Textos e fotos: Denis Pereira – A Voz da Notícia

O empresário Michel Renan Simão Castro fica. Ele continua a frente da provedoria da Santa Casa de Misericórdia do Hospital São Francisco de Assis, de Três Pontas. O nome dele foi aclamado mais uma vez em reunião ordinária realizada de forma presencial e remota, na noite desta terça-feira (23), entre a Irmandade, juntamente com novos membros, que tomaram posse para o biênio 2021/2023. Michel que estava a frente em dois biênios (2017/2019 e 2019/2021), se tornou grande conhecedor e gestor da causa hospitalar, atuando de forma voluntária desde 2017. Ao longo destes anos, ele nunca se escondeu. Abdicou de suas empresas para defender os interesses da entidade, com pilar na confiança e credibilidade que o Hospital ganhou com a sua gestão junto a população, isto dado a transparência que implantou na entidade. Ao iniciar um novo biênio, sem disputa no cargo, ele terá ao seu lado, pela primeira vez uma mulher, como vice provedora, Alessandra Diniz Pereira Miranda e outros 12 membros na diretoria.

No encontro realizado no Auditório Moacyr Pieve Miranda, da Associação Comercial e Agroindustrial (Acai-TP), a equipe de administração apresentou o balanço financeiro, auditado pela WH Auditores Independentes sem nenhuma ressalva. Todos os números da contabilidade, correspondem 100% a realidade e demonstram que o Hospital está em uma crescente, e a gestão realizada vem conseguindo equilibrar as receitas com as despesas.

Michel esclareceu que isto não significa que a entidade não irá passar por dificuldades, pois ainda é dependente de recursos públicos – convênios, subvenções e emendas parlamentares e caso algum destes entes federados, seja municipal, estadual ou federal, atrase o pagamento ou deixe de fazê-lo trará dificuldades. A receita de 2020 cresceu 18%, se comparando com 2019 – saltou de R$28 milhões para R$33 milhões. Em quatro anos, o faturamento saltou de R$10 milhões para mais de R$40 milhões. O grande dificultador, é o número de atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) que é cada vez maior. Quando ele assumiu era entre 30 e 50 pessoas dia e hoje são mais de 400 dia. O número cresceu de forma vertiginosa, mas os atendimentos ainda geram um déficit, justamente por causa da tabela que está defasada. Os valores pagos em procedimentos não cobrem as despesas.

Desde 2017, mantém as certidões legais com efeito negativo, o que possibilitou a vinda de recursos que foram fundamentais para a sustentabilidade do caixa. É uma realidade diferente de quando Michel assumiu, com a eminência das portas se fecharem, acumulando uma dívida de R$15 milhões, a falta de crédito e ações judiciais. Mesmo assim, a Santa Casa investiu ainda mais para dar mais conforto aos pacientes. Em 2019, comprou R$353 mil em móveis e equipamentos. Ano passado, as compras ficaram em aproximadamente R$908 mil.

Hoje, os planos são de ampliar serviços, melhorar sua estrutura e qualidade, uma forma de retribuir à população trespontana, a generosidade que este povo sempre teve com a entidade, contribuindo de todas as formas e a socorrendo nos momentos de agonia.

Planos audaciosos

A Santa Casa já está erguendo a estrutura para a implantação do serviço de hemodiálise, sonhado a tantos anos para amenizar o sofrimento dos pacientes. Ela fazendo parceria para novos serviços de endoscopia, está ampliando os leitos de Unidade Terapia Intensiva (UTI), que serão 20 na rede SUS e outras três unidades particulares.

A demanda de trabalho cresceu. As cirurgias eletivas chegam a ser realizadas até 40 por dia. Os médicos e colaboradores vão ganhar em breve um novo vestiário no centro cirúrgico, onde os profissionais terão mais privacidade e comodidade.

Deixar a Santa Casa mais atraente também está nos planos. A vontade de transformar a entrada e recepção foi adiada por conta da pandemia, que mudou muitos planos, incluindo a recepção, que será independente para os atendimentos via SUS e os clientes dos procedimentos particulares, convênios e os que possuem o Carnê Viva + Saúde. Já são 5 mil vidas, mas o objetivo, segundo o analista de negócios Hélio Carvalho Júnior, que trocou a Associação pela Santa Casa, explicou que no primeiro momento a meta é atingir 8 mil e depois expandir para região.

Ampliar a rede de comunicação, criando a Ouvidoria, um canal de informações divulgando mais detalhadamente novos exames, novos médicos e demais inovações, com link para atendimento através do whatsapp, canal para agendamento de consultas e exames,  tudo com consultas on-line, além da divulgação do boletim da Covid-19, demonstrando a eficiência da Santa Casa no tratamento aos pacientes.

Um modelo já foi apresentado à Irmandade. Nesta terça-feira (23), o Hospital informou que já foram internados 633 pacientes desde o início da pandemia, sendo que 277 pacientes testaram positivo. Destes, foram 196 casos recuperados, 5 óbitos estão em investigação e 61 pessoas morreram com a doença, incluso os óbitos de pacientes de outras localidades.

A Santa Casa em números

Michel Renan apresentou a administradora hospitalar Adriana Aparecida Santos, que chegou em setembro do ano passado e fez um levantamento minucioso, um raio X da instituição.

Em 2020, devido a pandemia toda atenção foi dedicada para estruturação de leitos, equipamentos, medicamentos e profissionais, sendo um período muito conturbado para qualquer outra demanda fora desse contexto. Um fato também citado é que a Santa Casa ficou um período sem a figura do administrador, sendo contratado e assumindo o cargo a partir de setembro de 2020 o que prejudicou o relato dos fatos dos quais a administradora atual não participou.

A Administração fez uma força-tarefa para levantar junto as equipes, todas as ações desempenhadas no período. Tudo que foi levantado foi citado no relatório e apresentado à Irmandade. Entre as ações, destacou-se a realização de campanhas para aumento de receitas, como a “Campanha da Mãozinha” e a “Doação Premiada”, a ampliação de dez leitos de UTI e o remanejamento de 46 leitos para atendimento da população da microrregião de Três Pontas à Covid-19.

Hoje a Santa Casa de Três Pontas dispõe de 131 leitos, distribuídos entre as alas, sendo 89 destinados ao SUS, representando 68% dos leitos da instituição. Cerca de 400 pessoas passam pela Santa Casa todos os dias, com total de 12 mil pessoas por mês. O Hospital  atendeu em 2020, 4.977 pacientes da microrregião, sendo 84% deles do SUS.  A instituição atende a microrregião que compreende aproximadamente 125 mil habitantes, agregando as cidades de Boa Esperança, Coqueiral, Ilicínea, Santana da Vargem e Três Pontas.

Foram 1.274 exames de ultrassonografia sendo 51% pelo SUS e no ano anterior de 2019, foram 245 exames, porém, nos meses de janeiro a outubro de 2019 não foram realizados exames pela ausência do aparelho. No ano anterior foram 13.814 radiografias sendo 73% delas para o Pronto Atendimento Municipal e 27% para os demais convênios.

Em 2020, foram servidas 126.457 refeições a funcionários, pacientes e seus acompanhantes. A Santa Casa registrou 829 partos sendo 70% de cesariana. Em relação à mortalidade, 324 óbitos foram registrados, sendo 65% do setor de UTI. O  serviço social no ano passado realizou 511 atendimentos, aumento significativo, se considerar que em 2019 foram 362.

VEJA COMO FICOU A NOVA DIRETORIA PARA O BIÊNIO 2021/2023

Provedor: Michel Renan Simão Castro
Vice provedor: Alessandra Diniz Pereira Miranda
Diretor Administrativo e financeiro: Clóvis José Araújo Castro
Vice diretor administrativo e financeiro: Matheus Machado Vilela de Brito

Conselheiros
Antônio Carlos Mesquita
Sebastião de Fátima Cardoso
Leonardo Miari Pieve

Conselheiros suplentes
Francisco de Paula Vitor Barros
Rovilson de Paula Tavares

Conselho fiscal
Edward José Diniz
Romeu Cândido da Silva Barroso
Miller Oliveira Mendonça

Conselho fiscal suplente
Francisco Miranda de Figueiredo Filho
Mariliz Simão Castro

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