O ano de 2020 é um ciclo que vai ficar para a história, por causa da pandemia da Covid–19, que afetou o mundo inteiro e a todos, mudou a vida, a rotina, o perfil e todos os setores da sociedade. Um deles é o comércio, que viveu um ano desafiador, onde segundo o presidente da Associação Comercial e Agroindustrial de Três Pontas (Acai-TP) Bruno Dixini Carvalho, os empresários precisaram se reinventarem, alguns tiveram que sofrer ajustes profundos para se manterem vivos. A Associação buscou apoiar e literalmente brigou para manter os estabelecimentos abertos, que assim como o cliente, teve que criar novos hábitos, para evitar a contaminação e a transmissão do Coronavírus.

O presidente da Acai-TP Bruno Dixini e o gerente de negócios Hélio Carvalho

Em Três Pontas foram raríssimos casos em que empresas tiveram que fecharem as portas. A cidade conseguiu se sair bem, graças a garra do empresário e a eles estarem atentos as regras que foram impostas de última hora, além de reprogramar os estabelecimentos.

Outro motivo de um saldo positivo, apesar destas adversidades, foi a safra do café segundo Bruno Dixini. “O café foi uma safra muito boa, somado ao auxílio emergencial, o que deu uma sobrevida ao comércio trespontano, que durante certo momento teve duas fontes de renda. As pessoas que estavam desempregadas usaram o benefício do governo e o benefício que foi feito para que houvesse a redução de carga horária com complemento de salário.

O pagamento do auxílio emergencial do Governo Federal, mostrou uma diferença muito grande no mês de outubro. Foi um mês excelente que teve cinco sextas e sábados. A maioria dos empresários que Bruno conversou, fechou com um ótimo resultado. Com a queda do valor pago em novembro, o volume já foi menor. O comércio perdeu um sábado e o mês passado já foi aquém das expectativas. Com a redução do valor do auxílio emergencial de R$600 para R$300, já observamos que o cidadão já está um pouco contido com seu gasto. Até então, ele estava bem a vontade, fazendo até algumas coisas a mais além do básico, mas hoje, os consumidores estão mais cautelosos nas suas compras de dezembro, preocupados já com o cenário de 2021. Mas o comércio se mantém animado, se preparou, está todo enfeitado para que seja um mês muito positivo”, justificou o presidente da Acai-TP.

As vendas de Natal

Existem vários setores que esperam uma ligeira melhora nas vendas neste mês de dezembro. Isto porque não haverá um Natal e Réveillon com grandes festas. Algumas alas estão mais otimistas e outras nem tanto. O Natal será mais familiar, com gastos normais. No ramo supermercadista por exemplo, deve haver uma melhora entre 3% a 5%. Isto se deve inclusive um pouco ao encarecimento de alguns produtos. É um número satisfatório, que poderia ser maior um pouco, mas é um ganho que satisfaz. Porém, diante de um cenário que foi enfrentado no meio do ano, ainda conseguir um ligeiro ganho já está de bom tamanho, garantiu Bruno Dixini.

Sobre o setor que deve ser o maior beneficiado neste fim de ano, ele responde que deve ser o voltado para entregas on-line. Um exemplo disso foi o reflexo da black friday. O crescimento foi de 21% nas vendas pela internet, enquanto para o varejo físico, foi uma das piores black friday dos últimos tempos. A data deste ano, foi 25% menor no varejo físico. Para quem está on-line, a tendência é de aumento no volume de vendas e isto pode acontecer no Natal. Até porque, ainda existem famílias muito receosas de sair na rua para fazer as compras e encontrar as lojas lotadas.

Para enfrentar as restrições impostas pela pandemia, o comércio precisou se modernizar nestes últimos meses. As mudanças não param por ai e é preciso evoluir ainda mais com a evolução dos mix de produtos, de embalagens, do trabalho nas redes sociais, usando o mercado virtual para melhorar o número de vendas frente ao mercado físico, que na visão do presidente da Acai, vem perdendo campo em datas importantes.

Festa de Natal em drive-thru

Drive thru de Natal será em frente a Prefeitura

A Associação Comercial sempre esteve presente em parceria com a Prefeitura nas comemorações natalinas. Antes da pandemia, montavam-se a Casa do Papai Noel na Praça Cônego Victor, o bom velhino visitava lojas e tinha um contato direto principalmente com as crianças. Como tudo isto está impossível por razões obvias este ano, a saída encontrada para não deixar a data passar em branco, juntamente com a Prefeitura, está sendo organizado em frente a Prefeitura um drive-thru nos dias 16 e 17 de dezembro, entre 18:30 e 20:30. Haverá a participação da Banda Municipal, um presépio vivo com encenação e personagens típicos natalinos.

O esquema que está sendo montado, é que durante este período, os carros circulem em frente ao Centro Administrativo Prefeita Adriene Barbosa de Faria Andrade. As pessoas poderão passar nos carros ou mesmo a pé, sem provocar aglomeração, mas podendo ver esta decoração específica. Haverá grades para separar o público e o trabalho da Guarda Civil Municipal.

Trio de Natal nas ruas da cidade

Outra iniciativa exclusiva da Acai-TP, é um mini trio, que vai circular de segunda a sexta-feira, entre os dias 21 e 24 de dezembro, durante o dia todo. Entre as 10:00 da manhã e as 17:00 horas nos bairros, e no Centro, das 18:00 as 20:00 horas. O trio terá músicas natalinas e mensagens de boas festas. A Associação Comercial está criando a possibilidade das empresas que quiserem anunciar seus produtos e serviços também levarem uma mensagem pertinho dos clientes.

Horário estendido tem suas justificativas

O presidente da Acai-TP Bruno Dixini, explica que a grande sacada para estender o horário de funcionamento do comércio é que muitas vezes as pessoas interpretam de forma errada, principalmente neste período de pandemia. O objetivo é atender a demada do crescimento das vendas por causa do Natal e hoje também é para evitar que muita gente esteja ao mesmo tempo dentro das lojas, diluindo o movimento durante todo o expediente”, justificou. Isto possibilita que os idosos, por exemplo, que tem o hábito de acordar mais cedo possam fazer suas compras e voltar para casa.

Ele acrescenta como orientação, que os consumidores adiantem as suas compras, porque pode ser que o cliente não encontre o que precisa na véspera ou tenha problemas com embalagens, já que as empresas não conseguiram produzir na totalidade da demanda que necessita neste período, tiveram problemas com insumos e pode faltar produtos nas prateleiras. “A recomendação é que as pessoas sem previnam. Compre tudo que conseguir com antecedência, que talvez o lojista consiga repor seu estoque com mais facilidade. O empresário também precisa ficar atento, reprograme os estoques para que consiga atender os clientes”, alertou.

Festa da ACAI cancelada

A tradicional Festa do Empresário do Ano, assim como outras comemorações importantes, terá seu ciclo quebrado por causa da pandemia. A intenção é que se faça no ano que vem, com a situação controlada, uma festa especial, com dois homenageados em cada categoria. Bruno Dixini anuncia que será preciso brindar os verdadeiros heróis do comércio, que conseguiram neste período, de extrema resiliência, se reinventaram e demonstraram como nunca o papel social deles.

A Associação em conjunto da Federaminas, que é a Federação das Associações, preparou um projeto que será colocado em prática neste mês de dezembro, que será uma grande surpresa, como forma de recompensar esta garra, estímulo do empresariado de manter as portas abertas.

Os horizontes para 2021

Dizer o que esperar para o ano novo para o setor do comércio é uma incerteza. “Não dá para prever muito. Temos em vista uma safra que vai ter uma quebra por conta do déficit hídrico e Três Pontas quando tem uma safra assim, as pessoas aqui já ficam menos otimistas. É um ano que está muito difícil decifrar o que vai acontecer. O Governo é competente, a gente enxerga que ele tem buscado alternativas, mas o cenário incerto que Bolsonaro pegou em 2020, consertar essa trajetória toda tão rápido nos causa alguma preocupação. Não sabemos o que ele vai poder fazer para solucionar os problemas financeiros que tivemos este ano. A gente quer prever que seja um ano bom, mas infelizmente, nas projeções tem visto se falar muito pouco em 2021. Economicamente é um ano de retomada, em que a gente tem que fazer votos que irá ser um ano bem melhor do que 2020”, ponderou Bruno Dixini.

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