Denis Pereira – A Voz da Notícia

A suspeita da família de que Ariliana Caroline Bento de 21 anos morreu nesta segunda-feira (29) de Dengue Hemorrágica não se confirmou. Amostras de sangue analisadas pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte indicaram que a estudante universitária pode deve ter tido Meningite Meningocócica, ou Meningite C. A doença tem evolução rápida e pode matar em menos de 24 a 48 horas.

Porém, de acordo a Funed, ainda faltam 18 exames para concluir do que a jovem realmente morreu. Nem mesmo um laudo ainda foi emitido por escrito. A Secretaria de Saúde de Três Pontas foi informada por telefone da suspeita, mas há outras doenças que podem ter matado Ariliana e; a Meningite é apenas uma delas.

Quando isto acontece, é necessário fazer a quimioprofilaxia, evitando que a doença contamine outras pessoas, usando medicamentos. O técnico em Enfermagem e técnico da Vigilância em Saúde, Peterson César Romão Lara, explica que para que não haja contaminação é preciso proteger quem esteve com Ariliana por um período igual ou maior do que quatro horas durante cinco dias consecutivos, em ambiente fechado, como dormitórios e familiares que estiveram com ela dentro de casa. Outras pessoas estão sendo orientadas a alguns procedimentos são médicos e enfermeiros que cuidaram dela, são também indicados a fazer um tratamento, como o protocolo do Ministério da Saúde sobre Meningite. Quem participou do Velório, ou esteve com ela pouco tempo, não há com o que se preocupar. “A causa da morte ainda está sendo investigada, mas estamos tomando precauções, antes mesmo do laudo chegar”, disse Peterson.

O caso

Ela cursava Tecnologia em Alimentos no Instituto Federal de Machado, veio como de costume, passar o fim de semana em Três Pontas com a família. Depois do descanso, na segunda-feira a moça começou a se sentir mal e ainda de manhã procurou atendimento médico na Policlínica. Ariliana estava com sintomas de quem havia contraído Dengue e foi submetida a um exame de sangue que seria repetido, após sete dias. Ela tomou soro e foi liberada, mas as dores no corpo persistiram e a tarde ela foi levada ao Pronto Atendimento Municipal (PAM), onde o quadro se agravou e Ariliana acabou tendo que ser internada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Cerca de uma hora e meia depois, a jovem morreu.

De acordo com o médico, José Flávio Oliveira, que tratou da jovem no CTI, havia várias possibilidades da morte da moça, o que seria confirmado apenas com exames. Nem mesmo no Instituto Médico Legal (IML) de Varginha foi capaz de afirmar a causa morte.

Meningite

A doença meningocócica é uma infecção bacteriana aguda, rapidamente fatal, causada pela Neisseria meningitidis. Esta bactéria pode causar inflamação nas membranas que revestem o sistema nervoso central (meningite) e infecção generalizada (meningococcemia).

A doença meningocócica tem início abrupto e evolução rápida, podendo levar ao óbito em menos de 24 a 48 horas. As manifestações iniciais da meningitesão febre alta, prostração, dor de cabeça, vômitos, aparecimento na pele de pequenas manchas violáceas (petéquias) que inicialmente são semelhantes às picadas de mosquitos mas que rapidamente aumentam de número e de tamanho, dor e dificuldade na movimentação do pescoço (rigidez de nuca).

Estima-se a ocorrência de pelo menos 500 mil casos de doença meningocócica por ano no mundo, com cerca de 50 mil óbitos. É uma doença de evolução rápida e com alta letalidade, que varia de 7 até 70%. Mesmo em países com assistência médica adequada, a meningococcemia pode ter uma letalidade de até 40%. Geralmente acomete crianças e adultos jovens, mas em situações epidêmicas, a doença pode atingir pessoas de todas as faixas etárias.

Transmissão

A bactéria é transmitida de uma pessoa para outra pela secreção respiratória (gotículas de saliva, espirro, tosse). Geralmente, após a transmissão, a bactéria permanece na orofaringe do indivíduo receptor por curto período e acaba sendo eliminada pelos próprios mecanismos de defesa do organismo. Desta forma, a condição de portador assintomático tende a ser transitória, embora possa se estender por períodos prolongados de meses a até mais de um ano.

Em menos de 1% dos indivíduos infectados, contudo, a bactéria consegue penetrar na mucosa respiratória e atinge a corrente sanguínea levando ao aparecimento da doença meningocócica. A invasão geralmente ocorre nos primeiros cinco dias após o contágio. Os fatores que determinam o aparecimento de doença invasiva ainda não são totalmente esclarecidos.

O tratamento é feito com antibióticos por via endovenosa e medidas de suporte (como hidratação). Cerca de 5 a 10% dos indivíduos evoluem para óbito apesar do tratamento. Das pessoas que sobrevivem, 9 a 11% ficam com algum tipo de seqüela permanente (surdez, paralisias, convulsões, amputação de extremidades). A administração de antibiótico profilático para os contactantes próximos dos indivíduos doentes deve ser feita rapidamente, pois reduz significativamente o aparecimento de casos secundários.

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