As orientações das autoridades de saúde não mudaram e o isolamento social, continua sendo o único caminho para evitar que a pandemia do novo Coronavírus atinja de uma única só vez, muitas pessoas e não haja estrutura suficiente para atender a demanda.

Desde o dia 17 de março, o comércio está de portas fechadas em Três Pontas e apenas os serviços essenciais, como supermercados e farmácias estão autorizados a funcionar. Nem todos os comerciantes estão obedientes às regras, principalmente dos bairros. A maioria colocou o balcão na porta evitando que os clientes entrem e provoquem aglomeração. A reclamação daqueles que estão enfrentando dificuldades ficando tantos dias de portas fechadas, chegou na Associação Comercial e Agroindustrial (Acai-TP), que se reuniu com membros da Administração e depois oficiou a Prefeitura, pedindo a reabertura do comércio, seguindo regras rígidas a fim de se evitar o contágio do Coronavírus. A autorização é que as vendas sejam feitas pelo telefone ou internet, com delivery ou retirada no estabelecimento.

O prefeito Marcelo Chaves respondeu o ofício da Acai, dizendo a formação de uma força tarefa diante dos dados apresentados, que mostra um quadro extremamente negativo e as medidas visam minimizar os impactos na economia local. Marcelo ressalta que o governador Romeu Zema, em uma entrevista manifestou no sentido que os municípios devem tomar as medidas de acordo com a realidade de cada localidade, já que o interior possui uma realidade diferente da capital mineira. O prefeito ainda esclarece que qualquer medida tomada por ele, será tomada com toda cautela exigida na situação e será apresentada ao Ministério Público.

Mesmo com o comércio em geral fechado, tem muita gente pelas ruas e principalmente os idosos, principal grupo de risco, junto com doentes crônicos. Fotos retiradas mostram filas em agências bancárias e em praças da cidade, com muita gente acima de 60 anos, que  não se deram conta da gravidade da pandemia e insistem em sair para fazer compras, visitar amigos e familiares ou simplesmente dar um passeio pela cidade.

Fotos: rede sociais

E nesta terça-feira (07), quinto dia útil de abril, o movimento foi ainda maior. Imagens feitas no calçadão da Rua Dona Isabel e na Praça Cônego Vitor postadas em redes sociais mostram filas gigantescas em casas lotéricas e bancos. Parecia um dia comum como os outros de início de mês, mas o perigo muito diferente, além dos que as pessoas podem imaginar.

Em todas as entrevistas desde quando o isolamento foi anunciado, a secretária de saúde Teresa Cristina Rabelo Corrêa, tem dito que o vírus é de altíssima transmissibilidade. Uma pessoa contamina 8, de 8 para 32 e 32 para 64. A velocidade com que o vírus passa de uma pessoa à outra e causa problemas respiratórios é a grande preocupação. Como as pessoas irão reagir a contaminação, não se sabe, vai depender de cada um. Mas uma coisa é certa: não há respirador para todo mundo. Teresa não esconde que se tiverem mais pacientes necessitando do aparelho pessoas irão morrer. Sem falar que naturalmente, existem as pessoas que se internam por outros motivos e necessitam do respirador.

Apesar dos números de casos suspeitos estarem dentro da normalidade e não haver nenhum Coronavírus confirmado, a situação não é tranquila. “Amanhã se 12 pacientes positivar e precisar de aparelhos respiratórios, vão morrer, pois eu não tenho condições de tratar vocês.  Por isto, população de Três Pontas fiquem em casa. Acima dos 60 anos, quanto mais idade maior é o risco’’, alertou a secretária de saúde.

Ela completa “nós já temos os nossos velhinhos que já estão com problemas respiratórios, os infartados que tem necessidade do respirador, os casos acidente de veículos, as mães que vão ganhar neném. Então, os dez leitos muitas vezes já estão ocupados por outras enfermidades. Vamos evitar que o hospital tenha que escolher a quem colocar o respirador”, concluiu Teresa Cristina.

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