Foi na sombra de um enorme Flamboyant, considerada uma das árvores mais belas do mundo, que funcionários e diretores da Santa Casa de Misericórdia comemoraram na tarde desta sexta-feira, os 77 anos de fundação do Hospital São Francisco de Assis de Três Pontas.

A data foi celebrada com uma benção do pároco da Matriz Nossa Senhora D’Ajuda, padre Ednaldo Barbosa e em uma espécie de altar, o patrono São Francisco de Assis, ladeado pela Mãe Rainha foram observados durante as orações de agradecimentos dos funcionários que estavam acompanhados do prefeito Paulo Luis Rabello (PPS), do vice Érik dos Reis Roberto (PSDB) e do servidor da Santa Casa e presidente da Câmara Luis Carlos da Silva (PPS). Uma poesia preparada pela assistente social Tatiane Figueiredo mostrou a importância da Casa, os setores e equipes que trabalham diuturnamente para atender os pacientes.

A comemoração teve bolo e coube ao funcionário mais antigo, com 40 anos de hospital, que começou na recepção, passou pela contabilidade e hoje é o administrador Wolney Figueiredo, além de falar ao pequeno grupo que se reuniu as 15 horas no pátio, soprar as velas em demonstração de festa. Já que apesar das dificuldades, o Hospital que foi fundado em 22 de janeiro de 1939 pelo Monsenhor João Batista da Silveira continua funcionando. Sua visão na época, traz até hoje a tranquilidade de ter uma unidade fundamental para o sistema de saúde de Três Pontas. Ele teve o apoio de Dr. Oswaldo Campos Reis que assumiu a direção clínica e alguns outros profissionais médicos.

Ao longo destas quase oito décadas, o Hospital cresceu, ampliou as especialidades, novos médicos chegaram e em 1982, através do provedor Seu Ismael Paiva e sua esposa Dona Inês, uma nova ala foi construída. Nela atualmente funcionam – a Clínica Médica adulta, chamada de Posto II e de Enfermaria do SUS, o Posto I, a Ala do Convênio no último andar, o Bloco Cirúrgico e no térreo a Pediatria e o Serviço de Diagnóstico, como o Raio X, Ultrassom e Tomografia. A antiga ala, que foi construída primeiro, de acesso a Rua Barão da Boa Esperança, abriga a Maternidade Nossa Senhora de Fátima, o Pronto Atendimento Municipal (PAM) e a setor Administrativo.

A situação financeira atualmente não é boa e a dívida é grande. A tabela defasada do Sistema Único de Saúde (SUS) é apenas um dos entraves que prejudica a saúde financeira do Hospital, mas já houve momentos bem piores, que culminaram inclusive com o fechamento da Santa Casa. Em 1992, o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social, o INAMPS, hoje Sistema Único de Saúde (SUS), atrasou seis meses o repasse de recursos ao Hospital. A consequência disso, foi o fechamento da Unidade por três dias e depois reaberto, graças a composição do Conselho de Administração e de uma Comissão que assumiu. Quando o órgão voltou a pagar o que era direito o funcionamento foi normalizado. Quem conta tudo isto, é o atual administrador da Santa Casa Wolney Reis Figueiredo. Ele começou lá há 40 anos, quando o provedor era Gilberto Veloso como recepcionista, estudou e passou para o setor de contabilidade, e hoje é o administrador. Até hoje, o temor de quem quer que seja é ver a possibilidade do Hospital fechar suas portas.

Primeiro a colaboração da comunidade, depois a dedicação pessoal de Paulo Luis Rabello, atual prefeito, que no mandato assume compromissos que vão muito além de repassar rigorosamente em dias as subvenções, tudo para não ter a situação financeira ser agravada ainda mais. Paulo Luis não é de ficar falando, mas Wolney faz questão de lembrar que o Hospital está de pé graças a ele e a comunidade que é atendida. Referência na micro região de Três Pontas, atende pacientes de Santana da Vargem, Coqueiral, Boa Esperança e Ilicínea. Faz parte da Rede de Urgência e Emergência e também do Pró Hosp. Conta com 270 funcionários que atendem em 121 leitos, incluindo 12 da Unidade Psicosocial que foi aberta a poucos meses. Ao falar rapidamente após a benção, Paulo Luis anunciou quem sabe um dia ser o provedor da Santa Casa.

Sempre fazendo referência a história, lembrou de Padre João, Dr. Odilon, Dr. Oscar, e Dr. Paulo Rezende e daqueles que ainda pertencem ao quadro de servidores, como Dr. José Botrel. Este último segundo o prefeito, sempre diz que sem os funcionários da enfermagem não se faz medicina, sendo inclusive responsáveis pela saúde dos pacientes que no Hospital procuram atendimento. “Três Pontas precisa da Santa Casa de portas abertas, independentemente da coloração política de quem esteja administrando a Cidade. Desde quando assumi a Prefeitura prometi e tenho cumprido em ajudar a Santa Casa a sair do buraco”, refletiu. Por isto, agradeceu a todos aqueles que ajudam e que de mãos dadas não apenas oram, mas colocam a mão na massa, como os funcionários para colaborar.

A Santa Casa tem uma Irmandade de 180 membros, mas o Conselho de Administração conta com 12 pessoas.

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