisco de Assis, que serão utilizados no tratamento de pacientes com Covid-19 no município e na região. Com isto, a unidade hospitalar conta agora com 20 equipamentos em leitos de UTI e recebe pacientes da macrorregião de saúde, ampliando a rede de atendimentos.

Zema pousou de helicóptero na Unidade do Sest Senat “Adriene Barbosa de Faria Andrade”, acompanhado do secretário de Estado de Saúde Carlos Eduardo Amaral, onde ocorreu uma cerimônia rápida, bastante restrita e sem a presença de muitos políticos, tradicionalmente como ocorre, com a vinda de um Chefe do Executivo mineiro, seguindo protocolo de enfrentamento ao novo Coronavírus.

Entre os convidados estavam, o deputado federal Diego Andrade (PSD-MG), o deputado estadual Mário Henrique “Caixa” (PV), o prefeito Marcelo Chaves Garcia (PSD), o presidente da Câmara vereador Maycon Douglas Vitor Machado e o provedor da Santa Casa. No auditório, além dos veículos de imprensa, apenas a secretária de Saúde Tereza Cristina Corrêa Rabelo, o vice presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde Minas Gerais (Cosems) e secretário de Saúde de Santana da Vargem Hermógenes Vaneli, e os prefeitos de Boa Esperança e Santana da Vargem, Hideraldo Henrique Silva e Renato Teodoro da Silva, respectivamente.

Antes da entrevista coletiva o governador discursou. Ao iniciar cumprimentando as autoridades, fez referências individuais aos dois deputados majoritários do Município. Começou por Mário “Caixa”, revelando que os respiradores que chegaram à Santa Casa, foi um pedido do parlamentar trespontano. “O deputado representa muito bem o município. Vocês têm um excelente deputado estadual”, enfatizou. Para Diego Andrade, os elogios vieram pela sua liderança na bancada mineira no Congresso Nacional em Brasília e sua atuação a favor de Minas Gerais, junto ao presidente Jair Bolsonaro.

Romeu Zema destacou que o maior temor sempre foi que o nosso sistema de saúde não fosse suficiente para atender pacientes de Covid-19. Por isso, o Governo tem trabalhado sistematicamente para adiar o pico da curva. “Fizemos tudo que estava ao nosso alcance e, com a Graça de Deus, tudo indica que o pior já ficou para trás”, disse Zema. Os primeiros casos da doença no estado foram registrados em março e a vivência do pico está sendo considerada final de julho e nesse início do mês de agosto. O chefe do Executivo, diz que Minas é o estado com a menor taxa de Covid-19 do país. O resultado foi conquistado, segundo Zema, a duas semanas, indicando que o trabalho realizado foi  fundamental com apoio da população. “Eu atribuo esse resultado ao perfil do mineiro que é mais criterioso, mais desconfiado e no momento como esse faz diferença. Minas hoje é um estado que está afrente dos outros”, acrescentou.

Governador Zema falou aos jornalistas. Acompanhado, na foto, pelo prefeito Marcelo Chaves e o provedor Michel Renan

Os constantes investimentos em hospitais de estruturas permanentes serão um legado que as ações de enfrentamento à pandemia deixarão para o Sistema Único do estado, na avaliação do próprio Governo Zema. De fevereiro a agosto deste ano, foram abertos 1.678 leitos de UTI em Minas Gerais, o equivalente a um aumento de 81%. Na macrorregião de Três Pontas, a ampliação foi de 281 para 501 unidades, expansão de 78%. O governador comentou ainda que foram adquiridos 1.047 respiradores, em compra escalonada, e que a maioria já foi distribuída. Outros 343 equipamentos foram enviados pelo Ministério da Saúde, sendo 174 para uso em UTI’s, além de 169 ventiladores de transporte, utilizados em ambulâncias. Acrescentou, entre as ações, o aumento de leitos de enfermaria e o conserto de mais de 300 respiradores que estavam sem uso em todo o Estado.

Além do governador de Minas Gerais discursou apenas o prefeito Marcelo Chaves, que fez questão de divulgar as boas referências que Três Pontas possui – a terra da fé, da música, do café e do ex-governador de Minas, Aureliano Chaves de Mendonça. Ele agradeceu a presença do governador e sobre os aparelhos doados à Santa Casa analisou que eles trazem esperança e tranquilidade para o trespontano. O gestor disse que assim como a ideologia do governo Zema, ele acredita  numa gestão enxuta, eficiente e na força do empreendedorismo, por isso, Três Pontas possui uma situação confortável financeiramente, mesmo diante das crises enfrentadas em decorrência da greve dos caminhoneiros, da retenção de recursos por parte do Governo Mineiro anterior e da pandemia, tudo enfrentando neste mandato histórico para os prefeitos. Além da adoção de ideia de um Estado enxuto, Marcelo divulgou ainda, que sua Administração está economizando recursos públicos principalmente com a redução da folha de pagamento de cargos em comissão, priorizando a nomeação de servidores de carreira, investimento forte numa política de estímulo a industrialização, com altos investimentos em infraestrutura como a realização da histórica obra da Avenida do Foguetinho.

Coletiva destaca participação dos prefeitos no combate a Covid-19

A coletiva também foi bastante reduzida. O governador Romeu Zema respondeu a apenas quatro perguntas. A primeira delas foi respondida ao jornalista Denis Pereira da Equipe Positiva/Correio Trespontano. Perguntamos ao governador e ao secretário de Saúde qual a importância da participação dos prefeitos até que no enfrentamento a pandemia e quais os desafios agora com a nova versão do Plano Minas Consciente.

Zema respondeu que a participação dos prefeitos tem sido importantíssima desde o início. Diferente de outros estados que adotaram uma decisão centralizada, em Minas se descentralizou as decisões. No primeiro momento, em 20 de março, o Estado solicitou o isolamento, porque todos estavam lidando com um inimigo invisível, imprevisível e desconhecido. Mas depois se enxergou rapidamente que não faria sentido tratar igualmente um estado com 853 municípios de forma igualitária. Algumas cidades já haviam casos, em alguns dezenas de casos e óbitos e boa parte sem nenhum caso ou óbito. “Os prefeitos, muito mais do que eu, conhecem os seus municípios. Tenho certeza que o prefeito Marcelo é muito mais capaz de decidir sobre assuntos aqui de Três Pontas que eu que estou em Belo Horizonte. Nada mais lógico do que deixar a decisão para os prefeitos”. Na visão de Zema, o Ministério Público e o Poder Judiciário não ficaram muito confortáveis com essa situação de descentralização porque não confiam tanto numa gestão municipal e optaram por obrigar os prefeitos a aderirem ao Minas Consciente, porém, ele admitiu que já estava planejado um aprimoramento do plano. Nos critérios de agora, lançado esta semana, mesmo sendo impositivo, o Minas Consciente ficou mais flexível. O município não necessariamente está como a macrorregião dele, ele tem a microrregião e ele, caso tenha menos de 30 mil habitantes, ainda tem a questão de ser visto como um caso excepcional.

 O secretário de Saúde Carlos Eduardo falou da mudança no Programa Minas Consciente, que Três Pontas optou pela onda amarela

O secretário de Estado de Saúde Carlos Eduardo Amaral, acrescentou que a mudança da versão do Minas Consciente acontece em um momento importante. A primeira versão tinha o objetivo muito claro, de efetivamente frear o risco de explosão de casos da Covid em Minas Gerais. À medida que se viu que a tendência era de não ter mais a explosão, embora houvesse até um nível grande de casos, a Secretaria de Saúde começou a reestudar o que fazer com o Minas Consciente no momento em que se atingisse o pico ou o platô. O estudo perdurou meses, inclusive houve uma consulta pública que teve a maior participação da sociedade desde quando iniciaram-se as consultas públicas.

O secretário explicou que as prefeituras podem variar dentro da banda – entre as limitações das macrorregiões e das microrregiões – todas com critérios estudados e estipulados pela Secretaria Estadual de Saúde. “Com isso vamos conseguir dar uma individualidade adequada para cada realidade municipal. Entendemos que no momento, aconteceu a parada da subida de casos, ainda não estamos na descida. Por outro lado, como a tendência de conviver com a epidemia, com a Covid é longa, vamos precisar ter isso uma modulação em que, em alguns momentos precisamos ficar mais restritivos, em outros menos. Isso vai acontecer, mas vinculado aos municípios e não simplesmente uma visão de todo o estado.

Outra questão levantada é que de acordo com o secretário estadual, nas macrorregiões é que existe uma tendência de equilíbrio de ocupação. Há flutuações, mas não há nenhuma região no estado com tendência de aumento da ocupação, segundo Carlos Amaral. De uma forma geral, hoje há uma ocupação abaixo de 70% e isso significa que, de cada 10 leitos de UTI, três estão livres, ou seja, temos uma capacidade grande de atendimento. Mesmo tendo leitos, há muito cuidado porque quando se perde o controle, a Covid estoura.

O governador Romeu Zema foi questionado também sobre a volta as aulas e disse que ainda não há data prevista. A confirmação de quando os estudantes poderão voltar para as salas de aulas, virá no momento adequado, com antecedência, porém, o retorno será baseado em medidas seguras. Minas Gerais vai acompanhar experiências em outros estados como o Amazonas, onde as aulas começaram de forma gradativa.

Respiradores chegam em bom momento

A Santa Casa montou com apoio do município uma UTI com 5 leitos exclusivos para atendimento de pacientes com Covid-19. De acordo com o provedor do Hospital Michel Renan Simão Castro, eles já tiveram lotação máxima e os novos respiradores com monitores vai dar mais tranquilidade a direção, já que a unidade de 10 leitos de outras patologias fica lotada o ano inteiro.

Com isto, Três Pontas deixa de ser sede de micro e referência para 5 municípios e passa a atender pacientes de outras localidades que necessitem de cuidados hospitalares devido a pandemia. Com 20 respiradores, a Santa Casa já tem adiantado o processo de credenciamento dos novos 10 leitos para atender as outras patologias, quando a Covid-19 cessar.

Visita a estrada do Foguetinho

O advogado Luciano Diniz, o prefeito Marcelo Chaves, o presidente da Câmara Maycon Machado, o governador Romeu Zema, o deputado Mário Caixa, o deputado federal Diego Andrade e o secretário de Estado de Saúde Carlos Eduardo

A comitiva seguiu depois da cerimônia para uma visita as obras de asfaltamento da estrada que liga a MG 167, saida para Varginha até a região dos Quatis, conhecida por estrada do “Foguetinho”. Junto com o prefeito e deputados, Zema enalteceu que vendo a dimensão da obra, constata que ela será importante para o desenvolvimento do município. Ele posou para fotos e os parlamentares gravaram vídeos com o governador.

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